Celebramos, hoje, a Assunção de Nossa Senhora. A Assunção de Nossa Senhora é a Páscoa de Maria, é a festa da sua plena participação na vitória pascal do seu Filho Jesus Cristo. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é associada à glória da ressurreição do seu Filho. Com Maria, aprendamos a glorificar o Senhor, pelas maravilhas que realiza na nossa vida e em favor do Seu Povo.
A cena evangélica da tempestade acalmada traz-nos de volta os fantasmas da pandemia, que não nos largam, apesar dos muitos apelos do mês de agosto a desconfinar... No alto do monte ou no alto-mar, somos desafiados a perscrutar o silêncio e a Palavra de Deus e a pôr a nossa confiança no Senhor. Estamos hoje a iniciar a 48.ª Semana Nacional das Migrações e o Papa alerta-nos para o drama dos deslocados dentro da nação, um drama que a crise mundial causada pela pandemia da Covid-19 agudizou. São tantos os deslocados, forçados, como Elias ou como Jesus, a fugir, dentro da sua própria terra. Façamos desta Eucaristia encontro sereno, em que o Senhor nos chama à Sua presença, à intimidade com Ele, pois prefere a mansidão misericordiosa ao tumulto do aparato e da violência.
Um lugar deserto, para rezar. O pão partido e repartido à mesa da abundância. Uma comunidade reunida e saciada, com a Palavra e a presença do Senhor. O Evangelho deste domingo recorda-nos os gestos fundamentais de Jesus, que tomou o pão, deu graças, partiu-o e deixou-o distribuir pela multidão! Deixemos os ruídos que nos dispersam e procuremos um lugar para Jesus nos falar e ficar à nossa mesa. A Palavra de Deus interpela-nos e ensina-nos que nós devemos matar a fome dos outros, mas só Deus nos pode saciar o coração.
Este é um domingo para sonhar e invocar a sabedoria, para pedir a Deus um coração inteligente, capaz de escutar, discernir e decidir com justiça. A sabedoria é a arte de se orientar bem na vida, a arte de quem governa a própria vida segundo o desígnio de Deus. Esta Sabedoria encarnou em Jesus Cristo e revela-Se nas suas parábolas. Elas desafiam-nos à sabedoria de deixar tudo com alegria, por aquilo que valha mesmo a pena: o tesouro escondido e a pérola preciosa do reino dos Céus. E, neste dia 26 de julho, como não recordar os nossos avós, verdadeira reserva de sabedoria? Eles são as nossas raízes, a nossa memória, o nosso tesouro e o nosso futuro. Dêmos graças a Deus pelos nossos avós e rezemos por eles.
O tempo do verão e das férias permite-nos saborear a beleza e a riqueza da Criação. À beira-mar ou no alto da montanha, à sombra de uma árvore ou de sol a sol por entre as searas, os céus e a Terra proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Somos desafiados a abrir o livro da Natureza, com as mãos de um jardineiro e o coração de um poeta. A Natureza está cheia de palavras de amor, mas a pressa e o ruído, as ocupações e preocupações impedem-nos muitas vezes de as ouvir e compreender. Procuremos, desde já, desimpedir do terreno do nosso coração tudo o que impeça de deixar frutificar a boa semente da Palavra de Deus.
“Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”! Viemos até Ele, em resposta ao Seu convite! Sob o peso da nossa fragilidade, mas também na leveza da graça, que nos salva. Na alegria deste encontro com o Senhor, à volta da Sua mesa, confiemo-nos, desde já, à Sua misericórdia, para encontrarmos n’Ele a mansidão do coração, o refúgio sereno e a paz verdadeira.
Plano Diocesano de Pastoral 2020|2021
Com o verão em força, apetece-nos ainda mais sair de casa, beber um copo de água fresca, mergulhar nos rios ou nas ondas do mar. Mas Jesus continua a bater à porta da nossa Casa e quer entrar aí, para que O recebamos como Hóspede divino. Ele quer-nos escutar. Ele quer-nos falar. Ele quer partilhar a nossa mesa. Ele quer oferecer-Se como alimento que sacia. Na Eucaristia, recebemos a Cristo e Ele recebe-nos a nós. E quando Jesus entra e toma parte da nossa vida, cresce também a alegria do amor em família. Neste domingo, muitos de nós saímos de casa, com alegria, para entrar na Casa comum, que é a Igreja, a fim de celebrarmos juntos a Eucaristia. Outros, porém, têm de continuar em sua casa, fazendo dela lugar de oração, de celebração, de partilha da vida. Unamo-nos uns aos outros, no amor de Cristo. Comecemos por arrumar a nossa casa, limpar o nosso interior, para dispor o nosso coração a acolher a presença do Senhor. Invoquemos a Sua misericórdia.