Peregrinos de esperança, vivemos hoje a alegria de celebrar a Cidade Santa, a nossa Mãe, a Jerusalém celeste, onde a Assembleia dos Santos, nossos irmãos, glorificam eternamente o Senhor. Peregrinos dessa cidade santa, para ela caminhamos na fé e na alegria, ao vermos glorificados os ilustres filhos da Igreja, que são exemplo e auxílio para a nossa fragilidade. Irmãos e irmãs: não estamos sozinhos, como Povo peregrino. Acompanham-nos, no caminho da eterna bem-aventurança, homens santos e santas mulheres, que intercedem por nós junto de Deus. Sem estes homens e mulheres, que puseram a sua confiança no Senhor, o mundo não teria testemunhas desta esperança. Que vós — e também eu — recebamos do Senhor o dom da esperança de sermos santos.

Finalmente, encontramos um discípulo no caminho de Jesus para Jerusalém. Depois do homem rico, que falhou o chamamento, temos um cego pedinte, que até a sua capa de abrigo lança fora para seguir Jesus. Depois de Tiago e João, que se queiram sentar num trono de glória, temos um cego, que se levanta e vai ter com Jesus. O Evangelho deste domingo ajuda-nos a retomar o caminho de Jesus, a voltar a ver tudo com os olhos de Jesus. Como o cego, também nós gritamos por misericórdia, por uma carícia, por um perdão, por um gesto de compaixão.

Celebramos este Domingo o Dia Mundial das Missões. O tema proposto pelo Papa Francisco para este ano é recolhido da parábola do banquete nupcial, onde ressoa aquele apelo do Senhor, nosso Rei e Salvador: “Ide e convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9). «No coração da missão, está aquele “todos, todos, todos”, que escutávamos da voz do Papa na JMJ em Lisboa. Nós que aqui viemos respondemos «sim», «eis-me aqui». Mas daqui mesmo o Senhor nos envia a levar este convite a todos, sem excluir ninguém. Na verdade, «não podemos abeirar-nos da mesa eucarística sem nos deixarmos arrastar pelo movimento da missão que, partindo do próprio Coração de Deus, deseja alcançar todos» (Sac. Carit. 84). Preparemo-nos então para entrar na festa com o traje nupcial, que é tecido com o linho da toalha do serviço e só pode ser vestido por quem se dispõe a servir e a dar a vida pelos outros.

Com Jesus, o Caminho e a caminho, somos todos “peregrinos de esperança”, que viemos de casa, a correr, até Ele.  Viemos a Jesus, viemos ao encontro d’Ele, não porque nos falte a saúde ou o dinheiro. Viemos até Jesus, porque queremos alcançar uma vida bela, com um sentido profundo, com uma grande esperança, com uma meta de largos horizontes. Só em Jesus encontramos a vida eterna, aquela vida que não acaba sequer na morte.  Jesus é para nós o Caminho, a Verdade e a Vida. Queremos fazer este caminho, como companheiros de viagem, Peregrinos de esperança, com todos e para o bem de todos.

Não separe o homem o que Deus uniu!” E o Evangelho não separa homem e mulher, unidos em matrimónio, mas também não separa as crianças dos pais, porque não é bom que o homem esteja só; não é bom que a mulher esteja só; não é bom que o casal esteja só, não é bom que a família esteja só, na sua vocação e missão tão exigentes. O Senhor quer-nos, unidos e reunidos, lá em casa, como pequena Igreja e nesta Casa, como Sua grande família.

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