Liturgia e Homilias na Solenidade do Natal do Senhor 2018
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Presépio, lugar de encontro para todos! E eis que chegamos ao Presépio! A porta do curral está aberta a todas as todas as visitas, a começar pelos que andam longe, como os Pastores, ou vêm de longe, como os Magos. Nesta Eucaristia, o altar é a manjedoura, o nosso ponto de encontro, onde saboreamos a alegria e a surpresa de um Deus connosco, Deus Menino. O Natal é a desforra da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o barulho, da oração sobre a minha ocupação, de Deus sobre o meu eu. 

 

Homilia na Solenidade do Natal do Senhor 2018

fórmula mais breve

Presépio, lugar de encontro para todos!

 

1. É para todo o povo a grande alegria que ressoa neste Natal! Todos são convocados a ir até ao Presépio. Não se paga entrada para lá entrar! O Presépio é Casa comum, com porta aberta a todas as visitas, ponto de encontro de Deus connosco e de encontro entre todos os Seus filhos.Ninguém é marginalizado no Presépio, nem sequer os pobres animais. Foram os pastores, os marginalizados da época, os sem-abrigo, que viviam nas periferias dos campos,os primeiros convidados a ir ao Presépio. Mas o Presépio será também ponto de atração e de encontro para os Magos, que virão dos confins da Terra (cf.Mt 2,1-12)no encalço da Luz verdadeira, “que, vindo a este mundo, a todos ilumina” (cf. Jo 1,9).  Ali, no Presépio, rebrilha a luz de Cristo, o Sol nascente e invencível, que quando nasce… nasce realmente para todos! Mesmo quem não é cristão, sente-se interpelado pela beleza daquela pobreza do Presépio, em que se manifesta toda a riqueza da graça e da bondade, na humanidade do nosso Deus!“Da alegria trazida pelo Senhor, ninguém é excluído” (EG 3).  

2. Todavia, o mistério do Natal, festa do encontro para todos, traz já consigo um sabor de tristeza, uma vez que o amor não é acolhido, a vida é descartada. Assim acontece a José e a Maria, que encontraram as portas fechadas e puseram Jesus numa manjedoura, «por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2,7). “Veio ao que era seu, mas os seus não O receberam” (Jo 1,11). E a mesma indiferença pode reinar também hoje, se permanecermos insensíveis aos três tristes tês dos sem-terra, sem trabalho e sem teto. Por isso, o Natal comporta o desafio de tornar o nosso coração, a nossa família, a nossa terra, e assim, este nosso mundo, um lugar para todos: imigrantes e refugiados, crianças rejeitadas e maltratadas, jovens pobres e explorados, idosos exilados dentro de casa ou fechados em reservas isoladas.

3.Queridos irmãos e irmãs:  

Estamos reunidos à volta do Presépio, em torno da manjedoura, no altar da Eucaristia. A partir daqui, queremos construir o Presépio, em casa, na Igreja e na rua, como lugar de encontro para todos. Não deixemos de sonhar e trabalhar por um mundo que seja verdadeira Casa comum, lugar para todos, onde não falte a ninguém uma terra, um teto e um trabalho. Porém, esta Casa comum só será de todos, se este desejo de construir o Presépio, lugar de encontro para todos, começar por habitar o coração da nossa vida, por assentar os alicerces da nossa casa e animar a célula básica da nossa família.

4. Num mundo tão competitivo, onde cada um pensa que tem de conquistar o seu lugar à custa do outro, o Natal vem ensinar-nos que, em família, ninguém é a mais nem de mais; pelo contrário, há sempre lugar para mais um na nossa casa e à nossa mesa; é preciso aprender do Presépio a dar lugar ao outro; a tornar-se um lugar do cuidado dos mais frágeis e do encontro para os outros, de modo que ninguém se sinta só ou de sobra. Deixemos que o Natal se sinta em casa.

5. Escreveu o poeta Daniel Faria: “Não acredito que cada um tenha o seu lugar. Acredito que cada um é um lugar para os outros”. Este é realmente o verdadeiro espírito do Natal, que torna possível fazer do “Presépio, do nosso coração, da nossa família, da nossa comunidade, da nossa terra, do nosso mundo, um lugar para todos”! Assim seja, para que hoje aconteça Natal.

 

Homilia na Solenidade do Natal do Senhor 2018

fórmula mais longa

Presépio, lugar de encontro para todos!

