Queremos acolher, como Maria, a Santa Mãe de Deus, a graça desta crise, para estarmos à altura do tempo novo que nos é dado viver, com novos caminhos, novas escolhas, nova vida. Queremos, como Maria, guardar todos os acontecimentos no nosso coração, para deles tirarmos ensinamentos, que nos orientem no caminho da fraternidade e da paz. Para nós, este caminho de fraternidade tem também uma Mãe, chamada Maria. Também Ela quer dar à luz um mundo novo, onde todos sejamos irmãos, onde haja lugar para cada descartado das nossas sociedades, onde todos cuidam de todos, onde resplandeçam a justiça e a paz (cf. FT 278).
Liturgia e Homilias na Festa da Sagrada Família 2020
25 dezembro 2020Neste domingo, dentro da Oitava do Natal, celebramos a Festa da Sagrada Família, de Jesus, Maria e José. Jesus nasce numa família modesta e, em toda a sua vida pública, Jesus entra e é de casa, na vida das famílias. Ele estará próximo das famílias em crise, em tribulação ou de luto. A sua família de Nazaré alargar-se-á até formar a grande família de quantos fazem a vontade do Pai: “esses – dirá Jesus– são minha mãe e meus irmãos” (Mt 12,48; Mc 3,34-35). Neste ano pastoral, [na nossa Diocese do Porto,]propomo-nos viver segundo este propósito: Todos família. Todos irmãos. E, no seguimento desse objetivo, vivemos a preparação e a celebração do Natal sob o lema: Todos irmãos. Todos de casa. A Casa da família, onde todos se sentem de casa, continua a ser, para a sociedade, para a Igreja, para o mundo, a célula primeira e a experiência-modelo de hospitalidade para toda a família humana. Na verdade, “anossa sociedade ganha quando cada pessoa, cada grupo social se sente – como em família –verdadeiramente de casa” (FT 230)! Por isso, a palavra-chave, para esta Festa e nestes dias, é esta: Hospitalidade.
Liturgia e Homilias na Solenidade do Natal do Senhor 2020
22 dezembro 2020Neste dia (Nesta noite) de Natal, colocamos, em letras douradas, na Estrela da Fraternidade, a palavra IDENTIDADE. Num ano em que alguns chegaram a ter a presunção de «salvar o Natal», nós queremos dizer que a música do Natal é outra: é a de um Deus que nos salva a nós, enviando ao mundo o Seu Filho Único, cheio de graça e de verdade. E que nos diz aquele Menino, nascido para nós, da Virgem Maria? Qual é a mensagem universal do Natal? Diz-nos que Deus é um Pai bom e, em Cristo, nós somos todos filhos de Deus, todos irmãos. Deste nascimento do Verbo, que Se fez Carne e veio habitar entre nós, brota a nossa filiação divina, a nossa dignidade de pessoas, a nossa fraternidade humana. Para afirmar e cultivar esta fraternidade, outros beberão de outras fontes. Para nós, este manancial de dignidade e de fraternidade humanas está no Natal de Jesus Cristo. Que esta melodia da Boa Nova do Nascimento do Salvador ressoe por toda a parte e a Estrela nos guie ao seu encontro.
Liturgia e Homilias no IV Domingo do Advento B 2020
17 dezembro 2020Todos irmãos. Todos de casa! É com os de casa, é como irmãos, e mais do que com os irmãos, que somos desafiados a viver este Natal que se aproxima. Natal em casa, Natal por casa, Natal com os de casa. A nós, que preparámos a nossa casa e construímos o Presépio, para em nossa casa deixar nascer o Menino, Deus faz-nos agora saber, pela boca do profeta, como outrora a David: “O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa” (2 Sm 7,11). Não se trata de uma edificação, de uma moradia. Trata-se de sermos nós próprios a própria casa que Deus constrói como sua morada. Trata-se de sermos, ao jeito de Maria, a casa que O acolhe e recolhe, com amor.
Liturgia e Homilias no III Domingo do Advento B 2020
10 dezembro 2020Todos irmãos. Todos de casa! Pode ser que não venham a estar todos os irmãos em casa, neste Natal que se aproxima. Pode ser que estejam muitos em casa e não sejam ainda de casa. Pode ser que a proximidade física não signifique comunhão pessoal. E pode ser que o distanciamento físico promova uma proximidade real, que contagie de amor e torne real e viral o nosso Natal. João Batista está aí, a lembrar-nos que a proximidade não se mede aos palmos e que é preciso endireitar o caminho do Senhor, seguindo a Estrela que para lá nos guia. João Batista não quer ser a Estrela comercial deste Natal. Não tem vocação para vedeta, nem sequer se acha um profeta. Não se tem na conta de salvador da pátria, nem tem a pretensão salvar o Natal de 2020. Este enviado de Deus não vem para ficar e reclamar o seu lugar na história. Vem para preparar e dar lugar ao verdadeiro Messias e Senhor: Jesus Cristo.