Irmãos e irmãs: Iniciamos hoje um caminho ao encontro do Deus Menino, que Se manifestará a todos no Presépio de Belém. Somos peregrinos, como Maria e José, como os Pastores, como os Magos, ao encontro do Salvador, que vem até nós. Cada um de nós, pode dizer hoje a Jesus, que veio, vem e há-de vir: “Tu és a Estrela. Eu sou o peregrino”. Não caminhamos sozinhos ou às escuras. No meio da noite, guia-nos a luz da esperança. Por isso, no início do novo ano litúrgico, vamos benzer esta Coroa [Estrela], com que inauguramos o tempo do Advento. As suas luzes lembrar-nos-ão que Cristo é a Luz do mundo. A cor verde significa a vida e a esperança. A Coroa [Estrela] do Advento é, pois, um símbolo de que a luz e a vida triunfarão sobre as trevas e a morte, porque o Filho de Deus fez-se Homem e deu-nos a verdadeira vida. Ao acender, semana após semana, os quatro círios, queremos significar a nossa progressiva preparação parareceber aLuzdo Natal. Porisso, hoje, 1.º Domingo do Advento, abençoamos esta Coroa (Estrela] e acendemos o primeiro círio.

Celebramos hoje o último domingo do ano litúrgico, com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. A liturgia convida-nos a contemplar o rosto humano e divino de Jesus, aclamado como o Filho do homem. Ele é o Rei do Universo, mas reina a partir da Cruz, naquele amor com que nos atrai para o Pai. Com Cristo, Rei e Senhor, aprendemos que o poder de Deus não se manifesta no uso da violência armada, mas no amor com que nos acolhe, nos perdoa e abraça a todos. Com Ele aprendemos que reinar é servir. É este o Seu modo de reinar: Ele não reina dominando-nos, mas atraindo-nos no Seu amor.

A oração do pobre eleva-se até Deus” (Sir 21,5). Este é o pensamento bíblico escolhido pelo Papa Francisco, para a celebração do 8.º Dia Mundial dos Pobres. No contexto do Ano da Oração, e já às portas do Jubileu, “a esperança cristã inclui também a certeza de que a nossa oração chega à presença de Deus; não uma oração qualquer, mas a oração do pobre” (Papa Francisco, Mensagem para o VIII DMP, n.º 1). Nós encontramos na oração e, sobretudo na Eucaristia, o alimento do Pão da Vida, que nos dá a força e a coragem, para sair e servir os pobres (cf. Ibidem, 7). Se queremos um mundo novo, como nos anuncia a Palavra de Deus, devemos então começar por oferecer sinais de um futuro melhor, sobretudo a quem mais precisa!

«Para Jesus, tudo o que não seja tudo é nada»!  Aquele “tudo”, de que ouvíamos falar há oito dias, sobre o amor a Deus, “com todo o coração, com todo a alma, com todo o entendimento e com todas as forças” (Mc 12,31) podemo-lo ver, ao vivo, no testemunho de uma mulher, pobre e viúva, capaz de dar ao Senhor tudo o que tem para viver. Ao concluirmos hoje a Semana de Oração pelos Seminários, compreendemos que só chegaremos a viver verdadeiramente a vida, se nos doarmos com tudo o que somos e temos. Peçamos ao Senhor a graça de lhe oferecermos a vida inteira, de lhe oferecermos também os nossos pecados, para os quais lhe pedimos a abundância da Sua misericórdia.

A Equipa de Apoio à Coordenação Diocesana da Pastoral

preparou para toda a Diocese do Porto

uma proposta de caminhada pastoral,

para os tempos entre o início do Advento

e a Festa do Batismo do Senhor.

Serve de mote a esta caminhada,

a letra do refrão do poema

“Tu és a Estrela. Eu sou o peregrino”.

Estes primeiros dias de novembro, com a solenidade de Todos os Santos e a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, fizeram-nos sentir verdadeiramente peregrinos de esperança. Ao iniciarmos hoje a Semana de Oração pelos Seminários, brota do nosso coração peregrino a pergunta do salmista: «Que posso eu esperar» (Sl 39,8)? Olhar o futuro com esperança é próprio daqueles que confiam; é uma resposta a um amor primeiro e último: o amor de Deus. Por isso, olhamos aqueles que ensaiam, diariamente, esta atitude de esperançar; aqueles que esperam pelo discernimento da sua vocação e se abrem à possibilidade de uma continua interrogação, nomeadamente à hipótese da vocação sacerdotal, ainda no seio das suas famílias, nos seminários, no mercado laboral, ou em qualquer outro ambiente ou contexto. Que, nesta celebração da partilha da palavra e da fração do pão, nos sintamos implicados pelo Seu esperar animado e ancorado na permanente questão. Pelas vezes, em que nos entregamos a Deus e ao próximo, a meias, a prazo e sob reserva e condição, peçamos perdão ao Senhor.

Peregrinos de esperança, celebrámos, em primeiro lugar, a bem-aventurança dos santos, de Todos os Santos, que alcançaram a meta e receberam a coroa de glória. É uma multidão de testemunhas, que nos animam nesta peregrinação de esperança, que nos conduz ao encontro com o Senhor. Alguns destes santos têm imagens nos altares das nossas Igrejas, são venerados como exemplo e auxílio para a nossa fragilidade. Mas, entre “Todos os Santos” estarão muitos, cujos restos mortais se encontram neste cemitério, homens santos e mulheres santas, que viveram e conviveram connosco: santos de “ao pé da porta”, que foram nossos familiares, amigos, conterrâneos, da nossa idade e profissão. Entre os fiéis defuntos, muitos esperam a nossa oração e a nossa comunhão, para apressar e intensificar o seu caminho de purificação que os conduza ao Céu. Rezemos todos juntos, vivos e defuntos, uns com os outros e uns pelos outros. Rezemos pelos que partiram antes de nós, confiantes de que também eles intercedem por nós junto de Deus. Somos peregrinos de esperança. Quem espera em Deus sempre O alcança.

Peregrinos de esperança, vivemos hoje a alegria de celebrar a Cidade Santa, a nossa Mãe, a Jerusalém celeste, onde a Assembleia dos Santos, nossos irmãos, glorificam eternamente o Senhor. Peregrinos dessa cidade santa, para ela caminhamos na fé e na alegria, ao vermos glorificados os ilustres filhos da Igreja, que são exemplo e auxílio para a nossa fragilidade. Irmãos e irmãs: não estamos sozinhos, como Povo peregrino. Acompanham-nos, no caminho da eterna bem-aventurança, homens santos e santas mulheres, que intercedem por nós junto de Deus. Sem estes homens e mulheres, que puseram a sua confiança no Senhor, o mundo não teria testemunhas desta esperança. Que vós — e também eu — recebamos do Senhor o dom da esperança de sermos santos.

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