 

1. É para todo o povo a grande alegria que ressoa neste Natal! Todos são convocados a ir até ao Presépio. Não se paga entrada para lá entrar! O Presépio é Casa comum, com porta aberta a todas as visitas, ponto de encontro de Deus connosco e de encontro entre todos os Seus filhos.Ninguém é marginalizado no Presépio, nem sequer os pobres animais. Foram os pastores, os marginalizados da época, os sem-abrigo, que viviam nas periferias dos campos,os primeiros convidados a ir ao Presépio. Mas o Presépio será também ponto de atração e de encontro para os Magos, que virão dos confins da Terra (cf. Mt 2,1-12)no encalço da Luz verdadeira, “que, vindo a este mundo, a todos ilumina” (cf. Jo 1,9).  Ali, no Presépio, rebrilha a luz de Cristo, o Sol nascente e invencível, que quando nasce… nasce realmente para todos! Mesmo quem não é cristão, sente-se interpelado pela beleza daquela pobreza do Presépio, em que se manifesta toda a riqueza da graça e da bondade, na humanidade do nosso Deus!“Da alegria trazida pelo Senhor, ninguém é excluído” (EG 3).  

 

2.Todavia, o mistério do Natal, festa do encontro para todos, traz já consigo um sabor de tristeza, uma vez que o amor não é acolhido, a vida é descartada. Assim acontece a José e a Maria, que encontraram as portas fechadas e puseram Jesus numa manjedoura, «por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 7). “Veio ao que era seu, mas os seus não O receberam” (Jo 1,11). E a mesma indiferença pode reinar também hoje, se permanecermos insensíveis aos três tristes tês dos sem-terra, sem trabalho e sem teto. Por isso, o Natal comporta o desafio de tornar o nosso coração, a nossa família, a nossa terra, e assim, este nosso mundo, um lugar para todos. Permitam-me recordar aqui aqueles grupos humanos, que hoje correm o risco de não encontrar o seu justo lugar:

2.1. Pensemos nos imigrantes e refugiados rejeitados. Neles revejo o doloroso caminho do exílio, de José, Maria e Jesus, em busca de refúgio no Egito (cf. Mt 2,13-15.19-23). Será a Terra, verdadeira Casa Comum, ou apenas um teatro de guerra, se não os acolhermos, protegermos, promovermos e integrarmos?

 

2.2.Pensemos nas criançasrejeitadas antes de ver a luz ou desalojadas devido às guerras e perseguições. E pensemos nas crianças das nossas famílias. Sabemos ouvi-las, defendê-las, rezar por elas e com elas? Temos tempo para brincar com os filhos, ou estamos sempre ocupados? Brincar com os filhos é semear o futuro. Dar-lhes lugar é dar-lhes tempo, atenção e coração! Há lugar para as crianças no Presépio ou o espaço está ocupado pelas prendas?

 

2.3. Pensemos nos jovens, para quem há oferta a mais no mercado do consumo e lugar a menos no mercado de trabalho. Dar-lhes lugar no Presépio é dar-lhes voz e ouvidos, formá-los, empregá-los, caminhar com eles na busca da felicidade e do sentido da vida! Têm os jovens lugar no nosso mundo, ou são apenas uma bandeira dos nossos discursos?

 

2.4. E pensemos, por fim, nos idosos, «exilados escondidos» dentro das famílias, tratados como presenças incómodas, e quantas vezes, desprezados, abandonados ou fechados em reservas isoladas. É preciso superar a recíproca estranheza entre os mais velhos e os mais novos, para dar lugar a uma “aliança de gerações”, na certeza de que com os jovens andamos mais depressa, mas com os idosos iremos mais longe. Não podemos aceitar um Estado que despreza a riqueza social de tantos cuidadores informais, de familiares que acompanham com desvelo os seus idosos, em suas casas. Lutemos para que seja reconhecido o sue estatuto e os idosos encontrem cada vez mais na família o seu verdadeiro lar e lugar.

 

3. Queridos irmãos e irmãs:  Estamos reunidos à volta do Presépio, em torno da manjedoura, no altar da Eucaristia. A partir daqui, queremos construir o Presépio, em casa, na Igreja e na rua, como lugar de encontro para todos. Não deixemos de sonhar e trabalhar por um mundo, que seja verdadeira Casa comum, lugar para todos, onde não falte a ninguém uma terra, um teto e um trabalho. Porém, esta Casa comum só será de todos, se este desejo de construir o Presépio, lugar de encontro para todos, começar por habitar o coração da nossa vida, por assentar os alicerces da nossa casa e animar a célula básica da nossa família.

 

4. Num mundo tão competitivo, onde cada um pensa que tem de conquistar o seu lugar à custa do outro, o Natal vem ensinar-nos que, em família, ninguém é a mais nem de mais; pelo contrário, há sempre lugar para mais um na nossa casa e à nossa mesa; é preciso aprender do Presépio a dar lugar ao outro; a tornar-se um lugar do cuidado dos mais frágeis e do encontro para os outros, de modo que ninguém se sinta só ou de sobra. Deixemos que o Natal se sinta em casa.

 

5. Escreveu o poeta Daniel Faria: “Não acredito que cada um tenha o seu lugar. Acredito que cada um é um lugar para os outros”. Este é realmente o verdadeiro espírito do Natal, que torna possível fazer do “Presépio, do nosso coração, da nossa família, da nossa comunidade, da nossa terra, do nosso mundo, um lugar para todos”! Assim seja, para que hoje aconteça Natal.

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