Liturgia e Homilias no VI Domingo da Páscoa B 2024 | Dia da Mãe
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A nossa Páscoa continua. E o segredo da Páscoa é o Amor mais forte do que a morte. Jesus mostra-nos, na sua Páscoa, a vitória do Amor que vence a morte e chega ao extremo de dar a vida por quem se ama. Somos fruto deste amor de Deus. E somos chamados a dar fruto no amor, pelo amor aos irmãos. Neste primeiro domingo de Maio, celebramos o Dia da Mãe. Agradeçamos ao Senhor, porque nascemos como fruto bendito do amor, do ventre da nossa mãe bendita.  E agradeçamos a Maria, a Bendita entre todas as mulheres, por nos dar Jesus, o fruto bendito do seu ventre. Preparemos o nosso coração, para fazer dele, como o de Maria, a morada do Senhor.

Homilia no VI Domingo da Páscoa B 2024 | Dia da Mãe

Deus é exatamente como as mães”! Assim o escreve e descreve o escritor Valter Hugo Mãe (VHM), no seu livro “Deus na escuridão” (pp.131-136). Em cinco páginas e meia, o autor lê o coração de Deus a partir do coração de uma Mãe e fala da Casa de uma mãe à luz da Casa de Deus. E não fosse a extensão do texto, este seria a Homilia, neste Dia da Mãe. Com breves citações, celebremos este Dia:

1. Jesus fala-nos do amor de Deus, que primeiro nos amou. É um amor que nos precede, que nos primeireia. Deus ama-nos antes ainda da nossa resposta de amor a Ele. O amor de uma mãe é muito semelhante a este amor: somos queridos, amados, sonhados antes ainda de nascermos. Somos amados, antes ainda de virmos a corresponder ou não a este amor. “Contudo os filhos julgam que o amor é o consumo da vida, o imediato que observam, a evidência de se verem acompanhados, quando a verdadeira companhia encontra sempre um modo de chegar a casa. Eles partem para longe. Os filhos partem para mais longe, buscando o que, afinal, ficara lá atrás” (VHM). Mas Deus, como as mães, “sabe apenas estar à espera por tão grande esperança de ser correspondido no amor” (VHM).

2. Jesus fala-nos de um amor, que vai ao extremo de dar a vida. É um amor que nos excede: vem antes e muito acima do nosso mérito. Deus, como as mães, “só sabe amar acima de qualquer defeito e qualquer falha” (VHM). Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida, por quem ama! Jesus deu a Vida por nós. Este amor também se manifesta no amor de uma mãe: ela dá-nos à luz, dá-nos a vida, dá da sua própria vida, para vivermos. Dá tudo, dá a vida toda, não porque o mereçamos, mas porque nos ama, “porque é o amor que aperfeiçoa” (VHM). O seu amor é gratuito, é excessivo, sem medida. “Deus é exatamente como as mães. Liberta seus filhos e haverá de buscá-los eternamente. Passará todo o tempo de coração pequeno à espera, espiando todos os sinais que lhe anunciem a presença, o regresso dos filhos” (VHM). “Deus como as mães tem a impressão que vai morrer se não voltar a ver os filhos” (VHM).

3. “Permanecer” é próprio do amor de Deus por nós e do amor de Deus em nós. Tal como Deus, as mães permanecem, perseveram, não delegam nem descartam a sua missão: “com o nascimento do primeiro filho, [Deus, tal como as Mães]comparou a felicidade ao medo”. “Deus, como as mães, corre os dias inteiros à janela e escuta. Qualquer bulício, lhe acelera o coração. Se existem passos em redor da sua casa, se alguma voz O chama, palpita, como doido de alegria na esperança de ter um filho em visita”, por isso, a Casa de Deus, tal como a Casa da Mãe, “tem a chave do lado de fora, debaixo de um vaso” na expetativa de “que o filho volte e ocupa a cama, ocupe o seu lugar”. Deus, como as Mães, “teme morrer sem acabar a sua tarefa e teme que a sua tarefa termine e O deixem morrer” (VHM).

4. Jesus desafia-nos a dar frutos de amor. Cada mãe olha para o seu filho, como um fruto do seu ventre e não como um produto. O fruto da mãe que permanece na vida dos filhos é tudo quanto ela semeia no coração dos filhos: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração; a palavra que abre a alma à alegria do Senhor. Por isso, “as lembranças dos filhos são sempre nascentes e não haverão jamais de terminar. Por causa disse, se lhe perguntarem, verificam que Deus sabe tudo, lembra aquilo que de que ninguém mais lembra. [A Mãe, tal como Deus] guarda como um tesouro o passado. Sente tanto orgulho e tanta saudade que nunca deixará de lembrar e de contar a quem se abeirar como foi, como foram, como deverão estar felizes Seus filhos algures” (VHM).

Neste mês de maio, neste Dia da Mãe, agradeçamos a Maria, nossa Mãe, as nossas benditas mães. Na Terra ou no Céu, à imagem de Maria, elas nos ajudem a dar um fruto que permaneça para a vida eterna. Bendita Mãe. Bendito fruto!

 

 

 

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