Liturgia e Homilias no 1.º Domingo do Advento C 2024
Destaque

Irmãos e irmãs: Iniciamos hoje um caminho ao encontro do Deus Menino, que Se manifestará a todos no Presépio de Belém. Somos peregrinos, como Maria e José, como os Pastores, como os Magos, ao encontro do Salvador, que vem até nós. Cada um de nós, pode dizer hoje a Jesus, que veio, vem e há-de vir: “Tu és a Estrela. Eu sou o peregrino”. Não caminhamos sozinhos ou às escuras. No meio da noite, guia-nos a luz da esperança. Por isso, no início do novo ano litúrgico, vamos benzer esta Coroa [Estrela], com que inauguramos o tempo do Advento. As suas luzes lembrar-nos-ão que Cristo é a Luz do mundo. A cor verde significa a vida e a esperança. A Coroa [Estrela] do Advento é, pois, um símbolo de que a luz e a vida triunfarão sobre as trevas e a morte, porque o Filho de Deus fez-se Homem e deu-nos a verdadeira vida. Ao acender, semana após semana, os quatro círios, queremos significar a nossa progressiva preparação parareceber aLuzdo Natal. Porisso, hoje, 1.º Domingo do Advento, abençoamos esta Coroa (Estrela] e acendemos o primeiro círio.

HOMILIA NO 1.º DOMINGO DO ADVENTO C 2024

 

1.Tu és a Estrela. Eu sou o peregrino. Com todos e para o bem de todos”. Este é o lema da breve caminhada, que nos conduzirá à celebração do Natal do Senhor e nos introduzirá no Grande Jubileu do ano 2025. Nesta perspetiva, percorremos este caminho, desde o Advento ao Batismo do Senhor, como “peregrinos de esperança”. Perguntemo-nos então: Como manter acesa esta chama viva da esperança, no meio da noite, da incerteza, da insegurança, do medo, da dúvida? Jesus deixa-nos alguns conselhos em três duplas exortações: Erguei-vos e levantai a cabeça, cuidai do vosso coração e estai atentos, vigiai e orai. Vamos fixar-nos sobretudo nestas duas últimas: vigiai e orai.

2. Vigiar é estar atento aos sinais, estar acordado, estar desperto, estar levantado, para não cair no adormecimento, para não perder a oportunidade quando ela chegar, para não se deixar surpreender quando o perigo ameaçar ou um facto extraordinário acontecer. Pensemos nos pais que velam pelos filhos, pela noite, enquanto dormem; pensemos na enfermeira e nos cuidadores, que velam junto dos doentes e dependentes; pensemos nos monges e religiosos, de vigília, durante a oração noturna. Pensemos numa sociedade atenta, que capta os sinais de perigo e lê os sinais dos tempos. Pensemos em nós, na própria Igreja, que vigia sempre, tal como a Esposa deseja e aguarda a chegada do Esposo, clamando «Vem, Senhor Jesus» (Ap 2,20).

3. Esta vigilância aparece, nos Evangelhos, sempre ligada à oração. Jesus diz-nos: “vigiai e orai”. Precisamos de rezar, de rezar mais, de rezar melhor, para dilatar o espaço do nosso coração, para o limpar e escavar nele o desejo mais profundo da vinda do Senhor. Rezemos, purificando o nosso coração do vinagre e do azedume dos desejos imundos e mundanos, libertando-o do peso das preocupações da vida, para que Deus possa encher o nosso coração do mel da Sua ternura e da Sua bondade. Quando pensamos em algumas formas de preparar e de celebrar o Natal, marcadas por excessos de comidas e bebidas, de prendas e de embrulhos, ficamos com a impressão de que o nosso coração enfartado e atulhado já não deseja mais nada, já não espera mais nada, já não tem espaço para o Senhor, que vem e quer nascer e habitar em nós! Não aconteça de chegarmos ao Natal fartos do Natal. Cuidado com os enfartes! Rezemos, sobretudo, ao longo deste caminho de peregrinos, para dar força à nossa esperança, porque “a oração é a primeira força da esperança. Reza-se e a esperança cresce, aumenta. A oração abre a porta à esperança” (Papa Francisco, Audiência Geral, 20 de maio 2020).  Na verdade, dizia Bento XVI, o primeiro lugar de aprendizagem e de exercício da esperança é a oração. Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar e escutar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar, Ele sempre vem em meu auxílio. Se me encontro confinado numa extrema solidão... sei que quando rezo, nunca estou só (cf. Spe salvi, n.º 32).

4. Nesta 1.ª semana do Advento semana, fixemo-nos então neste duplo apelo: vigai e orai. O primeiro apelo vigiai desafia-nos a oferecer sinais de esperança, sobretudo aos doentes e idosos, em suas casas ou em instituições. Visitemo-los, como quem faz uma peregrinação em direção a Cristo presente neles. Cuidemos um pouco mais dos cuidadores (formais e informais), reconhecendo-os e apoiando-os na sua missão. O segundo apelo orai desafia-nos a fazer da oração uma força de esperança, o respiro da vida, a chave que abre o dia e o ferrolho que fecha a noite. Façamos, pelos menos, todos os dias, a oração da manhã e a oração da noite.  Dêmos força à esperança.

5. E fiquemos agora, uns segundos, a rezar e a pensar, em nossos corações«Que desejo e que espero eu neste Natal? Aquilo que espero e desejo neste Natal é uma prenda que vem realmente de Deus? O que eu desejo e espero neste Natal pode tornar-se uma Oração?Estará o meu coração limpo e amplo, para receber o dom do Senhor, que vem até mim»? 

Baixinho, digamos todos ao Senhor: “Tu és a Estrela que guia o meu coração. Tu és a Estrela que ilumina o meu chão. Tu és a Estrela e eu sou o peregrino”!

 

 

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