Liturgia e Homilias no XIV Domingo Comum B 2024
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E baixou, de repente, a temperatura da fé! Jesus, capaz de expulsar demónios, de acalmar a tempestade, de estancar o fluxo de sangue e de acordar os mortos, vê-Se impotente, na sua terra e entre a sua gente de Nazaré, de tal modo que não pôde ali fazer nada de extraordinário! Na verdade, é a fé que abre caminho ao milagre que transforma, cura e salva, acorda, ergue e levanta a nossa vida. Por isso, peçamos ao Senhor que desfaça a dureza dos corações e a limitação das nossas mentes, para que sejamos abertos à sua graça, à sua verdade e à sua missão de bondade e misericórdia.

 

HOMILIA no XIV DOMINGO COMUM B 2024

Estava admirado com a falta de fé daquela gente!

1.  De onde vem esta falta de fé, que deixa Jesus de boca aberta? Vem da rejeição de Jesus, em nome de uma falsa imagem de Deus. Jesus, o carpinteiro de Nazaré, filho de Maria, vive entre os seus, com a sua humanidade inteira, cheia de ternura, de proximidade e de compaixão, mas obviamente sem o espetáculo do extravagante, sem a exibição de provas irrefutáveis, sem passes de magia para dar nas vistas, sem o poder dos senhores deste mundo. Aquele que tem poder… nada pode contra a liberdade humana. Esta revelação de Jesus, o Messias, o Filho de Deus, foi motivo de escândalo para os seus conterrâneos, para quem Deus – por assim dizer – não podia descer tão baixo. Cumpre-se então a profecia de João: “Veio ao que era seu e os seus não O receberam” (Jo 1,11). E, como reage Jesus a este “fracasso”, a esta derrota, precisamente quando está a «jogar em casa»? Jesus não desanimou nem se deixou bloquear pelo insucesso: percorria as aldeias ensinando

2.Este Evangelho deixa-nos três desafios:

2.1.O primeiro desafio da fé é o de deixar-se surpreender e encantar pela pessoa de Jesus de Nazaré, tal como Ele é. Talvez muitos de nós saibamos de Jesus pouco mais que o nome, a profissão, a residência, mas não O reconhecemos como Cristo, o Filho de Deus vivo. É preciso, pois, que cada um de nós, mesmo sendo já batizado, se sinta e se faça discípulo e aprendiz do Mestre, pronto a fazer caminho, com Cristo e com a Igreja, para se tornar cristã(o). Tudo isto – insisto – começa por esta coisa simples: encontrar ou deixar-se encontrar e fascinar e surpreender por Jesus. Deste encontro, é que brota a fé e a alegria do seguimento de Jesus!

2.2. Daqui nos vem um segundo desafio: o de conhecer Jesus mais em profundidade. A maior parte de nós conhece Jesus em segunda mão, conhece-O de ouvir falar d’Ele, mas não tanto de estar e falar com Ele. Durante estas férias, procuremos conhecer melhor Jesus, por exemplo, através da leitura dos quatro Evangelhos ou, pelo menos, do Evangelho deste ano litúrgico (São Marcos). Porque não? Nestas férias, entrai em contacto com a humanidade de Jesus, através da leitura do Evangelho.

2.3.O terceiro e último desafio é o de transformar o fracasso pastoral em oportunidade de missão. Rejeitado na sua própria terra, Jesus percorria os arredores ensinando. Hoje as terras de missão não são apenas a África ou a Ásia. Hoje a nossa Europa, o nosso País, os arredores desta nossa terra, são os novos espaços de missão. Cada um interrogue-se: Qual é o lugar do coração na minha Paróquia, que ainda não recebeu Jesus? Cada um tome esta divisa, para si: “Eu sou uma missão na minha terra e para isso estou neste mundo” (EG 273). Na minha terra é onde a missão é mais difícil? Sim. Mas, por isso mesmo, é onde ela é mais necessária! Tenhamos a coragem de assumir a nossa missão profética na nossa terra! Pode acontecer que não corra bem, pode acontecer que nos rejeitem, que nos descartem, que nos desprezem, que se riam de nós, por causa do Evangelho! Mas, ao menos, “saberão que há um profeta no meio deles” (Ez 2,5).

3.Queridos irmãos e irmãs, queridos catequizandos: no final deste ano pastoral, peço-vos que não deixemos cair os braços, que não deponhamos as armas do combate pela fé. Não há férias, na vida cristã, nem na missão. Levemos Jesus a todos e por todos os arredores desta nossa terra, coração a coração, nesta terra de missão! 

 


 

 

 

 

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