Jesus entra na sinagoga a um sábado. E ali ensina com a autoridade que lhe vem da Sua proximidade, da Sua unidade, da Sua coerência de vida! A Sua Palavra é eficaz e os Seus gestos são eloquentes. Jesus é o que diz. Ele faz ao dizer. Ele fala ao fazer. Ele enfrenta e afronta o mal pela sua raiz. Jesus liberta-nos do pecado que nos divide. No fulgor da luz deste Deus Santo, reconheçamos a nossa face negra, as sombrias regiões dos nossos pecados, sobretudo os de incoerência e de desobediência à Palavra de Deus.
Hoje celebramos o 3.º do Tempo Comum. Desde há 5 anos que o Papa Francisco nos pede que este seja o “Domingo da Palavra de Deus”. É um Domingo “dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus" (Aperuit Illis, 3). Seja este Domingo da Palavra “não uma vez por ano, mas uma vez por todo o ano” (Aperuit Illis, 3). “Permanecei na minha Palavra” (Jo 8,31)é o desafio que marca a celebração deste 5.º Domingo da Palavra. Só assim nos tornaremos discípulos de Jesus! A celebração deste Domingo da Palavra é, pois, uma oportunidade, para descobrirmos a importância da Palavra de Deus na nossa vida, quer como fiéis ouvintes, quer como anunciadores e testemunhas.
Com o mês de janeiro, quase a meio, deixámos o calor das festas e enfrentamos o frio destes dias, os dias do nosso quotidiano. É um tempo para crescer no conhecimento e na amizade com Cristo. Aquele Jesus que Se manifestou outrora no Presépio e nas águas do Rio Jordão é agora indicado por João Batista aos seus discípulos como «o Cordeiro de Deus». Nesta Eucaristia, Ele oferece-Se e dá a Vida por nós. E, na humildade da Sua entrega, chama-nos a procurá-l’O, a encontrá-l’O e segui-l’O, de corpo e alma.
Como os Magos, vindos do Oriente, viemos com alegria e chegámos a Belém, atraídos, seduzidos, maravilhados e surpreendidos com a luz do rosto do Deus, que se revela na pequenez daquele Menino, nosso Salvador. O lema que nos guiou, como a “Estrela” aos Magos, ao longo desta caminhada foi este: “Vamos com alegria. Vamos todos a Belém”. Agora, como os Magos, entramos na Casa do Pão, para nos aproximarmos da manjedoura do altar. “Há dois mil anos que a Igreja é o berço onde Maria depõe Jesus e O confia à adoração e à contemplação de todos os povos. Nos sinais do Pão e do Vinho consagrados, Cristo ressuscitado e glorioso, luz das nações (cf. Lc 2, 32), revela a continuidade da sua Encarnação. Ele permanece verdadeiramente vivo no nosso meio, para nos alimentar com o seu Corpo e Sangue” (São João Paulo II, Inc. Mist., 11). Prostrando-nos humildemente diante do Senhor, pedimos perdão pela nossa vida sem caminho.
Uma Mensagem de Paz para o novo Ano de 2024.
Do Pároco e dos Jovens de Nossa Senhora da Hora e de Guifões, para si.
Salve 2024, Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo! Irmãos e irmãs: que dia é este, que celebramos solenemente, sem os excessos de uma passagem de ano? É o último da Oitava do Natal, marcado pela circuncisão e pela imposição do Santo Nome de Jesus! É também o primeiro do ano civil, do ano de 2024, que desejamos seja “Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo” e nos prepare para o Grande Jubileu de 2025. É, desde há 57 anos a esta parte, o Dia Mundial da Paz, cuja atualidade se revela, por demais, gritante, neste tempo em que vivemos uma espécie de terceira guerra mundial aos pedaços. Todavia, a verdade é que o calendário litúrgico tem hoje um motivo muito maior: a celebração da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Celebramo-la, ao contemplar Jesus, nascido de uma Mulher, a quem reconhecemos verdadeiramente Homem e verdadeiramente Deus. Este é, sem dúvida, o maior e mais glorioso título de Maria, assim aclamada jubilosamente no Concílio de Éfeso, no remoto ano de 431, pelo Santo Povo de Deus. Saudemos, pois, com grande alegria, a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus. Invoquemos do Senhor, por meio d’Ela, as suas maiores bênçãos e confiemo-nos, desde já, ao seu colo materno, para enfrentarmos com coragem as graças e desafios do novo ano de 2024.
“Vamos com alegria. Vamos todos a Belém”. Mas hoje temos de continuar a viagem, acompanhando a Sagrada Família, na sua primeira peregrinação ao Templo de Jerusalém, para a apresentação do Menino Jesus. É um dos belos mistérios da infância de Jesus, um dos mistérios da alegria, mas onde se desenha já a sombra da Cruz, onde se anuncia já a espada de dor, que trespassará o coração de Maria. Tal acontecerá quando o Filho, oferecido pelos pais, Se oferecer ao Pai por todos nós. A alegria do amor em família, que se vive em Nazaré, é também escola de sabedoria, para a nossas famílias, sempre a caminho. Celebremos esta Festa da Sagrada Família, neste domingo dentro da oitava do Natal, pois o mistério da Encarnação, tem lugar no seio de uma família da humilde da periferia de Nazaré, onde Jesus crescia e se robustecia, enchendo-se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. Esteja com as nossas famílias também.
Viemos com alegria e eis-nos a celebrar juntos o Natal do Senhor. “Hoje, caríssimos irmãos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida, uma vida que infunde a alegria da eternidade prometida. Ninguém é excluído desta felicidade, porque é comum a todos os homens a causa desta alegria: Nosso Senhor veio para nos libertar a todos. Alegre-se o santo, porque se aproxima a vitória; alegre-se o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; anime-se o pagão, porque é chamado para a vida” (São Leão Magno). Alegremo-nos, todos, irmãos e irmãs. Porque o Natal é uma grande alegria para todo o Povo. Preparemos o nosso coração, para corresponder à ternura de Deus com o sorriso de um coração novo.