Reunimo-nos nesta Quinta-feira da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que nos reporta à instituição da Eucaristia, na Quinta-feira da Ceia do Senhor. Os gestos de Jesus, que toma o pão e o vinho, que bendiz o Pai, que parte e nos reparte o Pão da Vida, são desafio a uma vida tomada pelo Seu amor, a uma vida que se torna um Hino de louvor, a uma Vida que dá tudo e se dá inteiramente pela vida dos outros. A Eucaristia é assim uma escola de bênção. Deus diz bem de nós, seus filhos amados. E nós bendizemos a Deus nas nossas assembleias (cf. Sal 68, 27), reencontrando o gosto do louvor, que liberta e cura o coração. Vimos à Missa com a certeza de ser abençoados pelo Senhor, e sairemos para abençoarmos, para sermos canais de bem no mundo. Preparemo-nos, oferecendo ao Senhor o pouco ou nada que temos, oferecendo o que somos e temos.

A Igreja celebra hoje a Solenidade da Santíssima Trindade. Quando pensamos na Santíssima Trindade, que é mistério de infinito amor, pura relação de amor (amor dado, amor recebido e amor comunicado), entre pessoas diferentes,então rapidamente encontramos na família um ícone, uma imagem, onde tudo isto transparece, de modo tão belo e tão familiar. A família cristã, fundada sobre o matrimónio cristão é a imagem transparente da família divina, que é a Santíssima Trindade. Por isso, em pleno Ano Famílias Amoris laetitia, e neste Dia Diocesano da Família, celebremos e vivamos este mistério de infinito amor, que é Deus e há em Deus, a partir da alegria do amor nas nossas famílias.

O longo Tempo da Páscoa chega hoje à sua plenitude. Hoje celebramos a Solenidade do Pentecostes e nela o dom do Espírito Santo, que faz a unidade na diversidade e a harmonia nas diferenças.Caminhámos juntos, desde a preparação e celebração da Páscoa, que desejámos então como Páscoa da Paz para todos, até chegarmos hoje, todos juntos, ao Pentecostes. E hoje em que invocamos, ainda com mais intenso desejo, a Paz com dom do Ressuscitado e fruto precioso do Espírito Santo. Ele é o Espírito da Paz. Nesta Eucaristia, deixemos que o mesmo Espírito Santo, que converte a diversidade dos fiéis num só Corpo e converte o pão e o vinho no Corpo e Sangue do Senhor, transforme os nossos corações, para fazer de nós homens e mulheres de Paz.

A Ascensão de Jesus põe os nossos olhos no céu, para nos fazer aspirar às coisas do alto e assentar os nossos pés no chão. Para os discípulos, tão habituados à companhia do Mestre, às suas palavras e gestos tão humanos, há o desafio de aprenderem a olhar o mundo com os olhos de Jesus e a tornarem-se adultos na fé e na missão. O Senhor parte para ficar e agora ficamos nós ficamos para partir. Mas não estamos sós, porque o Senhor continua vivo e ativo, em nós e através de nós, no Corpo da Sua Igreja, no íntimo do mundo, como um fogo, graças à ação do Espírito Santo.

Nesta quinta-feira, que outrora foi também da Ascensão, reunimo-nos, com Maria e como Maria, em Cenáculo, isto é, no lugar da última Ceia, para celebrarmos juntos a memória viva da entrega do Senhor por nós. Em cada Eucaristia, perpetua-Se esta entrega do Senhor, que reuniu os seus discípulos, à volta da mesa, precisamente quando o que parecia estar à sua frente era só violência e destruição. A Sua pequena e frágil comunidade estava à beira do colapso e todos os sonhos para o futuro pareciam ter sido destruídos. Naquele momento tão sombrio, Jesus realizou este ato de esperança generosa, entregando-se aos seus amigos e a nós. Cada Eucaristia proclama a nossa esperança de que a violência, a destruição e a morte não terão a última palavra. Por isso, entre a Ressurreição e o Pentecostes, desde a primeira hora, os discípulos, que estavam traumatizados pela violência da Cruz, voltam ao mesmo lugar, sentam-se à mesa da Paz. Ali estão, com Maria, que se junta a eles, para que não se sintam órfãos, para rezar com eles e os preparar para receberem o Espírito Santo, que é precisamente o Espírito da Paz.  Nós reunimo-nos, em Eucaristia, neste tempo de guerra, neste dia, o quadragésimo, entre a Páscoa e o Pentecostes, sob o olhar atento de Maria, Nossa Senhora da Hora, para que Ela interceda por nós e nos alcance o dom da Paz.

Este é já o VI Domingo da Páscoa. À medida que a Páscoa se intensifica, o Espírito Santo une-Se à Igreja, para lhe ensinar todas as coisas e recordar tudo quanto Jesus nos disse e ensinou. No princípio, como agora, a Igreja não tem um livro de receitas para resolver cada problema, para enfrentar cada nova situação. Jesus deixou-lhe apenas o Evangelho e o Espírito Santo. E nós, à luz do Evangelho, sob a inspiração do Espírito Santo, é que havemos juntos de encontrar e fazer o caminho. Em tempo de processo sinodal, escutemos com particular atenção a experiência da Igreja primitiva, que nos é transmitida no livro dos Atos dos Apóstolos. 

Em tempo pascal e a caminho do Pentecostes, estamos reunidos, como Maria e os Apóstolos, em Cenáculo, isto é, no lugar da Ceia, para dar espaço à intimidade do amor, com que Jesus nos fala, nos serve e nos alimenta. No passado domingo, Jesus dizia-nos que as suas ovelhas escutam a sua voz e seguem-n’O. Hoje, no seu Discurso de Despedida, Jesus concretiza este seguimento: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,35)! Quem não reconhece como é difícil amar assim, amar sempre, amar de verdade e amar até ao fim?! De quantos erros e de quantas falhas nos damos conta, todos os dias, na vivência do amor? Quanto amor sem verdade? Quanta verdade sem amor? Todos temos afinal um défice de amor, que só o excesso de amor de Deus por nós pode superar. Confiemo-nos à Sua misericórdia.

Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a Vida por nós. Ele dá-nos vida eterna, vida que nunca mais acaba. Neste 4.º Domingo da Páscoa, tomamos consciência de sermos nós o Povo de Deus, as ovelhas do seu rebanho. E somo-lo, na medida em que escutamos a Sua voz e seguimos os Seus passos. Neste Dia Mundial das Vocações, unimo-nos em oração, pedindo ao Senhor, por intercessão de Maria, que sejamos todos capazes de responder e corresponder ao chamamento do Senhor, para dar um rosto à esperança e mãos à Paz.

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