Liturgia e Homilias na Solenidade da Imaculada Conceição 2024
Destaque

«Tu és a Estrela. E eu sou o peregrino.Com todos e para o bem de todos». Com este lema, continuamos a percorrer o caminho da esperança, que nos conduzirá à celebração do Natal e ao início do Grande Jubileu do ano 2025. Somos todos peregrinos de esperança. E esta grande e ditosa esperança tem um exemplo perfeito, uma testemunha singular: Maria, a Mãe de Jesus. O Advento é o tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera. Ela esperou com inefável amor a vinda do Salvador. Celebremos esta Solenidade da Imaculada Conceição, olhando para Maria, como Estrela da Manhã, Estrela do Mar, Estrela da Esperança.

Homilia na Solenidade da Imaculada Conceição 2024

Domingo II do Advento C

1. «Tu és a Estrela. Eu sou o peregrino». Somos todos peregrinos de esperança, a caminho do Natal e do Grande Jubileu do ano 2025. O Tempo do Advento é o tempo por excelência desta grande esperança da vinda do Senhor, que já veio, há-de vir na sua glória e vem ao nosso encontro em cada pessoa e em cada tempo! Esta esperança encontra em Maria, Imaculada, a sua testemunha mais elevada. Desde a Anunciação, Maria mostra-nos que “a esperança é a virtude da vida quotidiana, na qual cada um faz o possível e confia a Deus o impossível K. Rhaner).

2. Hoje faz todo o sentido perguntar: Como viveu Maria esta espera do Messias, a espera do Inesperado? Poderíamos dizê-lo de dois modos: como Filha e como Mãe.

2.1. Maria viveu esta longa espera, antes de mais, como Filha de um Povo. Maria fazia parte daquele pequeno resto de Israel, que nunca desertou, nem desistiu, perante os fracassos da história, mas manteve-se sempre fiel à Aliança, esperando contra toda a esperança, a realização daquela Promessa da vinda do Messias. Maria sobressai entre o grupo de pessoas humildes de Israel, que esperavam «a consolação de Israel» (Lc 2,25)e aguardavam a «libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). Maria vivia, dia a dia, em íntimo contacto com as Sagradas Escrituras, que alimentavam esta esperança, ancorada na fidelidade de Deus à Promessa feita a Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1,55). Esta esperança, aliás, tinha tudo a ver com Maria, porque, desde o princípio, a Promessa da salvação estava ligada à descendência de uma Mulher (cf. Gn 3, 9-15. 20). Na verdade, Deus escolheu Maria, a filha de Sião, para dar corpo à esperança do Povo de Deus. Por meio de Maria, através do seu «sim», aquela chama viva da esperança, que acalentou o Povo de Deus, ao longo de tantos séculos, ganhou corpo, fez-Se Homem, no seio de Maria! Perguntemo-nos: Como vivemos nós a espera do Messias? Fazemos parte de um pequeno resto, que põe toda a sua esperança no Senhor? Ou as nossas esperanças cabem todas dentro de um embrulho de presente do Natal?

2.2. Em segundo lugar, podemos dizer que Maria viveu esta esperança como Mãe. No Advento, contemplamos Maria, mulher grávida, Mãe em expectação, Mãe da espera. Maria «está de esperanças». Como diz a Liturgia, «Maria esperou com inefável amor» o Messias Prometido. Esperou-O de tal modo que O alcançou. Olhando para Maria, aprendemos a esperar!  E “o Advento é o tempo da espera; só as mulheres à espera de ser mães sabem o que significa esperar. Esperar é o infinito do verbo amar” (Ermes Ronchi, A dança dos ventres, pág. 42). Maria, grávida, dá corpo à esperança, isto é, dá corpo e alma, sangue e vida, à nossa esperança, que tem rosto: é Jesus. Por isso, iniciamos esta segunda semana do Advento com a bênção das grávidas, as mais belas “peregrinas de esperança”. Enquanto há esperança há vida. Quando falta a esperança, sobram os berços vazios. Perguntemo-nos hoje: Estou disposto a dar corpo à esperança, com a força dos meus braços e a ternura dos abraços? Que sinais concretos de esperança posso oferecer a uma grávida, a uma criança prestes a nascer ou já nascida e crescida?

3. Irmãos e irmãs: voltemos ao lema da nossa caminhada: “Tu és a Estrela e eu sou o peregrino”. Jesus é a Estrela, Ele é a Luz. E nós somos peregrinos de esperança. Sim. Mas Maria também é Estrela: é a Estrela da Manhã, é a Estrela do Mar, é a Estrela da Esperança. Assim como a Estrela da Manhã, pela aurora, anuncia o nascer do Sol, também Maria vem antes de Jesus. É Ela que dá à luz, o verdadeiro Sol da Justiça, Cristo, nosso Deus. Maria é a Estrela da Esperança, porque, pelo seu «sim», abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo! (cf. Bento XVI, Spe Salvi, n.º 49). Maria é a Estrela do Mar: nas tempestades da vida, Ela vem em nosso auxílio e convida-nos a ter fé e a continuar a esperar (Papa Francisco, Spes non confundit, n.º 24)em desistir nem desanimar. 

4. Irmãos e irmãs: quando deixarmos de esperar, quando o medo nos apoquentar, quando a desconfiança nos vier a abalar, rezemos assim: “Maria, Estrela da Manhã, ajuda-nos a sair da noite e a recomeçar em cada dia. Maria, Estrela do Mar, não nos deixes afundar no medo de arriscar. Maria, Estrela da Esperança, guia o meu coração pequenino. Jesus, Tu é a Estrela. E eu sou o peregrino”.

 

 

 

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