Movidos pelo Amor que Se entrega na Cruz, eis-nos chegados às portas de Jerusalém. Iniciamos, aqui e agora, a Semana Santa, a «Semana grande», a «Semana autêntica». E esta semana é «santa» e é «grande» pela importância e pelas consequências do grande acontecimento que celebramos: a entrega amorosa de Jesus, a sua Paixão, morte e ressurreição. 

Nestas três imagens (a do templo, a da serpente e a do grão de trigo), Cristo faz-nos compreender o caminho do amor, pelo qual o Filho de Deus, humilhado na Cruz, escondido na Sua morte e sepultura, é glorificado pelo Pai que O ressuscitou de entre os mortos. Na verdade, “o amor não é arrogante nem orgulhoso” (1 Cor 13,4).

Neste «domingo da alegria», o roxo quaresmal abre-se ao rosa primaveril, para cantarmos a bondade do Senhor, para proclamarmos a riqueza da Sua bondade para connosco. Apesar dos nossos muitos pecados, o amor de Deus mostra-se amável para connosco. «O amor é amável» (1 Cor 13,5). 

Movidos pelo amor que Se entrega na Cruz, entramos, por assim dizer, no coração da Quaresma. São mais três domingos até à Semana Santa, que nos desafiam a descer mais três degraus na escada. Assim entramos mais profundamente no mistério e na loucura da Cruz.

Nesta segunda semana da Quaresma, façamos uma escada no coração, uma escada para fixar a luz. Desçamos então, mais um degrau, na escada, onde colocamos mais um atributo do amor: “o amor não é interesseiro”, quer dizer, o amor não procura o seu próprio interesse, não procura o que é seu (cf. 1 Cor 13,5).

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