Salve 2024, Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo! Irmãos e irmãs: que dia é este, que celebramos solenemente, sem os excessos de uma passagem de ano? É o último da Oitava do Natal, marcado pela circuncisão e pela imposição do Santo Nome de Jesus!  É também o primeiro do ano civil, do ano de 2024, que desejamos seja “Ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo” e nos prepare para o Grande Jubileu de 2025.  É, desde há 57 anos a esta parte, o Dia Mundial da Paz, cuja atualidade se revela, por demais, gritante, neste tempo em que vivemos uma espécie de terceira guerra mundial aos pedaços. Todavia, a verdade é que o calendário litúrgico tem hoje um motivo muito maior: a celebração da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Celebramo-la, ao contemplar Jesus, nascido de uma Mulher, a quem reconhecemos verdadeiramente Homem e verdadeiramente Deus.  Este é, sem dúvida, o maior e mais glorioso título de Maria, assim aclamada jubilosamente no Concílio de Éfeso, no remoto ano de 431, pelo Santo Povo de Deus. Saudemos, pois, com grande alegria, a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus. Invoquemos do Senhor, por meio d’Ela, as suas maiores bênçãos e confiemo-nos, desde já, ao seu colo materno, para enfrentarmos com coragem as graças e desafios do novo ano de 2024.

Vamos com alegria. Vamos todos a Belém”. Mas hoje temos de continuar a viagem, acompanhando a Sagrada Família, na sua primeira peregrinação ao Templo de Jerusalém, para a apresentação do Menino Jesus. É um dos belos mistérios da infância de Jesus, um dos mistérios da alegria, mas onde se desenha já a sombra da Cruz, onde se anuncia já a espada de dor, que trespassará o coração de Maria. Tal acontecerá quando o Filho, oferecido pelos pais, Se oferecer ao Pai por todos nós.  A alegria do amor em família, que se vive em Nazaré, é também escola de sabedoria, para a nossas famílias, sempre a caminho. Celebremos esta Festa da Sagrada Família, neste domingo dentro da oitava do Natal, pois o mistério da Encarnação, tem lugar no seio de uma família da humilde da periferia de Nazaré, onde Jesus crescia e se robustecia, enchendo-se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. Esteja com as nossas famílias também.

Viemos com alegria e eis-nos a celebrar juntos o Natal do Senhor. “Hoje, caríssimos irmãos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida, uma vida que infunde a alegria da eternidade prometida. Ninguém é excluído desta felicidade, porque é comum a todos os homens a causa desta alegria: Nosso Senhor veio para nos libertar a todos. Alegre-se o santo, porque se aproxima a vitória; alegre-se o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; anime-se o pagão, porque é chamado para a vida” (São Leão Magno). Alegremo-nos, todos, irmãos e irmãs. Porque o Natal é uma grande alegria para todo o Povo. Preparemos o nosso coração, para corresponder à ternura de Deus com o sorriso de um coração novo.

Homilia no IV Domingo do Advento B 2023

1.O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa”(2 Sm 7,11). Não é uma promessa de campanha eleitoral, num ano fortemente marcado pela crise da habitação. A casa faz parte dos três T’s, que o Papa Francisco acentua como direitos fundamentais da pessoa humana: uma terra, um teto e um trabalho. Falemos do teto, da casa. No coração de cada pessoa habita o desejo de uma casa, o grande anseio pela própria casa: que seja sólida e aonde se possa voltar com alegria; uma casa, onde com júbilo se possa receber cada hóspede que chegar. Há, em nós, o sonho de uma casa, em que o pão quotidiano seja o amor, o perdão, a necessidade de compreensão, em que a verdade seja a fonte da qual brota a paz do coração. É a nostalgia de uma casa, da qual se possa sentir orgulho e cujo desmoronamento nunca seja preciso chorar. Este sonho não é senão a projeção do desejo de uma vida plena, feliz, bem-sucedida. Não tenhamos medo desta aspiração. Por isso é que nós, por mais voltas que demos pelo mundo, em passeio, em trabalho, por fim, queremos sempre voltar a casa. Pedro Abrunhosa canta isto de uma forma extraordinária, quando diz: “Quero ir para casa | Embarcar num golpe de asa | Pisar a terra em brasa | Que a noite já aí vem. || Quero voltar | Para os braços da minha mãe | Quero voltar | Para os braços da minha mãe”.

