O primeiro dia do Tríduo Pascal é o Dia da Paixão e morte do Senhor, que celebramos hoje de modo solene. A celebração da Paixão tem hoje um expressivo reinício, com uma Procissão em absoluto silêncio e um gesto de prostração. O Presidente não fará qualquer Saudação, depois da prostração, porque, na verdade, todas as celebrações do Tríduo Pascal são uma só: começaram ontem com a Missa da Ceia do Senhor e só terminarão com as Vésperas na tarde do Domingo de Páscoa. O silêncio de todos expressa a dor da Igreja-Esposa, pera perda do Seu Esposo. O espanto por um amor tão grande fecha a nossa boca no silêncio, para anunciar, invocar, adorar e comungar a Paixão e a Morte do Senhor.
Irmãos e irmãs: Peregrinos de esperança, eis que chegámos à Páscoa, meta do nosso caminho quaresmal. Com a celebração desta Eucaristia Vespertina da Ceia do Senhor, damos início ao Sagrado Tríduo Pascal do Senhor Crucificado, Sepultado e Ressuscitado. Esta celebração, em jeito de pórtico e introdução ao Tríduo Pascal, reporta-nos àquela mesma noite, em que Jesus, desejando ardentemente comer a Páscoa com os seus discípulos, os reuniu para a Ceia Pascal, sinalizando e antecipando à mesa a sua entrega, a sua morte e ressurreição por nós. Nos sinais do Pão e do vinho e no lava-pés, Jesus, Mestre e Sumo Sacerdote, antecipa o sacrifício de Si mesmo, que se consumará na Cruz. Fixemos então o nosso olhar na Cruz do Senhor, âncora da nossa esperança.
Irmãos e irmãs: “Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa”, desde o princípio da Quaresma, vimos a percorrer juntos um caminho de oração, de transformação, de conversão, de reconciliação e de perdão. Fizemo-lo sempre ancorados na Cruz de Cristo, que é passagem obrigatória da nossa esperança, daquela esperança que não ilude nem desilude. Esta “esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na Cruz” (SNC, n.º 3). Hoje estamos aqui reunidos, para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do mistério pascal do Senhor, isto é, da sua Paixão, Morte e Ressurreição. Foi para realizar este mistério de entrega e de amor até ao fim, que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando hoje, com fé e devoção esta entrada triunfal na Cidade Santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na sua Cruz, esperamos um dia ter parte na sua Ressurreição.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, eis-nos já no V Domingo da Quaresma. Ainda não alcançamos a meta da Páscoa gloriosa e da vida nova em Cristo. Continuamos a correr, «esquecendo-os o que fica para trás, lançando-nos para a frente», porque a esperança corre sempre por caminhos de futuro. Mas este movimento, que abre um caminho novo, também requer uma pausa, um ponto de apoio, na Eucaristia, que é fermento da nossa transformação, da transformação do coração, da transformação das pedras em perdão.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, estamos a celebrar o IV Domingo da Quaresma. O tom rosa da cor litúrgica dos paramentos exprime já a alegria da Páscoa, que se deseja e se aproxima. Contritos, esperamos esta Páscoa, que celebramos semanalmente, em cada Domingo, na celebração da Eucaristia. Renova-se, para nós, a Festa de Jesus, o Filho de Deus, que estava morto e voltou à vida!
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, celebramos hoje o 3.º Domingo da Quaresma. Este Domingo oferece-nos uma nova oportunidade de parar, de ancorar a nossa vida, dentro deste campo da vinha, desta comunidade cristã, que é o Povo do Senhor. Ancoramos na vinha da conversão. Reunidos em Eucaristia, aproveitemos a oportunidade para deixar o Senhor escavar e adubar o terreno do nosso coração, na esperança dos melhores frutos.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, encontramo-nos, de novo, junto do Senhor, que nos chama a subir com Ele ao monte santo da transfiguração, para nos abrir novos horizontes no caminho da esperança. No passado domingo, ancorávamos em Cristo a nossa vida, partindo com Ele, para o deserto. Foi o nosso ponto de partida, para sair da terra da escravidão. Neste 2.º domingo da Quaresma, fixamos agora os olhos noutra pátria, na meta última da nossa peregrinação: a nossa transfiguração, a nossa transformação em Cristo.
Irmãos e irmãs: na passada Quarta-Feira de Cinzas, iniciámos o Tempo Santo da Quaresma. Propomo-nos viver a Quaresma de 2025, como Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa. Na verdade, a Quaresma é um tempo de esperança, cuja meta é a Páscoa do Senhor nas nossas vidas. Na Procissão de entrada, a Cruz abre o caminho e atrai o nosso olhar para Cristo. A âncora ao lado da Cruz é o símbolo de Cristo, nossa esperança, a quem dizemos de todo o coração: “No caminho, eu confio em Ti”.