Entramos no Tempo Comum. A Liturgia veste-se de verde, a cor litúrgica que associamos à esperança. Para nós, esta esperança renova-se em cada Domingo, o primeiro da semana, o dia da Ressurreição, «o oitavo dia», o dia novo, que ultrapassa o ritmo habitual, marcado pela cadência semanal. Celebramos o Domingo, na expetativa do Domingo, sem fim, “abrindo assim o ciclo do tempo comum à dimensão da eternidade, à vida que dura para sempre: está é a meta, para a qual tendemos na nossa peregrinação terrena (cf. Rm 6,22)” (cf. Spes non confundit, n.º 20); esta é a meta da qual nos tornamos “Peregrinos de esperança”. Desta esperança, dá-nos testemunho Maria, na cena das bodas de Caná, esperando de Jesus a resposta para aquilo que parecia não ter saída nem solução. Maria é sobre a mesa a vela acesa da nossa esperança.

Irmãos e irmãs:  Celebramos neste dia a Festa do Batismo do Senhor. Conclui-se hoje o Tempo do Natal e o ciclo da Manifestação do Senhor. Continuando a Sua descida até nós, Jesus, o Filho de Deus, que Se fez Homem, não se envergonha de nós.  Ele coloca-se entre os pecadores, que pediam a João o Batismo, como sinal de conversão.  Ele desce até ao mais fundo da nossa fragilidade, para daí nos resgatar, libertar e redimir. Neste dia inaugural da missão pública de Jesus, abrimos também solenemente o Ano Jubilar para a Vigararia de Matosinhos. Cristo, nossa paz e nossa esperança, seja nosso companheiro de viagem neste ano de graça e de consolação. O Espírito Santo, que hoje, em nós e connosco, inicia esta obra, a complete até ao dia de Cristo Jesus.

Peregrinos de esperança, viemos a Belém, à Casa do Pão, onde encontramos Cristo vivo, a Estrela que guia o nosso coração, a Estrela que ilumina o nosso chão. Não teremos, por certo, melhor ícone dos peregrinos de esperança, do que os Magos que vêm do Oriente, guiados pela Estrela, em busca do Salvador. Eles representam a esperança das nações, neste mundo global, que nos tornou vizinhos, mas não nos fez irmãos. Podemos associar este movimento ao de tantos migrantes, exilados, deslocados e os refugiados, que fogem à guerra e procuram uma terra, um teto e um trabalho. Neste dia (na véspera do dia) em que o Santo Padre abre a Porta Santa da Basílica de São Paulo fora dos muros, peçamos ao Senhor a graça de derrubar os muros que nos impedem de viver como irmãos e de abrir as portas do coração a todos os que Deus põe no nosso caminho.

Salve 2025, Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo!  Irmãos e irmãs: que dia é este, que celebramos solenemente? É o último da Oitava do Natal, marcado pela circuncisão e pela imposição do Santo Nome de Jesus!  É também o primeiro do ano civil de 2025, em que celebramos o Grande Jubileu.  É, desde há 58 anos a esta parte, o Dia Mundial da Paz. A verdade é que o calendário litúrgico tem hoje um motivo central maior: a celebração da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Celebramo-la, ao contemplar Jesus, nascido de uma Mulher, a quem reconhecemos verdadeiramente Homem e verdadeiramente Deus.  Este é, sem dúvida, o maior e mais glorioso título de Maria, assim aclamada jubilosamente no Concílio de Éfeso, no remoto ano de 431, pelo Santo Povo de Deus. Neste Dia abre-se a Porta Jubilar da Basílica de Santa Maria Maior, contemplando Maria que, pelo seu «sim», abriu a Deus a Porta do Mundo, a Porta da Esperança, a Porta do Grande Perdão, a Porta da Paz. Saudemos, pois, com grande alegria, a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus,a mais afetuosa das mães, que nunca abandona os seus filhos. Ela é, para nós, povo peregrino, «sinal de esperança segura e de consolação» (LG 68).

Abriu-se a Porta Santa do Jubileu do ano 2025, na noite santa de Natal, na Basílica de São Pedro em Roma. Abriu-se, logo depois, a segunda Porta Santa, a da Igreja do Pai-Nosso, na Penitenciária de Rebibbia, em Roma. Abrir-se-ão ainda, durante este tempo do Natal, outras portas, nas diversas Basílicas de Roma, para a celebração do Grande Jubileu. E neste domingo, dia 29, às 16h00, abrir-se-á a Porta Santa da nossa Igreja Catedral do Porto. Deus abre a porta do seu coração, para o Perdão. A Porta escancarada! Todos somos chamados, em resposta ao grande perdão de Deus, a abrir a Porta do coração ao Senhor! Neste domingo da Oitava do Natal, celebramos a Festa da Sagrada Família. E, por feliz coincidência, o Evangelho apresenta-nos a família de Nazaré, em peregrinação ao Templo de Jerusalém. Como eles, também nós somos peregrinos de esperança. Tenhamos a coragem de dar um passo, de atravessar esta Porta do perdão e da reconciliação, de deixar para trás contendas e divisões, a começar por aquelas que destroem a harmonia nas nossas famílias.

Pág. 1 de 119
Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk