Levanta-te. Juntos por um caminho novo! Este é o lema que nos é proposto para este novo ano pastoral, na nossa Diocese do Porto. Levanta-te... é o primeiro imperativo, porque a tentação do discípulo é acomodar-se, é sentar-se, se possível, em alguma cadeira do poder, à esquerda ou à direita de quem manda. Ora, seguir Jesus não é encontrar um estado de vida; é percorrer com Ele o Caminho do amor. Juntosporque o Senhor não nos salva sozinhos; juntos porque o Senhor nos quer “todos família, todos irmãos”. Por um caminho novo…aberto à Igreja, com o Sínodo sobre a sinodalidade. Na Sé do Porto, tem lugar, na tarde deste domingo, a celebração de abertura do caminho sinodal, a nível de cada diocese. Em cada Vigararia da nossa Diocese, tem lugar a celebração deste 20.º Dia Diocesano da Família, que a pandemia adiou para hoje. Que os casais e as famílias nos inspirem e ajudem a edificar uma Igreja, em que todos os fiéis (leigos, ministros ordenados ou religiosos) aprendam a caminhar juntos, rumo ao Pai, com Jesus no meio, sob a luz e guia do Espírito Santo.

Juntos por um caminho novo é o propósito e a aspiração mais profunda de quem se abeira de Jesus, porque sente que, apesar de tudo, ainda lhe falta alguma coisa para ser inteiro, para ser feliz.No seguimento de Jesus, corremos e acorremos até Ele, porque só Ele nos oferece um Caminho com saída para a vida verdadeira.Mas Jesus desafia-nos a deixarmos para trás tudo o que nos impede de seguir em frente. Há sempre uma coisa, há sempre qualquer coisa que não nos faz falta e que faz falta largar para seguir Jesus. Deixemo-nos então tocar pelo olhar de Jesus. Que a Sua Palavra atravesse, como uma espade de dois gumes, as divisões da nossa alma e opere a esclerose, a dureza e o fechamento do nosso coração. Invoquemos a Sua misericórdia.

Não separe o homem o que Deus uniu!”  E o Evangelho não separa homem e mulher, unidos em matrimónio, mas também não separa as crianças dos pais, porque não é bom que o homem esteja só; não é bom que a mulher esteja só; não é bom que o casal esteja só, não é bom que a família esteja só, na sua vocação e missão. O Senhor quer-nos, unidos e reunidos, lá em casa, como pequena Igreja e nesta Casa, como grande família. Ele quer-nos fazer avançar a todos juntos, de par em par, por um caminho novo. Em pleno ano dedicado especialmente à Família (Ano Família Amoris laetitia)é bom redescobrir a beleza da vocação e a missão própria do casal cristão e da família cristã!

Vem mesmo a preceito a Palavra de Deus, neste clima eleitoral. Vem dar-nos a confiança de que, em todos os homens e mulheres de boa vontade, o Espírito Santo fala e atua, mesmo naqueles que nos parecem do outro lado, de outro partido, de outro clube, de outra religião. Em todos os que se deixam mover por Ele, o Espírito Santo atua e realiza a obra de transformação do mundo. O Espírito Santo não tem partido, mas toma partido pelo bem, pela beleza, pela verdade, pela justiça, pela paz. Para além das nossas escolhas políticas, prevaleça a certeza de que, antes e acima de todos, não existimos nós e os outros, porque somos todos irmãos e irmãos de todos.

Enquanto na rua, com a campanha eleitoral ao rubro, os candidatos se reclamam de ser os maiores e os melhores para servir as suas populações, no Evangelho deste domingo, Jesus põe-nos uma criança no meio, como mestre de uma sabedoria que vem do alto e nos ensina a servir e a escolher o último lugar. Deixemos então que a Palavra de Deus, como uma sonda que vai direta ao coração, nos ajude a encontrar a raiz de todos males, conflitos e divisões. Jesus continua a abrir-nos um caminho novo, de humildade, de serviço, de esperança e de confiança.

No caminho da nossa vida e da nossa fé, Jesus faz-nos perguntas que vão diretas ao nosso coração, às quais não podemos responder sozinhos! Precisamos de escutar juntos a Palavra de Deus, para que seja o próprio Deus a revelar-nos o Seu rosto. Precisamos de nos escutar uns aos outros, para partilharmos o conhecimento íntimo e vital de Jesus de cada um. E só assim chegaremos juntos a uma fé comum, à fé da Igreja. Examinemos as nossas obras e poderemos, de algum modo, medir a temperatura da nossa fé em Cristo e da nossa amizade com Ele.

Somos assembleia acolhida e reunida, em nome de Cristo. Aqui viemos, guiados e acompanhados, para o encontro pessoal com Cristo. Aqui estamos, para abrir os nossos ouvidos à Palavra de Deus e para proclamar, de viva voz, os louvores do Senhor.O Evangelho deste domingo desafia-nos a esta abertura dos ouvidos e da boca, da alma e do coração, a Cristo, para que Ele rompa os nossos bloqueios e divisões e nos torne comunidade de pessoas acolhedoras, inclusivas e participativas, onde há lugar para todos, com a sua vida frágil e fatigante.  

Com o povo a banhos neste final de agosto, deixemos que seja a Palavra de Deus a lavar-nos a alma e a limpar-nos do contágio do mundo. Deixemos que seja Deus a purificar o coração, no encontro com o Seu amor. Pois é do coração que procedem todos os vícios que tornam o homem impuro. Depois de cinco domingos centrados no longo Discurso do Pão da Vida, retirado do 4.º Evangelho, retomamos, agora e neste domingo, a leitura do Evangelho segundo São Marcos, que nos guiará até ao final deste ciclo litúrgico. É a própria Palavra de Deus que insiste hoje no seu valor. Ouvir atentamente a Palavra, guardar interiormente a Palavra e levar à prática essa mesma Palavra de Deus, é o fio condutor dos textos que vamos ouvir. Escutemos então a Palavra de Deus. Acolhamo-la de coração puro!

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