Peregrinos de esperança, viemos a Belém, à Casa do Pão, onde encontramos Cristo vivo, a Estrela que guia o nosso coração, a Estrela que ilumina o nosso chão. Não teremos, por certo, melhor ícone dos peregrinos de esperança, do que os Magos que vêm do Oriente, guiados pela Estrela, em busca do Salvador. Eles representam a esperança das nações, neste mundo global, que nos tornou vizinhos, mas não nos fez irmãos. Podemos associar este movimento ao de tantos migrantes, exilados, deslocados e os refugiados, que fogem à guerra e procuram uma terra, um teto e um trabalho. Neste dia (na véspera do dia) em que o Santo Padre abre a Porta Santa da Basílica de São Paulo fora dos muros, peçamos ao Senhor a graça de derrubar os muros que nos impedem de viver como irmãos e de abrir as portas do coração a todos os que Deus põe no nosso caminho.

Salve 2025, Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo!  Irmãos e irmãs: que dia é este, que celebramos solenemente? É o último da Oitava do Natal, marcado pela circuncisão e pela imposição do Santo Nome de Jesus!  É também o primeiro do ano civil de 2025, em que celebramos o Grande Jubileu.  É, desde há 58 anos a esta parte, o Dia Mundial da Paz. A verdade é que o calendário litúrgico tem hoje um motivo central maior: a celebração da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Celebramo-la, ao contemplar Jesus, nascido de uma Mulher, a quem reconhecemos verdadeiramente Homem e verdadeiramente Deus.  Este é, sem dúvida, o maior e mais glorioso título de Maria, assim aclamada jubilosamente no Concílio de Éfeso, no remoto ano de 431, pelo Santo Povo de Deus. Neste Dia abre-se a Porta Jubilar da Basílica de Santa Maria Maior, contemplando Maria que, pelo seu «sim», abriu a Deus a Porta do Mundo, a Porta da Esperança, a Porta do Grande Perdão, a Porta da Paz. Saudemos, pois, com grande alegria, a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus,a mais afetuosa das mães, que nunca abandona os seus filhos. Ela é, para nós, povo peregrino, «sinal de esperança segura e de consolação» (LG 68).

Abriu-se a Porta Santa do Jubileu do ano 2025, na noite santa de Natal, na Basílica de São Pedro em Roma. Abriu-se, logo depois, a segunda Porta Santa, a da Igreja do Pai-Nosso, na Penitenciária de Rebibbia, em Roma. Abrir-se-ão ainda, durante este tempo do Natal, outras portas, nas diversas Basílicas de Roma, para a celebração do Grande Jubileu. E neste domingo, dia 29, às 16h00, abrir-se-á a Porta Santa da nossa Igreja Catedral do Porto. Deus abre a porta do seu coração, para o Perdão. A Porta escancarada! Todos somos chamados, em resposta ao grande perdão de Deus, a abrir a Porta do coração ao Senhor! Neste domingo da Oitava do Natal, celebramos a Festa da Sagrada Família. E, por feliz coincidência, o Evangelho apresenta-nos a família de Nazaré, em peregrinação ao Templo de Jerusalém. Como eles, também nós somos peregrinos de esperança. Tenhamos a coragem de dar um passo, de atravessar esta Porta do perdão e da reconciliação, de deixar para trás contendas e divisões, a começar por aquelas que destroem a harmonia nas nossas famílias.

Irmãos e irmãs: A ditosa esperança do Salvador manifesta-se no Presépio de Belém: um Menino nasceu para nós. Um Filho nos foi dado. O Natal de Jesus é uma fonte de esperança, para a Humanidade, envolta nas trevas do medo, da violência, da guerra. Em Jesus, nascido em Belém, uma nova esperança nasce para nós. Celebremo-la nesta Eucaristia, com esta certeza: o mesmo Jesus que desceu do céu e está deitado na manjedoura, desce do seio do Pai sobre o altar (São Francisco)e torna-se o nosso alimento (Santo Agostinho). Preparemos o nosso coração, para que se torne pobre, diante da Esperança, que tem Hoje o rosto de um Deus Menino, de uma criança. Para nos tornarmos um povo purificado, um povo peregrino, invoquemos a bondade e a ternura do nosso Deus, Hoje feito Menino.

Nestes dias, em que os mais pequeninos (as crianças e os pobres) são os destinatários das prendas e das maiores atenções do Natal que se aproxima, é bom não perder de vista o caminho para Belém, pois Jesus é a “Estrela que guia o meu coração; é a Estrela que ilumina o meu chão”. Neste caminho, deixemo-nos guiar pela esperança, essa virtude-menina, a exemplo de Maria, a Virgem Peregrina. Ela percorre um caminho de gestação e de esperança, pois leva no seu seio o Menino Deus, que Se faz Homem, fonte da nossa esperança. Com o Seu exemplo, a Virgem Maria incita-nos a sairmos de casa, da nossa zona de conforto, para levarmos às periferias do nosso mundo, aos mais sós e distantes, a Esperança do mundo, Cristo, nosso Senhor.

Alegres na esperança, vivemos este domingo da alegria, na grande expetativa do Natal, que já se aproxima. Formulamos os nossos votos de Natal, sonhamos as prendas a dar e a receber, talvez até façamos alguns propósitos de melhoria nas nossas atitudes. A Palavra e o testemunho de João Batista ajudam-nos a não criar expetativas enganadoras, de uma vida facilitada, mas a alargar e a alegrar os horizontes da nossa esperança, a viver da confiança segura de que o Senhor está connosco, está no meio de nós, para o que der e vier, aconteça o que acontecer. Podemos contar com Ele, para manter viva a chama da esperança, que agora aumenta na luz que se acrescenta à coroa do Advento.

«Tu és a Estrela. E eu sou o peregrino.Com todos e para o bem de todos». Com este lema, continuamos a percorrer o caminho da esperança, que nos conduzirá à celebração do Natal e ao início do Grande Jubileu do ano 2025. Somos todos peregrinos de esperança. E esta grande e ditosa esperança tem um exemplo perfeito, uma testemunha singular: Maria, a Mãe de Jesus. O Advento é o tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera. Ela esperou com inefável amor a vinda do Salvador. Celebremos esta Solenidade da Imaculada Conceição, olhando para Maria, como Estrela da Manhã, Estrela do Mar, Estrela da Esperança.

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