Reunimo-nos nesta quinta-feira da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que nos reporta à instituição da Eucaristia, na quinta-feira da Ceia do Senhor. Em pleno Ano Missionário, é bom recordar que a Eucaristia é a fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Viemos de lá de fora, do nosso mundo, para este encontro íntimo com o Senhor, a fim de Lhe lançar no coração todas as sementes e os frutos da missão. Aqui dentro, na Eucaristia, façamos a experiência do encontro com Aquele que anunciamos, com o olhar posto fora do templo, para uma missão sem muros nem fronteiras. Aqui dentro recebamos a força e o alimento para a missão no mundo. Daqui havemos de partir, de novo, em missão, na certeza de que a Eucaristia nunca termina, pois há de converter-se em liturgia depois da liturgia. Que a beleza desta celebração seja para todos, e desde já, experiência de atração de Cristo e para Cristo, e por isso mesmo experiência de missão.
Concluído o tempo pascal, retomamos agora o tempo comum, com a celebração da Solenidade da Santíssima Trindade. Em pleno Ano Missionário, proclamar e celebrar este mistério central da nossa fé no amor de Deus é também redescobrir o rosto missionário do nosso Deus, que é um Deus que sai de Si, que Se comunica, para nos alcançar a todos nós. O Pai envia o Filho e é, por isso, a fonte da missão. O Filho envia o Espírito Santo e é o grande missionário do Pai. O Espírito Santo é o protagonista da missão. Ele unge-nos para nos enviar ao mundo como discípulos missionários. Existe a missão, simplesmente porque Deus ama as pessoas e quer fazê-las participar da sua própria vida divina.
Do Domingo de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, encontramo-nos, sempre, no mesmo lugar: o da Última Ceia. No primeiro dia, estavam fechadas as portas com medo dos judeus, mas veio Jesus e, com o sopro do Espírito Santo, deu nova vida aos Apóstolos e enviou-os em missão de paz. No último dia, o mais solene da festa, uma rajada de vento encheu toda a casa e lançou a Igreja «em saída», em missão, no anúncio do Evangelho a todos os povos da Terra e em todas as línguas.
Esta presença nova de Jesus coloca-nos o desafio de promover uma rede de relações de proximidade com todos aqueles que, por causa da distância física, “se escondem a nossos olhos”. Neste Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa desafia-nos a fazer das redes sociais, não uma teia de aranha, que nos pode capturar, mas uma rede de ligação, de pertença, de partilha, de comunhão, que alargue, intensifique e multiplique as relações pessoais.
Este é o VI Domingo da Páscoa. À medida que a Páscoa se prolonga e intensifica, o Espírito Santo une-Se à Igreja, para lhe ensinar todas as coisas e recordar tudo quanto Jesus nos disse. Ensinar e recordar é isto que o Espírito Santo faz nos nossos corações. Por isso, hoje e sempre o Espírito e a Esposa (a Igreja), numa só voz, dizem ao Senhor: “«Vem!».
A porta da fé está sempre aberta para nós! A Igreja, à imagem de Maria, deve tornar-se “a morada de Deus com os homens”, uma Igreja de portas abertas, uma casa paterna onde há lugar para todos com a sua vida fatigante (cf. EG 47-48). Irmãos e irmãs: desde o Batismo que se abriu para nós esta porta da fé e esta vida nova da Páscoa se inaugurou.
Este é o IV Domingo da Páscoa. E a Liturgia da Palavra, neste Dia Mundial das Vocações, faz-nos entrar no mistério da morte e da ressurreição do Senhor, através de duas belas figuras: a figura corajosa do Bom Pastor, que arrisca toda a Sua vida para nos salvar, isto é, para nos ter e manter a salvo nas mãos bondosas do Pai. E a doce figura do manso Cordeiro, que Se oferece silenciosamente ao Pai por nós. O Cordeiro imolado e de pé é a imagem de Cristo morto e ressuscitado por nós. Assim, Jesus Cristo, nosso Cordeiro e Pastor, desafia-nos a ter a coragem de arriscar tudo, pela promessa de Deus. Neste dia, unimo-nos em oração pedindo ao Senhor que nos faça descobrir o seu projeto de amor para a nossa vida e que nos dê a coragem de arriscar no caminho que Ele, desde sempre, pensou para nós.
Terceiro domingo, terceira aparição de Jesus. Neste 3.º domingo da Páscoa, que é também celebrado entre nós como Dia da Mãe, iniciamos a Semana de Oração pelas Vocações. Somos desafiados a voltar aos braços da Mãe, da mãe que nos gerou para a vida, da Mãe de Jesus e nossa Mãe, também da Mãe Igreja, para termos “a coragem de arriscar pela promessa de Deus”. Na certeza de que não há alegria maior do que arriscar a vida pelo Senhor, tomemos parte do banquete de Cristo Ressuscitado. Celebremos com renovada esperança a festa da Mãe, na festa do Filho, o Cordeiro que Se oferece por nós, à mesa da Eucaristia!