2. Deus também quer habitar a nossa casa, por dentro. Por isso, o anúncio do Anjo a Maria acontece em sua casa. “O Anjo entrou em casa dela” (Lc 1,28). Em casa, na intimidade e na normalidade da vida doméstica. Não é um anúncio feito com incenso no Templo, como a Zacarias, mas tem lugar em sua casa. Estar na sua casa, recolhida em Si, para dar atenção a quem chega, é para Maria o modo mais adequado de receber o grande Hóspede. A casa é, de facto, o lugar, onde se faz a unidade entre o que está dentro e o que está fora, entre o que se acolhe e o que se recolhe. Como mulher grávida, Maria é a morada onde se opera o mais alto recolhimento hospitaleiro: o de uma nova vida. As mães são sempre a nossa primeira casa, por isso, dizer “quero ir para casa” é praticamente dizer “quero voltar para os braços de minha mãe”. Atenta e acolhedora, recolhida e hospitaleira, Maria torna-se verdadeiramente a Casa de Deus. É belo pensarmos que Deus não perpassa unicamente nas liturgias solenes das Igrejas, nas jornadas mundiais da juventude, mas também e sobretudo na vida comum, no quotidiano da nossa família. A casa não é apenas o lugar onde habitamos e restauramos as nossas forças: é a porta aberta para o infinito, porque Deus fala-nos sobretudo no lugar onde somos nós mesmos, em silêncio e à escuta, com atenção livre. A casa é o primeiro lugar da proximidade de Deus.

3. Sabemos que depois da Anunciação, Maria levantou-Se e foi ao encontro de Isabel, numa visitação de três meses. Podemos imaginar que, findo esse tempo, também Maria sentiu nostalgia e viveu a alegria de voltar a sua casa, de voltar a Nazaré, de voltar à sua terra, às suas gentes, às suas raízes, mesmo se os imprevistos do recenseamento A levaram depois para o parto em Belém. Neste IV Domingo do Advento (quase morre à nascença!), somos desafiados a viver esta alegria do regresso a casa. Porque é lá, em casa, que a fé começa por ser significativa, nos dias de festa e nos dias de lágrimas. É lá na casa, onde a vida celebra a sua festa. É lá que se pode encontrar Deus nos gestos; é lá em casa que se pode falar ao coração; é lá, em casa, que a vida nasce e é guardada e cresce em idade, sabedoria e graça. Bem dizia um velho anúncio publicitário (2011): “a felicidade vem de dentro de casa. Viva mais a sua casa”!

É aí mesmo, na sua Casa, que Deus quer vir, nascer e acontecer. Procuremos fazer parte dos presentes e viver a alegria de voltar a casa, a alegria de voltar às raízes. Façamos chegar esta alegria à casa de cada um com um sorriso, com um gesto bom, com uma pequena ajuda, dando, se necessário, um passo de perdão! Vamos, pois com alegria até casa, à casa de cada um, sem esquecer esta Casa onde estamos, sem esquecer a nossa Casa Comum! Vamos com alegria. Vamos todos a Belém.

Vamos com alegria. Vamos todos a Belém”. Com este propósito, continuamos, com alegria, a percorrer o caminho desde o Advento até à Festa do Batismo do Senhor. Ao caminharmos, a passos largos para Belém, ao sentir já a intensidade e a proximidade da Luz do Natal, o nosso coração exulta de alegria no Senhor. A cor roxa abre-se ao cor-de-rosa, neste domingo, que nos reveste da alegria da salvação. Neste início da terceira semana do advento, o nosso propósito é viver a Alegria do Evangelho e a doce e reconfortante alegria de evangelizar. 

Pág. 5 de 110
Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk