A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Hora foi edificada para responder ao crescimento ao populacional da freguesia da Senhora da Hora, sob a liderança pastoral do pároco, Pe. António Gonçalves Porto que, para o efeito, criou uma Comissão Executiva em 17 de novembro de 1952. O anteprojeto da construção da Igreja foi feito pelo Arquiteto Paulo Sampaio e orientado pelo Engenheiro Barbosa de Abreu, com data de 13 de fevereiro de 1953. A bênção da primeira pedra ocorreu a 2 de maio do mesmo ano. A cripta foi inaugurada em maio de 1958. Tornou-se lugar de culto, a partir de 11 de fevereiro de 1963. Em 1986 fizeram-se obras de ampliação das instalações anexas à Igreja, pelo Arquiteto Rogério Castelo. Em 1992, a Igreja sofreu algumas alterações significativas na disposição dos altares e da decoração, sob a orientação do referido Arq. Rogério Castelo. No interior, e provisoriamente, na zona do batistério, encontram-se algumas imagens da conhecida escultora portuense, Irene Vilar. Atualmente (2018), aguarda-se comparticipação do Estado para obras de requalificação da Igreja.
Estilo arquitetónico
O estilo contemporâneo da Igreja afasta-se do modelo canónico que estamos acostumados a ver. Todavia, a Igreja apresenta-se em perfeita simbiose, com o meio envolvente e espelha as noções de estética e de gosto, do tempo pré-conciliar em que foi construída.
Tem um estilo arquitetónico moderno com linhas simples e retas a invocar a elevação do edifício. Planta em formato oval, orientação Norte – Sul, com uma volumetria exterior de aspeto elipsoidal sólida, descontinuada por grandes vãos, quer no frontispício, quer nas paredes laterais.
A fachada principal tem uma composição invulgar e assemelha-se quase à entrada de uma unidade fabril, rematada do lado direito por uma torre sineira estreita e muito alta.
Demarcadas na frontaria, surgem duas cruzes, uma inscrita numa circunferência, no topo da fachada principal e uma cruz alcandorada no topo da torre sineira.
Originariamente, no guarda-vento da Igreja, e em paralelo com a torre sineira, do lado esquerdo encontrava-se o batistério. Ainda hoje se pode ver neste local a pia batismal, mas já sem a função sacramental, e sobre a qual assenta a imagem de Santo António e, à sua volta, outras imagens, todas da autoria de Irene Vilar.
Já no interior, encontra-se uma nave única onde sobressaem grandiosos vitrais com uma rica gama policromada de tons, como o azul, o amarelo, o bege e o castanho, que conferem ao espaço uma luminosidade dinâmica e enérgica. Na sua totalidade, o conjunto apresenta-se equilibrado, sóbrio e bem proporcionado com uma ampla nave concêntrica, reforçando o conceito de reunião e de agregação.
Há um espaço fluido entre nave e capela-mor. No altar-mor, destaca-se o Santíssimo. Fora do presbitério, do lado direito, encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Hora, a padroeira, da autoria de Irene Vilar. De registar que, inicialmente, as imagens maiores de Nossa Senhora da Hora (padroeira) e de Santo António (padroeiro secundário) estavam colocadas no altar-mor, sobre pequenas peanhas.
No quadro de um projeto de requalificação da Igreja, em 1992, do lado esquerdo, no interior da Igreja, foi colocada uma nova pia batismal e construída, por detrás, na parede, uma réplica da Fonte das Sete Bicas. Procedeu-se ainda à colocação de gravuras de alto-relevo, nomeadamente das cenas bíblicas da mulher adúltera e de Cristo a acalmar a tempestade. Nessa mesma altura, foi mandada esculpir, em Viana do Castelo, a imagem de Cristo, em pedra, presente no altar-mor. Destaca-se ainda, neste ano, a encomenda dos sinos para a torre. Todas estas alterações foram realizadas pelo Sr. Pe. Neves, juntamente com o apoio e conhecimento de poucos paroquianos e à revelia da Diocese. Tecnicamente, contou com o apoio do Arquiteto Rogério Castelo.
O edifício da Igreja da Senhora da Hora é parte integrante da identidade histórico-cultural da cidade e um dos espaços mais importantes a manter para a perpetuação de memórias coletivas e do sentido de comunidade
Atualmente (2018), a Paróquia espera aprovação pela Direção-Geral das Autarquias Locais, de financiamento para um projeto de requalificação da Igreja, que prevê o alongamento do coro alto, sob o qual se abrigarão o batistério e o confessionário, na zona próxima da atual parede divisória entre o guarda-vento e a Igreja. Previstas também obras de redefinição do presbitério e dos seus elementos fundamentais (sede, altar e ambão).
Conjunto escultórico de Irene Vilar
Por decisão do Sr. Pe. Neves, em inícios de 1992, foram retiradas do altar principal as imagens de Nossa Senhora da Hora e de Santo António e, do interior, as imagens de São José, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora da Conceição. Estas viriam a ser colocadas, na zona do primitivo batistério, de forma semicircular, em pequenos pedestais. Por seu turno, a imagem da Padroeira foi, posteriormente, colocada, em destaque, fora do presbitério, do lado direito, em altar próprio. Em 20 de maio de 2010, foi concluído o restauro das esculturas, por alunos e técnicos do Centro de Conservação e Restauro da Universidade Católica Portuguesa.