O Natal que se aproxima está também ele já marcado com o sinal da cruz, com a dor, o sofrimento, a rejeição. Este sinal marca a vida de Jesus desde o berço à Sua entrega na Cruz. Este é distintivo da nossa vida cristã. Este é o sinal. Diante dos outros batizados, este sinal é o atestado comum da minha inserção no mesmo Corpo, em virtude do Batismo comum.
Depois da figura feminina e acolhedora de Maria, a Imaculada, sinal da preparação radical, o Advento coloca-nos diante da figura masculina e austera de João, o Batista. O sobrenome dado a João tem uma clara razão de ser: foi ele que batizou Jesus, no Jordão. Como mensageiro que vai à frente, hoje pode iluminar o compromisso dos pais e dos padrinhos, como guias, testemunhas e companheiros, no caminho iniciado no Batismo. No dia do Batismo, foi-lhes dito: “A vós pais e padrinhos se confia o encargo de velar por esta luz, para que os vossos pequeninos, iluminados por Cristo, vivam sempre como filhos da luz, perseverem na fé e, quando o Senhor vier, possam ir ao seu encontro com todos os Santos, no reino dos céus” (Ritual do Batismo, n.º 64).
Nesta Solenidade da Imaculada Conceição podemos contemplar como Deus prepara e encontra em Maria uma digna morada para o Seu Filho. Como Maria, somos chamados a abrir a nossa casa, o nosso coração, para que Deus nos venha habitar. Porque somos humanos e nascemos pecadores, no dia do nosso Batismo foi feita uma oração, pedindo ao Senhor que, pela Sua graça, o mal não tivesse em nós a última palavra. Fomos ungidos com o óleo da fortaleza, para sairmos vitoriosos desta nossa luta quotidiana contra o mal. Pelo Batismo tornamo-nos templos do Espírito Santo, somos habitados por Deus.
Iniciamos o nosso caminho de preparação para o Natal, a festa do nascimento do nosso Salvador. Fazemo-lo, cada ano, não apenas para fazermemória viva daSua primeira vinda, mas porque caminhamos na expectativa da última vinda do Senhor. E hoje e sempre esperamos a Sua vinda ao nosso coração, à nossa vida, à nossa comunidade, ao nosso mundo. O ambiente que se respira lá fora anuncia e até antecipa os sinais festivos do Natal, que está à porta. Os nossos olhos fixam-se, cada vez mais, no Presépio de Belém, do qual podemos dizer: “Todos aqui nascemos” como filhos de Deus! O Natal é a festa em que realmente somos desafiados a nascer de novo, deixando que Ele nasça em nós e nos faça renascer. Assim, entre o Natal de Jesus e o Batismo cristão há realmente uma afinidade de raiz: ambos celebram o nascimento pelo qual todos somos dados à luz como filhos de Deus.
Este é o dia do Senhor e o senhor dos dias! Neste domingo, mais uma vez, proclamamos, na Palavra e na Fração do Pão, que Cristo é o Senhor da nossa vida. “Dêmos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados”.
Celebramos hoje o 3.º Dia Mundial dos Pobres. São de esperança e confiança as palavras do Profeta Malaquias, que denuncia os soberbos e malfeitores e anuncia o raiar do sol de justiça e da salvação, para quantos honram o seu nome de filhos de Deus. Na sua mensagem para este dia o Papa lembra-nos que “a esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9,19). Deus não dorme e os pobres são os seus eleitos.Mas (hoje) estamos também a concluir a Semana dos Seminários. E o Evangelho não nos engana, com promessas de mundos e fundos; antes nos recorda que, em todo o tempo e a contratempo, devemos manter a confiança e a perseverança, dando testemunho corajoso da nossa fé.Em todo o caso, queridos irmãos e irmãs, este não é o tempo de cruzar os braços. Há que trabalhar por garantir o pão de cada dia, melhorar o mundo e assim apressarmos a vinda do Reino