Peregrinos da Cidade Santa, exultamos de alegria ao entrar na Casa do Senhor. Aqui experimentamos a ternura de Deus, no coração da Igreja, nossa mãe. A Igreja, a nova Jerusalém, é verdadeiramente a «mãe» que nos acolhe, gera e dá à luz através do Batismo, que nos perfuma e embeleza com a unção do Espírito e nos alimenta e faz crescer com o Pão da Eucaristia. Esta Igreja é a mãe que nos conforta, consola e acompanha, com paciência e misericórdia, através da Palavra e dos sacramentos. E, como mãe, faz-nos sair de casa, em missão, pelo mundo. Deixemo-nos, pois, alcançar pela misericórdia do Senhor, que é fonte de paz.

Primeiro está o Senhor e por isso deixámos tudo para O seguir e responder ao Seu convite. Primeiro está o Senhor e por isso nada nos demoveu de sair de casa e vir ao Seu encontro. Levantámo-nos dos nossos afazeres e pusemo-nos a Caminho, sem nada opor ou antepor a Cristo. Ao iniciarmos esta celebração, assumimos a nossa condição de caminheiros da fé, de discípulos missionários, que seguem Jesus para onde quer que Ele vá e O anunciam com alegria, em cada dia.

Viemos aqui, atraídos por Jesus, para estar com Ele, para escutar a Sua Palavra, para O servir e seguir, com todo o nosso ser, em todos os dias da nossa vida. É a partir da alegria deste encontro com Ele, na oração, na escuta da Sua Palavra e no Pão da Eucaristia, que cresce a nossa amizade com Cristo, que se alimenta a nossa vida cristã e que se fortalece a nossa missão. Deixemo-nos, desde já, mover e comover por este olhar de Cristo, trespassado na Cruz, para que o Senhor nos lave o pecado e de toda a impureza do nosso coração.

Reunimo-nos nesta quinta-feira da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que nos reporta à instituição da Eucaristia, na quinta-feira da Ceia do Senhor. Em pleno Ano Missionário, é bom recordar que a Eucaristia é a fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Viemos de lá de fora, do nosso mundo, para este encontro íntimo com o Senhor, a fim de Lhe lançar no coração todas as sementes e os frutos da missão. Aqui dentro, na Eucaristia, façamos a experiência do encontro com Aquele que anunciamos, com o olhar posto fora do templo, para uma missão sem muros nem fronteiras. Aqui dentro recebamos a força e o alimento para a missão no mundo. Daqui havemos de partir, de novo, em missão, na certeza de que a Eucaristia nunca termina, pois há de converter-se em liturgia depois da liturgia. Que a beleza desta celebração seja para todos, e desde já, experiência de atração de Cristo e para Cristo, e por isso mesmo experiência de missão.

Concluído o tempo pascal, retomamos agora o tempo comum, com a celebração da Solenidade da Santíssima Trindade. Em pleno Ano Missionário, proclamar e celebrar este mistério central da nossa fé no amor de Deus é também redescobrir o rosto missionário do nosso Deus, que é um Deus que sai de Si, que Se comunica, para nos alcançar a todos nós. O Pai envia o Filho e é, por isso, a fonte da missão. O Filho envia o Espírito Santo e é o grande missionário do Pai. O Espírito Santo é o protagonista da missão. Ele unge-nos para nos enviar ao mundo como discípulos missionários. Existe a missão, simplesmente porque Deus ama as pessoas e quer fazê-las participar da sua própria vida divina.

Do Domingo de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, encontramo-nos, sempre, no mesmo lugar: o da Última Ceia. No primeiro dia, estavam fechadas as portas com medo dos judeus, mas veio Jesus e, com o sopro do Espírito Santo, deu nova vida aos Apóstolos e enviou-os em missão de paz. No último dia, o mais solene da festa, uma rajada de vento encheu toda a casa e lançou a Igreja «em saída», em missão, no anúncio do Evangelho a todos os povos da Terra e em todas as línguas.

Esta presença nova de Jesus coloca-nos o desafio de promover uma rede de relações de proximidade com todos aqueles que, por causa da distância física, “se escondem a nossos olhos”. Neste Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa desafia-nos a fazer das redes sociais, não uma teia de aranha, que nos pode capturar, mas uma rede de ligação, de pertença, de partilha, de comunhão, que alargue, intensifique e multiplique as relações pessoais.

Este é o VI Domingo da Páscoa. À medida que a Páscoa se prolonga e intensifica, o Espírito Santo une-Se à Igreja, para lhe ensinar todas as coisas e recordar tudo quanto Jesus nos disse. Ensinar e recordar é isto que o Espírito Santo faz nos nossos corações. Por isso, hoje e sempre o Espírito e a Esposa (a Igreja), numa só voz, dizem ao Senhor: “«Vem!».

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