Paróquia Senhora da Hora (761)
Na Páscoa de Cristo celebramos a nossa Páscoa em Cristo e a Páscoa de Cristo em nós. Este ano, a nossa Páscoa foi marcada pela última Páscoa do querido Papa Francisco, na Segunda Feira da Oitava da Páscoa, dia comemorativo do Anjo da Páscoa.Ressoam ainda nos nossos ouvidos as últimas palavras que o Papa Francisco nos deixou no domingo de Páscoa, pela voz emprestada do Cardeal Ângelo Comastri: “Aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com Ele na alegria, para sempre”. Com esta grande esperança, acolhemos a dor do seu passo definitivo para a Vida nova e rezamos ao Senhor, com as palavras que o mesmo Papa Francisco nos ensinou a dizer: “Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça”.
Peregrinos de esperança, eis-nos a celebrar a Páscoa de Cristo, meta do nosso caminho. Com Cristo Ressuscitado cumpre-se a esperança de um Povo, a Promessa da nova aliança, mas abre-se um novo e inesperado horizonte de esperança: da Páscoa de Cristo brota a esperança da nossa Páscoa em Cristo. A Ressurreição é uma Promessa cumprida em Jesus para nós, mas é também uma Promessa ainda por se cumprir plenamente em nós. Na verdade, Cristo ressuscita não apenas antes de nós, mas também por nós. E nós ressuscitaremos não apenas depois d’Ele, mas por meio d’Ele, graças a Ele. Cristo Ressuscitado é assim o rosto e o fundamento, a fonte e a razão da nossa esperança!
Esta é a noite do ano! A noite de todos os acontecimentos, a noite das grandes intervenções de Deus na nossa história. Estamos em vigília, em expectação noturna, para dar início à celebração do terceiro dia do Tríduo Pascal, o dia da Ressurreição. Começamos na escuridão, a partir da escuridão, a partir da noite do caos primordial, a partir da escuridão do pecado e da morte, para caminharmos em direção à luz da Vida, que é o Senhor Ressuscitado. Reunida na escuridão, e fora da Igreja, esta assembleia cristã, em comunhão com toda a humanidade e com toda a criação volta às suas origens. Começamos a partir da escuridão para caminharmos em direção à luz.
O primeiro dia do Tríduo Pascal é o Dia da Paixão e morte do Senhor, que celebramos hoje de modo solene. A celebração da Paixão tem hoje um expressivo reinício, com uma Procissão em absoluto silêncio e um gesto de prostração. O Presidente não fará qualquer Saudação, depois da prostração, porque, na verdade, todas as celebrações do Tríduo Pascal são uma só: começaram ontem com a Missa da Ceia do Senhor e só terminarão com as Vésperas na tarde do Domingo de Páscoa. O silêncio de todos expressa a dor da Igreja-Esposa, pera perda do Seu Esposo. O espanto por um amor tão grande fecha a nossa boca no silêncio, para anunciar, invocar, adorar e comungar a Paixão e a Morte do Senhor.
Irmãos e irmãs: Peregrinos de esperança, eis que chegámos à Páscoa, meta do nosso caminho quaresmal. Com a celebração desta Eucaristia Vespertina da Ceia do Senhor, damos início ao Sagrado Tríduo Pascal do Senhor Crucificado, Sepultado e Ressuscitado. Esta celebração, em jeito de pórtico e introdução ao Tríduo Pascal, reporta-nos àquela mesma noite, em que Jesus, desejando ardentemente comer a Páscoa com os seus discípulos, os reuniu para a Ceia Pascal, sinalizando e antecipando à mesa a sua entrega, a sua morte e ressurreição por nós. Nos sinais do Pão e do vinho e no lava-pés, Jesus, Mestre e Sumo Sacerdote, antecipa o sacrifício de Si mesmo, que se consumará na Cruz. Fixemos então o nosso olhar na Cruz do Senhor, âncora da nossa esperança.
Irmãos e irmãs: “Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa”, desde o princípio da Quaresma, vimos a percorrer juntos um caminho de oração, de transformação, de conversão, de reconciliação e de perdão. Fizemo-lo sempre ancorados na Cruz de Cristo, que é passagem obrigatória da nossa esperança, daquela esperança que não ilude nem desilude. Esta “esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na Cruz” (SNC, n.º 3). Hoje estamos aqui reunidos, para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do mistério pascal do Senhor, isto é, da sua Paixão, Morte e Ressurreição. Foi para realizar este mistério de entrega e de amor até ao fim, que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando hoje, com fé e devoção esta entrada triunfal na Cidade Santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na sua Cruz, esperamos um dia ter parte na sua Ressurreição.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, eis-nos já no V Domingo da Quaresma. Ainda não alcançamos a meta da Páscoa gloriosa e da vida nova em Cristo. Continuamos a correr, «esquecendo-os o que fica para trás, lançando-nos para a frente», porque a esperança corre sempre por caminhos de futuro. Mas este movimento, que abre um caminho novo, também requer uma pausa, um ponto de apoio, na Eucaristia, que é fermento da nossa transformação, da transformação do coração, da transformação das pedras em perdão.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, estamos a celebrar o IV Domingo da Quaresma. O tom rosa da cor litúrgica dos paramentos exprime já a alegria da Páscoa, que se deseja e se aproxima. Contritos, esperamos esta Páscoa, que celebramos semanalmente, em cada Domingo, na celebração da Eucaristia. Renova-se, para nós, a Festa de Jesus, o Filho de Deus, que estava morto e voltou à vida!
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, celebramos hoje o 3.º Domingo da Quaresma. Este Domingo oferece-nos uma nova oportunidade de parar, de ancorar a nossa vida, dentro deste campo da vinha, desta comunidade cristã, que é o Povo do Senhor. Ancoramos na vinha da conversão. Reunidos em Eucaristia, aproveitemos a oportunidade para deixar o Senhor escavar e adubar o terreno do nosso coração, na esperança dos melhores frutos.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, encontramo-nos, de novo, junto do Senhor, que nos chama a subir com Ele ao monte santo da transfiguração, para nos abrir novos horizontes no caminho da esperança. No passado domingo, ancorávamos em Cristo a nossa vida, partindo com Ele, para o deserto. Foi o nosso ponto de partida, para sair da terra da escravidão. Neste 2.º domingo da Quaresma, fixamos agora os olhos noutra pátria, na meta última da nossa peregrinação: a nossa transfiguração, a nossa transformação em Cristo.