Estamos a concluir os cinquenta dias de Páscoa, com a grande Solenidade do Pentecostes. O Espírito Santo é derramado sobre a comunidade reunida em volta dos Apóstolos. É o sopro deste Espírito que põe fim ao confinamento da primeira Igreja e abre todas as portas e janelas com novas vistas e novos caminhos para a missão. Também hoje, neste Pentecostes de 2021, o Espírito Santo é um dom e uma presença de amor divino, que nos impele a enfrentar a novidade deste tempo e nos lança no mundo para darmos testemunho de Cristo vivo. Nesta Eucaristia, deixemos que o mesmo Espírito Santo, que converte a diversidade dos fiéis num só Corpo e converte o pão e o vinho no Corpo e Sangue do Senhor, transforme também o nosso coração e nos dê novo fôlego para a missão.

Hoje celebramos o Domingo da Ascensão. Da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão! Passados, para nós, os exercícios da «quarentena» – assim o esperamos – oxalá estes tenham sido tempos de preparação para algo novo, para o novo normal, que nos desafia a gastar a sola dos sapatos e a arregaçar as mangas, na construção de um mundo novo. Mesmo se a nuvem da incerteza e da surpresa nos esconde, de algum modo, o rosto de Cristo, sabemos que Ele continua a ser o Sol Nascente, que ilumina a nossa esperança, o Deus sempre presente, que está connosco todos os dias e até ao fim dos tempos. Neste Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa reitera o convite de Jesus “vinde e vede” (Jo 1,46),para irmos e sairmos ao encontro das pessoas, onde estão e como são. Para que desse encontro a notícia resulte em interpelação, em compromisso de mudança! Voltemos os nossos olhos para o Senhor, para que a sua misericórdia nos levante do chão, na direção da Pátria Celeste.

O dia é especial a vários títulos.  A quinta-feira da ascensão, dia da Festa em honra de Nossa Senhora, coincide este ano com o 13 de maio, data da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima. Temos ainda duas marcas que balizam esta celebração: a do Ano de São José e a do Ano Família Amoris laetitia. O Ano de São José teve início a 8 de dezembro e assinala os 150 anos da Declaração deste «santo de ao pé da porta» como Patrono da Igreja. O Ano Família Amoris laetitia, que vivemos desde 19 de março último até 26 de junho de 2022, assinala os cinco anos da publicação da Exortação Apostólica do Papa Francisco, com esse nome, sobre a Alegria do Amor na Família. Mas também é muito especial o contexto desta celebração eucarística, sem a solenidade habitual por causa da pandemia. Esta hora da nossa história traz-nos uma esperança e um programa: o de ressurgirmos desta pandemia, com a atenção concreta de Maria aos gemidos do nosso povo e com a coragem criativa de São José. Com o olhar posto em Jesus, como o de Maria e de José, preparemos os nossos corações para a escuta da Palavra, para fazermos memória viva da entrega do Senhor por nós.

O mandamento novo do amor está no coração da Liturgia da Palavra deste domingo. Precisamos de aprender a conjugar, de muitos modos, o verbo amar. Na voz passiva, deixemo-nos amar por um Deus cujo amor é anterior e é maior que o nosso coração. Na voz ativa, respondamos ao amor com que Deus nos ama amando-nos uns aos outros. O amor, mais do que um sentimento, é uma vontade. Mais do que uma palavra, é um imperativo. O modo incondicional e o modelo insuperável deste amor, que dá a vida por todos, é Cristo: Ele aposta a vida toda por todos nós, sem exclusões, sem aceção de pessoas. Deixemos que o seu amor nos converta ao amor dos irmãos.

Que belos são estes dias da Páscoa, que agora se desconfina, da Páscoa florida, neste maio do coração, neste mês de Maria. E o mês começa | começou com a figura de São José, Operário, a que sucede amanhã | hoje o Dia da Mãe. Maria, a Mãe, e José, Operário, unidos a Jesus, centrados e concentrados n’Ele, ensinam-nos o trabalho do amor e o amor no trabalho, como segredo para dar um fruto que permaneça. Caros irmãos e irmãs: peçamos a São José e à Virgem Maria que nos ensinem a centrar em Cristo a nossa vida, a vivermos a nossa fé nos gestos do amor concreto de cada dia e a reservarmos mais espaço ao Senhor, a quem servimos e adoramos na nossa vida. Vivamo-lo, desde já.

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