Paróquia Senhora da Hora (761)
Reunimo-nos em Eucaristia. A Eucaristia é o nosso grande “Obrigado” a Deus, por tudo o que Ele nos dá, nos diz e faz por nós. Na verdade, nada temos de grande, de belo e de bom, desde os dons da Criação aos dons da salvação, que não tenhamos recebido de Deus. Por isso, em cada Domingo, nós celebramos a Eucaristia, não tanto para oferecer algo a Deus, mas para receber d’Ele aquilo de que precisamos para O seguir verdadeiramente. A nossa gratidão, a nossa ação de graças, não acrescentam nada à grandeza de Deus, mas dilatam o nosso pobre coração para receber tudo o que o Senhor nos quer dar. Nesta Eucaristia façamos memória viva e agradecida da Vida que Jesus entregou ao Pai por nós. E peçamos que nos cure da lepra do esquecimento e da ingratidão.
Outubro é o mês missionário e é o mês do Rosário. Somos desafiados pelo Papa Leão XIV a intensificar, neste mês, a oração do Rosário pela Paz. A oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, «a primeira força da esperança». Hoje o Evangelho recolhe-nos uma prece fundamental, que deve ressoar do mais profundo do nosso coração: “Senhor, aumenta a nossa fé”(Lc 17,5).Talvez esta oração deva ser dita e traduzida, hoje, por nós, de uma outra forma: “Senhor, dá-nos um pouco de fé e isso nos basta”! O Senhor prefere a fé humilde e serviçal dos pequeninos à fé arrogante e soberba dos que se julgam donos de Deus. Que a frescura da Palavra, o Pão da Eucaristia, a e o contágio do testemunho nos ajudem a crescer na pouca fé, na fé pequenina, na fé dos mais pequeninos.
Reunimo-nos para o banquete da Eucaristia, em que Cristo Se faz Pão partido para a vida do mundo. Queremos que esta mesa posta, para a alegria e alimento da nossa comunhão, seja o sinal e compromisso de abrir a Mesa da Criação a todos os Povos. Não nos tornemos cegos, surdos e indiferentes, a quem, à nossa porta, suplica pelo pão de cada dia. Para celebrarmos dignamente os santos mistérios, invoquemos, desde já, a infinita misericórdia do Senhor.
Somos um Porto peregrino. Abrir caminhos de esperança. Regressados da grande peregrinação jubilar a Fátima, aprendemos de Maria o modo sinodal de escutar, de ponderar todas as coisas e de decidir sem demora, para abrir caminhos de esperança, quando tudo parece bloqueado. Neste início de Ano Pastoral, o Evangelho vem recordar-nos a necessária fidelidade criativa, o serviço desinteressado e a confiança. Nesta Eucaristia, acolhamos o Senhor Jesus e o Seu Reino, o maior bem que Deus nos quer confiar. E, para O acolhermos de braços abertos e de coração limpo, “ergamos para o Céu as nossas mãos santas, sem ira nem contenda” (cf. 2.ª leitura).
Celebramos, neste XXIV Domingo Comum, a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Não para exaltar a dor, mas o amor do Senhor. Não para adorar um instrumento de tortura, mas para nos deixarmos abraçar pela misericórdia divina. Segundo a legenda, Santa Helena, mãe do imperador Constantino, terá encontrado a verdadeira Cruz, no dia 14 de Setembro. É conhecida a devoção do Imperador Constantino pela Cruz, à qual atribuiu a vitória na decisiva batalha de Ponte Mílvio em 312: teria tido a visão de uma Cruz luminosa com a inscrição: «In hoc signo vinces» («por este sinal vencerás»). É, pois, para a Cruz,árvore da Vida, que hoje e sempre se dirige o nosso olhar. Neste Domingo, dia da Ressurreição, olhemos e deixemo-nos olhar pelo Crucificado, nossa única esperança. Confiemo-nos à Sua misericórdia.
O país regressou a casa, o ano escolar está à porta e setembro é o mês de todos os recomeços, também nesta comunidade. Perante a escalada da exigência que Jesus coloca aos discípulos, nesta etapa do caminho, precisamos de medir forças e recursos, ponderar e discernir as nossas escolhas, para que nada se anteponha a Cristo. Peçamos a Deus que leve até ao fim a obra que quer realizar em nós e por meio de nós. Que Deus saia vencedor de todas as nossas lutas e nos tornemos vencedores graças a Ele
A despedirmo-nos do querido mês de agosto, há ainda tempo para nos sentarmos com Jesus à mesa, para agradecer os dons da criação e os bens da salvação. À mesa e à conversa com os convivas, Jesus introduz-nos, de novo, na sabedoria dos humildes e dos simples, na escola da humildade e da gratuidade, de que Ele próprio é o exemplo mais sublime. À mesa da Palavra, acolhamos o seu apelo e a sua presença de amor dado, sem troco nem preço.
Em Ano Jubilar, somos desfiados a atravessar a Porta Santa. E hoje Jesus recorda-nos que a Porta é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13,24)! É estreita, mas alta, aberta a todos. A nós, que O escutamos e aqui comemos e bebemos com Ele, Jesus adverte-nos, que é preciso validar o bilhete de entrada, no banquete do Reino, com o esforço da caridade. Já o autor da Carta aos Hebreus recorda-nos hoje que “o Senhor corrige aqueles que ama”, tendo em vista frutificar em nós a paz e a justiça. Nesta celebração, cada um faça a sua prova de esforço, deixando-se corrigir, com amor, pela Palavra do Pai, que bate à porta e vem conversar amorosamente com os seus filhos.
Em pleno mês de agosto, Jesus sobe a temperatura da vida cristã, ateando sobre as nossas vidas o Seu fogo. Bem sei que seria mais agradável mergulhar, em águas doces ou salgadas, do que deitar mais achas para a fogueira. Mas, neste agosto preguiçoso, o combate da fé não conhece tréguas, perante a hostilidade que Cristo e os cristãos têm de suportar. Por agora, fitemos os olhos em Jesus, o guia da nossa fé, e imploremos, para nós e para todos os irmãos, a graça do alimento que nos fortalece e anima, que nos dá a força da perseverança e da resistência na fé e na esperança. Invoquemos a misericórdia do Senhor.
Celebramos a meio de agosto, a Assunção de Nossa Senhora, a Páscoa de Maria. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é a primeira criatura associada à glória da ressurreição do Seu Filho. Por isso, em Maria vemos realizada a esperança da Ressurreição, que nos está prometida. Ela é a Estrela da nossa Esperança. Ela corre ao nosso encontro para nos fazer caminhar com os pés na terra e os olhos postos no céu, meta da nossa peregrinação para a Casa do Pai.