O tempo do verão e das férias permite-nos saborear a beleza e a riqueza da Criação. À beira-mar ou no alto da montanha, à sombra de uma árvore ou de sol a sol por entre as searas, os céus e a Terra proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Somos desafiados a abrir o livro da Natureza, com as mãos de um jardineiro e o coração de um poeta. A Natureza está cheia de palavras de amor, mas a pressa e o ruído, as ocupações e preocupações impedem-nos muitas vezes de as ouvir e compreender. Procuremos, desde já, desimpedir do terreno do nosso coração tudo o que impeça de deixar frutificar a boa semente da Palavra e do Reino de Deus.

Uma pausa no verão: põe de molho o teu coração. Dito de outro modo, Jesus deixa-nos o convite: “Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”! Viemos até Ele, em resposta ao Seu convite! Sob o peso da nossa fragilidade, mas também na leveza da graça, que nos salva. Na alegria deste encontro com o Senhor, à volta da Sua mesa, confiemo-nos, desde já, à Sua misericórdia, para encontrarmos n’Ele a mansidão do coração, o refúgio sereno e a paz verdadeira.

Com o verão em força, apetece-nos ainda mais sair de casa, beber um copo de água fresca, mergulhar nos rios ou nas ondas do mar. Mas Jesus continua a bater à porta da nossa Casa e do nosso coração, para que O recebamos como Hóspede divino. Ele quer-nos escutar. Ele quer-nos falar. Ele quer partilhar a nossa mesa. Ele quer oferecer-Se como alimento que sacia. Na Eucaristia, recebemos a Cristo e Ele recebe-nos a nós. Comecemos por arrumar a nossa casa, limpar o nosso interior, para dispor o nosso coração a acolher a presença do Senhor. Invoquemos a Sua misericórdia.

Não tenhais medo” é um refrão que se repete hoje, por três vezes, no Evangelho, mas que a Bíblia declina como um refrão, por 365 vezes, para que o medo não nos domine, não nos paralise e não nos contagie. Para vencer o medo, ponhamos, desde já, a nossa confiança no Senhor, que é Pai de todos e cuida de cada um de nós, com desvelo total e amor infinito. Confiemos-Lhe todas as nossas preocupações, porque Ele tem cuidado de nós. Aproximemo-nos d’Ele, com toda a confiança do coração.

Não somos uma multidão anónima.Somos um reino de sacerdotes, uma assembleia santa, um povo sacerdotal. Quando nos reunimos, em assembleia, para celebrar a Eucaristia, ativamos este sacerdócio comum dos fiéis, que recebemos de graça, no Batismo. Pelo Batismo, tornamo-nos membros deste Povo sacerdotal, que é chamado a fazer da sua vida um dom de amor, um sacrifício de louvor a Deus, pela salvação dos irmãos. Pelo Batismo, participamos deste sacerdócio de Jesus, unindo-nos, em Eucaristia, ao dom que Ele mesmo faz da Sua vida ao Pai por nós. Pelo Batismo, somos todos chamados pelo nome próprio, resgatados pelo mesmo amor e enviados em missão, para dar de graça aos outros, o que de graça recebemos do Senhor.

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