Em pleno mês de agosto, Jesus sobe a temperatura da vida cristã, ateando sobre as nossas vidas o Seu fogo. Bem sei que seria mais agradável mergulhar, em águas doces ou salgadas, do que deitar mais achas para a fogueira. Mas, neste agosto preguiçoso, o combate da fé não conhece tréguas, perante a hostilidade que Cristo e os cristãos têm de suportar. Por agora, fitemos os olhos em Jesus, o guia da nossa fé, e imploremos, para nós e para todos os irmãos, a graça do alimento que nos fortalece e anima, que nos dá a força da perseverança e da resistência na fé e na esperança. Invoquemos a misericórdia do Senhor.

Celebramos a meio de agosto, a Assunção de Nossa Senhora, a Páscoa de Maria. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é a primeira criatura associada à glória da ressurreição do Seu Filho. Por isso, em Maria vemos realizada a esperança da Ressurreição, que nos está prometida. Ela é a Estrela da nossa Esperança. Ela corre ao nosso encontro para nos fazer caminhar com os pés na terra e os olhos postos no céu, meta da nossa peregrinação para a Casa do Pai.

Em pleno mês de agosto, [no início da Semana nacional da Mobilidade Humana], no mês das viagens e peregrinações, das férias e deslocações, temos Abraão, nosso pai na fé e na esperança, como figura histórica de referência, nesta busca itinerante de uma terra prometida. Ele é a imagem do crente peregrino e do crente que acolhe a Deus, na pessoa do outro. No Evangelho, Jesus pede-nos a prontidão do serviço e a luz da fé, para caminhar vigilantes, na direção da Pátria Prometida, ao encontro do Senhor. Comecemos por reconhecer os nossos medos, fugas e indiferenças em relação aos últimos das nossas sociedades, a quem devíamos justamente dar o primeiro lugar.

No primeiro domingo de agosto, vêm a contragosto as advertências do sábio Coelet, do apóstolo Paulo e do único Mestre, que é Jesus Cristo. Um alerta vermelho contra o risco da avareza, irmã gémea da cobiça e da soberba. Talvez estivéssemos à espera, em tempo de férias, de uma Palavra mais suave, mais deslizante, menos exigente e menos acutilante. Mas não. A Liturgia da Palavra não nos vende ilusões de verão e enche de sabedoria o nosso coração, para nos tornar ricos aos olhos de Deus e nos fazer aspirar às coisas do alto. Em sintonia com o Jubileu dos Jovens, que se concluo este domingo, em Roma, comecemos esta celebração por reconhecer o que há no nosso coração de vacuidade, de avareza, de mentira, de idolatria. 

Celebramos o XVII Domingo Comum, que é também o 4.º Domingo do mês de julho, o mais próximo do dia 26 (deste sábado), dia litúrgico em que se faz memória de São Joaquim e de Santa Ana, avós de Jesus. Celebramos neste Domingo o 5.º Dia Mundial dos Avós e Anciãos, sob a inspiração de Ben Sirá, que proclama “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14, 2). Os avós, que sonham o futuro dos netos, são, para nós, semeadores e testemunhas de esperança. E os anciãos, que vivem na solidão, precisam que sejamos para eles sinais de esperança. Hoje, a Palavra de Deus, desafia-nos à oração, como primeira força da esperança. A oração abre a porta à esperança (Francisco, Catequese, 20.5.2020). Façamo-lo desde já, contando-nos entre os pecadores, na confiança da misericórdia do Pai, que excede a justiça dos homens.

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