Deus e o ser humano, o amor a Deus e ao próximo… as duas faces da mesma moeda. Hoje, o título de pai e a imagem da mãe aparecem-nos como as duas faces do rosto paterno e materno de Deus. Deixemo-nos mover e comover pela Palavra e peçamos ao Senhor que nos faça crescer como filhos de Deus e como irmãos em Cristo. Invoquemos o perdão deste Deus Pai, que a todos nos ama com coração de Mãe.
Alegres na esperança é a proposta que somos chamados a viver, nestes dois dias. Celebrámos, em primeiro lugar, a bem-aventurança dos santos, a feliz condição e a plena realização de Todos os Santos. Exultamos de alegria: a alegria completa, a alegria que é participar da vida nova da ressurreição. Por graça de Deus, os Santos, já alcançaram a meta do Paraíso e querem-nos atrair para aí, para o coração de Deus. Entre “Todos os Santos” estarão muitos que viveram e conviveram connosco: santos de “ao pé da porta”, que foram nossos familiares, amigos, conterrâneos, da nossa idade e profissão. Esta comunhão dos santos e de santos, faz-nos rezar e celebrar a Eucaristia, para apressar e intensificar o caminho de purificação que nos conduz ao Céu. Rezemos juntos, vivos e defuntos, uns com os outros e uns pelos outros. Rezemos pelos que partiram antes de nós, confiantes de que também eles intercedem por nós junto de Deus. É agora o dia e a oportunidade de proclamar a última bem-aventurança: «bem-aventurados os que morrem no Senhor» (Ap 14,13).
“Exultemos de alegria no Senhor, celebrando este dia de festa em honra de todos os santos” (Ant. de entrada). Alegres na esperança é a divisa que nos orienta nestes dias, em que somos chamados a olhar para o céu, nossa meta, onde uma constelação de estrelas, nos serve de guia, para avançarmos juntos por um caminho novo. O nosso olhar projeta-se hoje para a galeria dos santos beatificados e canonizados. Não são os nossos globos de ouro, mas o ouro do nosso mundo. Não são heróis da banda desenhada nem extraterrestres. São homens e mulheres, alguns «santos de ao pé da porta», da nossa família, da nossa terra, da nossa profissão, do nosso tempo. Não tenhamos medo nem vergonha da santidade; ela não nos tira forças, nem vida, nem alegria. No fundo, na vida «existe apenas uma tristeza: a de não ser santo (León Bloy). Por isso, somos chamados a ser santos: todos, todos, todos!
Jesus continua sob interrogatório e a surpreender-nos com as suas respostas. Da política ao catecismo, os fariseus experimentam Jesus, em todas as matérias. Agora, a pergunta a Jesus é sobre qual o principal mandamento, de entre 613 preceitos! Jesus recorda-nos o amor a Deus e ao próximo, como duas faces da mesma moeda, pondo diante de nós o rosto de Deus e a face do irmão. Ambos provêm do mesmo Amor com que Deus primeiro nos amou. Amar a Deus e amar o próximo não é mais do que responder ou corresponder a esse primeiro amor. Por isso, movidos pelo amor de Deus, deixemo-nos converter ao Deus vivo e verdadeiro.
Corações ardentes, olhos abertos e pés ao caminho… são os três movimentos dos discípulos do Senhor, depois de serem atravessados e encontrados por Jesus, no Caminho de Emaús. O Papa Francisco escolheu essa cena bíblica, como fonte de inspiração para a Celebração deste Dia Mundial das Missões. Uma vez que a missão tem na Eucaristia a sua fonte e a sua meta, somos todos convidados, nesta Celebração, a deixar arder os nossos corações na escuta da Palavra. À volta da mesa do altar, seremos também desafiados a abrir os olhos da fé, no gesto eucarística de partir o Pão, para reconhecer Jesus. E, finalmente, como sempre, seremos enviados da Missa em Missão, pondo pés ao caminho.
“Vamos com alegria. Juntos por um caminho novo”. Este convite, que resume o lema do novo ano pastoral, está bem inspirado naquele convite do salmista peregrino, que cantava a caminho do Templo: “Vamos com alegria para a Casa do Senhor”. É a alegria de caminharmos juntos ao encontro do Senhor. É alegria de celebramos juntos o Dia do Senhor. É a alegria de sermos e de vivermos em comunidade. Este desafio pastoral “Vamos com alegria” traduz-se, também hoje, no Evangelho, no convite do Senhor: “Preparei o meu banquete (…) Vinde às bodas”. E somos todos, todos, todos, convidados para a mesa do Senhor!
Ainda cheira a vinho novo, a vinha e a vindimas, pelo menos nos aromas da Liturgia da Palavra deste Domingo. Pela terceira vez, somos convidados a cuidar desta vinha, à imagem de Deus, que cuida de nós, na esperança dos melhores frutos. Em Roma, os participantes na Assembleia Sinodal procuram cuidar da vinha da igreja, para fazer dela, tal como a vinha da parábola, um lugar vital onde todos encontrem um lugar, uma palavra, um alento de esperança, uma fonte de alegria. Estamos a iniciar um novo ano pastoral, um novo ano de catequese. E somos chamados a cuidar uns dos outros com a ternura de um jardineiro e a paciência de um vinhateiro, como servidores da alegria do Senhor. Por isso, o desafio deste ano pastoral é este: “Vamos com alegria. Juntos por um caminho novo”.
Continuamos, neste Domingo, a escutar o convite do Pai a trabalharmos, como filhos queridos, na Sua vinha. A Vinha do Senhor é não é lugar de tormento, de castigo, mas praça da alegria. A Vinha não é apenas o espaço interior da Igreja, com os seus diversos grupos e movimentos. A Vinha é todo o campo deste mundo, onde os cristãos são chamados a colaborar na edificação do Reino de Deus. Somos chamados a fazê-lo, com a prontidão e a alegria do serviço, com gestos concretos e não com palavra vazias. Porque muitas vezes dizemos sim… mas não agimos em coerência e em consequência, peçamos perdão.