Liturgia e Homilia - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus 2019
Destaque

Ao iniciar, no colo da Santa Mãe de Deus, um novo ano de 2019, e neste Dia Mundial da Paz, deixai que vos dirija esta saudação evangélica: Paz a esta casaPaz a esta casa, à casa que é o teu coração, o coração de cada pessoa, de cada um de vós, de todos vós, que recebestes, em Cristo, a gloriosa liberdade dos filhos de Deus! Paz a esta casaà casa que é o lugar habitado por cada família, onde há irmãos e irmãs, diferentes uns dos outros e nem sempre de acordo, mas sempre unidos por um laço indissolúvel. Paz a esta casa, à casa que é esta nossa comunidade, que aprende da Santa Mãe de Deus, a ser sempre uma “casa para muitos e mãe para todos” (EG 288). Paz a esta Casaque é a nossa Terra, o nosso país, o nosso mundo, o planeta onde Deus nos pôs a morar e que devemos cuidar com solicitude. Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: A paz esteja nesta casa!

Homilia na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus | 52.º Dia Mundial da Paz – 1.1.2019

 

Bem-vindo, ano novo de 2019! Ao colo da Santa Mãe de Deus, guardamos no coração a memória agradecida dos anos passados e aguardamos, em jubilosa esperança, as novidades que não estão ali, ao virar da página do calendário ou “no virar da página dos anos difíceis”. As grandes surpresas vêm de Deus!  

 

1. Acolher na Terra as surpresas do Céu

Em plena Oitava do Natal, celebrar o dom da maternidade divina de Maria é acolher na terra as surpresas do Céu. Deus quis vir ao mundo e nascer do seio de uma Virgem, para nos surpreender, para nos dizer que o Verbo feito Carne não procede da força interior ou das disposições deste mundo. O Filho de Deus, nascido de uma mulher (Gl 4,4), não procede sequer do mais santo e nobre dos homens. O Verbo, que se fez Carne (Jo 1,14), não é fruto dos laços de sangue, do impulso da carne ou da vontade humana (cf. Jo 1,13). Jesus vem do alto, vem de Deus, porque é gerado eternamente no seio do Pai. Ele é Dom absoluto e inesperado de Deus, que só podemos receber como presente eterno e surpresa absoluta. Não podemos aceitar Deus como Deus sem deixar que Ele nos surpreenda. Doravante, viver a novidade de cada ano, de cada mês, de cada dia, de cada hora, de cada instante, implica estar inteiramente disponível, como Maria, para acolher o inesperado da salvação, para se deixar surpreender pelo misterioso agir de Deus, que subverte os nossos planos e expectativas. Estas surpresas poderão ser incómodas para a nossa inteligência ou vontade, mas são os gostos de Deus, que não se discutem, antes se acolhem de boa vontade, com aquele «Eis-me aqui» de Maria, através do qual Ela consentiu e alcançou do Altíssimo a graça da sua maternidade divina.

2. Um ano missionário

Mas o novo ano de 2019 é um Ano Missionário, com o seu coroamento no Mês Missionário Extraordinário de outubro. Será um Ano Missionário se ousarmos, como os pastores, sair dos nossos redis ao encontro de Cristo. E, se a partir do encontro com Cristo, regressarmos aos lugares próprios da nossa vida, anunciando a todos “o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos, o que tocámos com as nossas mãos acerca do Verbo da Vida” (1 Jo 1,1). A missão não é campanha publicitária de mensagens religiosas, nem se esgota em assumir mais uma tarefa, serviço ou ministério na Igreja. A missão dos leigos joga-se, sobretudo, no seio do mundo, da própria família, da escola, do trabalho, da autarquia, da economia, das comunicações e das redes sociais, das associações e coletividades, da justiça, da ecologia e da cultura, dos direitos humanos e sociais, ali onde quer que se lute pela dignidade da pessoa humana e pela promoção do bem comum!

3. Um ano eleitoral, para a boa política

E teremos oportunidade de viver esta missão através de uma cidadania ativa, neste novo ano de 2019, que é também ano de eleições europeias e legislativas. A Mensagem do Papa para este 52.º Dia Mundial da Paz desafia-nos à missão através da boa política.Por ter medo de sujar as mãos não podemos deixar a política em mãos sujas. “A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (EG 205). Por isso, nesta missão, “cada um pode contribuir com a própria pedra para a construção da Casa comum” (MDMP 2019), de modo que a nossa família, a nossa freguesia, o nosso país, o nosso mundo, e também a nossa Igreja, se construam, à imagem do Presépio, como um lugar para todos!

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