Em pleno Ano Missionário, o fracasso de Jesus em Nazaré ajuda-nos a mantermo-nos de pé perante a rejeição, a recusa e a perseguição. Quão depressa muda o coração em Nazaré. Nós aqui vimos, para acolher Jesus, para que Ele não seja expulso da nossa cidade, nem rejeitado pelo nosso coração e para que Ele nos anime e fortaleça na missão. Deixemos que a Sua Palavra nos arda cá dentro e o Seu amor se apodere de nós.
Neste dia de festa, o Senhor congrega-nos na sua casa! Hoje, dia do Senhor, esta família de Deus reúne-se para escutar a palavra da salvação e participar no Pão da Vida! Hoje,dia do Senhor, a Igreja celebra o memorial do Senhor ressuscitado, na esperança do domingo que não tem ocaso! Fixemos, pois, os olhos em Jesus, palavra visível do nosso Deus! Preparemo-nos, de coração limpo, para O ver e reconhecer no meio de nós!
Entramos no Tempo Comum. Mas não nos falta a alegria: a alegria do amor conjugal, a alegria da família, reunida em festa. Há alegria em abundância, precisamente ali onde se manifesta a presença de Cristo e o Seu amor nos alcança. E nós vivemos esta alegria, em cada domingo, no primeiro dia da semana, por causa da ressurreição de Jesus “ao terceiro dia”. E foi ao terceiro dia, que Jesus deu início aos Seus sinais, nas bodas de Caná, transformando a água das talhas da purificação em vinho novo da alegria messiânica. Este é também o 3.º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Celebramos hoje a Festa do Batismo do Senhor, para abrirmos, em grande, a porta do Tempo Comum, em pleno Ano de Missão. Mais uma vez, Jesus não Se manifesta ao mundo de um modo aparatoso e extraordinário. Ele manifestou-Se, extremamente humilde, no Presépio de Belém. Ele passou 30 anos despercebido na família de Nazaré. Ele continua, agora, igual a Si mesmo, escondido entre o povo, por entre a fila dos pecadores. Desce às águas do Jordão e deixa-Se batizar por João. Com a Festa do Batismo, Jesus inicia a Sua vida pública e nós recordamos mais uma vez que, em virtude do Batismo, nos tornámos todos discípulos missionários.
Hoje celebramos a Epifania do Senhor, a Sua manifestação a uns Magos vindos do Oriente, em busca do Salvador! Os Magos representam as pessoas dos quatro cantos da Terra, que andam à procura de Deus e são acolhidas na Sua casa. No Presépio, diante da presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino toda a humanidade encontra a sua unidade, a sua luz, a sua paz. Agora sim, com judeus e pagãos, o povo eleito e todos os povos da Terra, o Presépio torna-se lugar de encontro para todos.
Ao iniciar, no colo da Santa Mãe de Deus, um novo ano de 2019, e neste Dia Mundial da Paz, deixai que vos dirija esta saudação evangélica: Paz a esta casa! Paz a esta casa, à casa que é o teu coração, o coração de cada pessoa, de cada um de vós, de todos vós, que recebestes, em Cristo, a gloriosa liberdade dos filhos de Deus! Paz a esta casa, à casa que é o lugar habitado por cada família, onde há irmãos e irmãs, diferentes uns dos outros e nem sempre de acordo, mas sempre unidos por um laço indissolúvel. Paz a esta casa, à casa que é esta nossa comunidade, que aprende da Santa Mãe de Deus, a ser sempre uma “casa para muitos e mãe para todos” (EG 288). Paz a esta Casa, que é a nossa Terra, o nosso país, o nosso mundo, o planeta onde Deus nos pôs a morar e que devemos cuidar com solicitude. Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: A paz esteja nesta casa!
Neste domingo, dentro da Oitava do Natal, o menino Jesus dá mais que um salto de pardal! O Evangelho traz-nos a única notícia, na idade dos 12 anos, no alvor da juventude de Jesus (Lc 2,41-52). Vemo-l’O a marcar “pontos” no diálogo com os doutores da lei e pronto a entrar na idade de ser jovem, que “não é um tempo suspenso, mas é sobretudo a idade das escolhas”.
Presépio, lugar de encontro para todos! E eis que chegamos ao Presépio! A porta do curral está aberta a todas as todas as visitas, a começar pelos que andam longe, como os Pastores, ou vêm de longe, como os Magos. Nesta Eucaristia, o altar é a manjedoura, o nosso ponto de encontro, onde saboreamos a alegria e a surpresa de um Deus connosco, Deus Menino. O Natal é a desforra da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o barulho, da oração sobre a minha ocupação, de Deus sobre o meu eu.