Mensagem do Papa às Famílias de Acolhimento no âmbito da JMJ 2023
Irmãos e irmãs: desde este domingo e até ao início da Quaresma, iremos escutar, a partir do Evangelho segundo São Mateus, o chamado «Sermão da Montanha». Hoje vamos ouvir a parte mais bela e feliz deste Discurso. Jesus apresenta-nos as Bem-aventuranças! Jesus felicita-nos, pelo facto de sermos seus discípulos e porque assim o reinado do amor de Deus, pode encher de alegria o nosso coração! Ele quer-nos felizes. Que essa felicidade possa ser experimentada desde já, e aqui, no encontro com Ele, para acolhermos e testemunharmos a todos a alegria do Evangelho e a alegria de evangelizar.
Celebramos hoje o Domingo da Palavra, iniciativa pastoral querida pelo Papa Francisco. No dia 30 de setembro de 2019, o Papa Francisco fixou o III Domingo do Tempo Comum para celebrarmos o Domingo da Palavra (Motu proprio Aperuit illis, n.º 3). Fazemo-lo também, no contexto destes oito dias de oração pela unidade dos cristãos. “Não se trata de mera coincidência temporal: a celebração do Domingo da Palavra de Deus expressa uma valência ecuménica, porque a Sagrada Escritura indica, a quantos se colocam à sua escuta, o caminho a seguir para se chegar a uma unidade autêntica e sólida” (Ibidem).O Papa diz-nos qual é a finalidade da celebração do Domingo da Palavra: “renovar o compromisso em favor da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu Povo” (Papa Francisco, Bula Misericordia et Misera, n.º 7). Vamos, por isso, nesta celebração comprometer a nossa vida com esta Palavra e, à luz desta Palavra, rever toda a nossa vida. Abramos a nossa mente e o nosso coração para acolher esta Palavra, “lâmpada para os nossos passos e farol do nosso caminho” (Sl 118,105).
Celebramos hoje o 2.º Domingo do Tempo Comum. Depois das festas natalícias e da Manifestação do Senhor no seu Batismo, chegou a hora de Jesus ser apresentado por João Batista. Conhecer Jesus e dá-l’O a conhecer com mansidão é o testemunho que João nos deixa hoje. Na verdade, as imagens belas do cordeiro e da pomba sugerem-nos a mansidão, como forma de ser e como estilo de evangelização. Deixemo-nos então converter pelo Senhor, cuja força e poder Se revelam no Seu coração manso e humilde.
Abraça o presente de Natal. É Cristo vivo. Com este lema, levantámo-nos e percorremos juntos, desde o início do Advento até à plenitude do Natal, este caminho de busca de Deus, que culmina hoje no beijo e no abraço do encontro pessoal com o rosto de Jesus, Deus feito Menino. Ele manifesta-Se hoje, no Presépio de Belém, como Luz de todos os Povos, ali representados nos Magos, vindos dos Orientes. Assim aprendemos, que o presente também é o diferente, o distante, o ausente. Neste Ano de 2023, marcado pela Jornada Mundial da Juventude, aprendamos dos Magos esta nossa vocação de peregrinos, de buscadores de Deus, atraídos pela beleza, pela verdade e pela bondade de Deus no rosto de Cristo. Como os Magos, levantemos a cabeça, escutemos o desejo do coração, sigamos a Estrela que Deus faz brilhar sobre nós. E como indagadores inquietos, permaneçamos abertos às surpresas de Deus, que sempre nos abraça no Seu amor!
Salve 2023, Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo! De Cristo vivo, o mesmo ontem hoje e por toda a eternidade (Hb 13,8). Nós Te saudamos Ano Novo de 2023. Nós Te saudamos, Ano Novo, com os olhos postos no Menino Deus, ao colo de Maria, Sua Mãe. Ele é Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, e por isso, nós entramos no Ano Novo, deixando-nos olhar, abraçar e guiar por Maria, a quem aclamamos hoje, como Santa Mãe de Deus. Nós Te saudamos Ano Novo de 2023, com os olhos postos na pressa dos pastores, que acorrem ao Presépio, para o encontro pessoal com Cristo vivo e sentimos, como eles, que há «pressa no ar», neste dia inaugural do Ano Novo de 2023, Ano da Jornada Mundial da Juventude. Nós Te saudamos Ano Novo de 2023, neste 56.º (quinquagésimo sexto) Dia Mundial da Paz, com os olhos postos em Cristo vivo, o Príncipe da Paz, daquela Paz que o mundo não pode dar a si mesmo, mas que Deus Pai nos concedeu, enviando o seu Filho ao mundo. Nesta oitava do Natal, os nossos corações voltam-se para Belém, onde ressoa o primeiro choro do Príncipe da Paz. Na realidade, enquanto nos é dado o Príncipe da paz, ventos de guerra continuam a soprar, gelados, sobre a humanidade. Neste Dia, rezemos, juntos, de mãos dadas e mais intensamente pela Paz.
Abraça o presente de Natal. É Cristo vivo. Com este desafio, chegámos depressa e com a pressa de Maria e dos Pastores a esta celebração anual do Natal do Senhor. Não para fazer de conta que o Menino Jesus nasce, por magia, neste dia 25 de dezembro. Não sequer é nosso propósito, fazer uma festa de anos ao Menino, a troco de um conto de meninos que, por sinal, parece ter envelhecido e ganhou barbas brancas na figura do Pai Natal. Não. Não é esse o nosso Natal. Nós celebramos o Natal de Jesus, em cada ano, porque tal acontecimento inaudito, pelo qual Deus veio até nós e assumiu a nossa humanidade, não pertence ao passado. Tem lugar no hoje e no aqui da nossa vida. Não é mais um aniversário que se repete. É um acontecimento que se renova em cada pessoa, que vem a este mundo, criada à imagem e semelhança de Deus, e por isso, capaz de amar e digna de ser amada, de ser abraçada pelo Seu amor.
A oito dias da celebração do nascimento de Jesus, multiplicam-se os votos e desejos de boas festas, preparam-se e partilham-se tantos presentes. E renascem, à volta da chamada «magia do Natal», os sonhos de um tempo novo, de uma vida nova, de uma humanidade mais fraterna, de um mundo de paz. A Liturgia deste Domingo faz-nos entrar, não na falsa magia do Natal sentimental, mas no sonho de Deus, que, por sinal, precisa de nós e do abraço do nosso sim, para entrar neste mundo. Vai ser intérprete dos nossos sonhos, José, o esposo da Virgem Maria, que passa a vida a sonhar, para conhecer e realizar os sonhos de Deus, a Sua vontade.