Ontem celebrávamos o Domingo, memorial da Páscoa do Senhor. Hoje celebramos a Assunção de Nossa Senhora, para fazer memória da Páscoa de Maria. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é associada à glória da ressurreição do seu Filho. Ontem meditávamos na hostilidade que Jesus enfrentou e nas muitas formas de hostilidade do nosso tempo. Hoje, o desafio insistente de converter a hostilidade em hospitalidade, encontra no abraço de Maria e Isabel umas das mais belas expressões. Acolhamos, desde já, a presença do Senhor, que nos recebe em sua casa, para que O recebamos em nossos corações. 

Somos acolhidos na Casa do Senhor, como irmãos e concidadãos do Reino dos céus e não como estranhos ou estrangeiros. Somos desafiados, pela Palavra e pelo testemunho de Cristo e dos seus seguidores, a transformar a hostilidade em hospitalidade. Hoje fixaremos os olhos em Jesus, para pensar n’Aquele que suportou contra Si tão grande hostilidade! E assim haveremos de compreender como esta hostilidade se manifesta no nosso coração e na nossa vida, quando nos recusamos a construir o mundo com o diferente, o migrante, o refugiado. Na Solenidade da Assunção, que se segue a este domingo, iremos aprender de Maria e Isabel o abraço da hospitalidade. Por agora, fitemos então os olhos em Jesus, o guia da nossa fé, e imploremos, para nós e para todos os irmãos, a graça do alimento que nos fortalece e anima, que nos dá a força da perseverança e da resistência na fé. Invoquemos a misericórdia do Senhor.

Em pleno mês de agosto, no início da Semana Nacional da Mobilidade Humana, no mês das viagens e peregrinações, das férias e deslocações, temos Abraão, nosso pai na fé, como figura histórica de referência, nesta busca errante de uma terra prometida. Ele é a imagem do crente peregrino e do crente que acolhe a Deus, na pessoa do outro. No Evangelho, Jesus pede-nos a prontidão do serviço e a luz da fé, para caminhar vigilantes, na direção da Pátria Prometida, ao encontro do Senhor. Comecemos por reconhecer os nossos medos, fugas e indiferenças em relação aos últimos das nossas sociedades, a quem devíamos justamente dar o primeiro lugar.

No último domingo de julho, vêm a contragosto as advertências do sábio Coelet, do apóstolo Paulo e do único Mestre, que é Jesus Cristo. Um alerta vermelho contra o risco da avareza, irmã gémea da cobiça e da soberba. Talvez estivéssemos à espera, em tempo de férias, de uma Palavra mais suave, mais deslizante, menos exigente e menos acutilante. Mas não. A Liturgia da Palavra não nos vende ilusões de verão e enche de sabedoria o nosso coração, para nos tornar ricos aos olhos de Deus. Comecemos por reconhecer o que há no nosso coração de terreno, de mundano, de mortal.

Reunimo-nos para celebrar a Eucaristia, neste XVII Domingo Comum. É também o 4.º Domingo do mês de julho, o mais próximo do dia 26, que é o dia litúrgico em que se faz memória de São Joaquim e de Santa Ana, avós de Jesus. Quis então o Papa Francisco, como o grande «avô do mundo», que este 4.º domingo de julho, fosse celebrado como Dia Mundial dos avós e dos anciãos. É a segunda vez que o fazemos, este ano sob a inspiração de um Salmo, que nos recorda que os filhos de Deus, “dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92,15). Um desses frutos maravihos0s é a oração. A oração é uma verdadeira força discreta, na retaguarda, para quem luta e trabalha. Hoje, a Palavra de Deus, desafia-nos a usar este instrumento da oração, para mudar a sorte do nosso mundo. Façamo-lo desde já, contando-nos entre os pecadores, na confiança da misericórdia do Pai, que excede a justiça dos homens.

Em tempo de calor e de férias, a Liturgia da Palavra ensina-nos hoje a cultivar a hospitalidade, o acolhimento cordial, pessoal e pastoral. A hospitalidade generosa de Abraão – que escutaremos na 1.ª leitura – configura-se como uma liturgia do acolhimento, uma festa da alegria do encontro à mesa. A hospitalidade de Marta e de Maria – no Evangelho – mostra-nos que a qualidade do acolhimento não está tanto na qualidade do prato, mas na escuta ativa. A nós, como a Abraão e aos discípulos de Emaús, compete-nos estar atentos e dizer: «Senhor, não passeis adiante, sem parar... sem ficar connosco» (Gn 18,3; Lc 24,29)... porque todos precisamos de «pão para restaurar as força e podermos continuar o caminho».

Com o verão a aquecer e as férias à porta, o Evangelho faz-nos parar na beira da estrada. Não para ficarmos à sombra, mas para nos fazer olhar e estender a mão a quem mais precisa. A parábola do bom samaritano exalta a compaixão de um estrangeiro e denuncia a indiferença de dois homens, ligados ao culto do templo de Jerusalém. Na certeza de que o Senhor, o Bom Samaritano, usa de misericórdia para connosco, deixemo-nos misericordiar por Ele, para nos tornarmos também nós misericordiosos como o Pai, bons samaritanos desta humanidade ferida pelo desamor.

Peregrinos da Cidade Santa, exultamos de alegria ao entrar na Casa do Senhor. Aqui experimentamos a ternura de Deus, no coração da Igreja, nossa mãe. A Igreja, a nova Jerusalém, é verdadeiramente a «mãe» que nos acolhe, gera e dá à luz através do Batismo, que nos perfuma e embeleza com a unção do Espírito e nos alimenta e faz crescer com o Pão da Eucaristia. Esta Igreja é Mãe que nos conforta, consola e acompanha, com paciência e misericórdia, através da Palavra e dos sacramentos. E, como Mãe, faz-nos sair de casa, projetados em missão, pelo mundo, para levar a todos a Paz de Cristo. Deixemo-nos, pois, enviar pelo Senhor, que nos confia o trabalho tão feliz da colheita dos frutos do seu Reino, que está já presente no meio de nós.  E deixemos que a Sua misericórdia se torne para nós fonte de alegria e de Paz.

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