Não está recesso o pão da multiplicação do passado domingo! O dom do maná, do pão descido do Céu, renova-se hoje mesmo, em cada Eucaristia. Por isso, vimos ao encontro de Jesus. A nossa fome da verdadeira Vida atrai-nos para o Alimento que dura para a vida eterna. Às vezes, esta busca de Jesus é uma procura errante e errada, procurando n’Ele mais um pão para comer do que um sentido para viver.O Senhor convida-nos a não esquecer que, se é necessário preocuparmo-nos pelo pão, é ainda mais importante cultivar a relação com Ele, fortalecer a nossa fé n’Ele, que é o «pão da vida», que veio para saciar a nossa fome de verdade, a nossa fome de justiça, a nossa fome de amor. Que esta Eucaristia nos ensine a procurar tanto o dom como o Doador.

A beleza desta assembleia é mesmo esta diversidade dos muitos membros do único Corpo de Cristo, que é a Igreja. Deste único Corpo fazem parte as crianças, os jovens, os adultos e os anciãos, os que estão no “ativo” e os “reformados”, os sãos e os doentes, os santos e os pecadores. Estamos todos unidos e reunidos pela mesma fé e pelo mesmo Batismo, à volta da mesa, onde Jesus parte o Pão da Vida e Se reparte em doação por nós.  E, neste último domingo de julho, celebramos, pela primeira vez, o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. Também este Dia, a marcar o Ano Família Amoris laetitia, nos ajuda a entender que todos, mais novos e mais velhos, pais e filhos, avós e netos, sendo de sangue diverso, sentimos correr nas veias a mesma seiva do Espírito Santo, que dá aos mais novos a força e aos mais velhos a sabedoria. Preparemos o nosso coração para esta Eucaristia, para esta ação de louvor ao Senhor, que está connosco todos os dias.

«Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco» (Mc 6,31)! É Cristo, o Bom Pastor, que Se compadece de nós, Seus discípulos missionários, e nos leva a descansar, nos conduz e nos prepara a mesa da abundância. Aqui reconforta a nossa alma. Vamos, na escuta da Sua Palavra e ao abrigo da Sua presença, celebrar o domingo do nosso repouso, da nossa paz e da nossa alegria no Senhor!

O kit pastoral, que Jesus recomenda aos discípulos na hora de partir em missão, também pode servir de kit para o nosso equipamento ao partirmos para férias. Simplicidade, sobriedade e hospitalidade podem ajudar-nos a cumprir a divisa turística particularmente atual em tempos de pandemia: Vá para fora cá dentro. Deixemo-nos interpelar pela Palavra de Deus, que nos chama à presença e ao encontro do Senhor e, a partir daí mesmo, nos envia ao encontro dos que mais precisam de uma cura de silêncio, de escuta, de presença, de afeto.

E baixou, de repente, a temperatura da fé! Jesus, capaz de expulsar demónios, de acalmar a tempestade, de estancar o fluxo de sangue e de acordar os mortos, vê-Se impotente, na sua terra e entre a sua gente de Nazaré, de tal modo que não pôde ali fazer nada de extraordinário! Na verdade, é a fé que abre caminho ao milagre que transforma, cura e salva, acorda, ergue e levanta a nossa vida. Por isso, peçamos ao Senhor que desfaça a dureza dos corações e a limitação das nossas mentes, para que sejamos abertos à sua graça, à sua verdade e à sua missão de bondade e misericórdia.

Três palavras da liturgia deste domingo levantam-nos do chão, a partir do encontro com o Senhor, que dá vida. A primeira palavra é a de que Deus nos criou para a vida eterna. A segunda palavra é a de que Cristo Se fez pobre para nos enriquecer com a Sua pobreza. A terceira palavra é a de que Jesus nos manda dar de comer a quem precisa de pão para viver. Peçamos então ao Senhor que nos dê fome e sede de Deus, para O procurarmos como alimento de vida eterna! Peçamos ainda ao Senhor que nos dê um coração pobre, para O reconhecermos num bocado de Pão! Peçamos também ao Senhor que a partilha do Pão da Eucaristia faça de nós pão repartido pela vida dos irmãos! Preparemo-nos para O receber, reconhecer e repartir.

O tempo do verão, com os santos e as festas populares, é muito propício à celebração da festa da vida e da alegria de viver. A Solenidade do Nascimento de São João é, por isso, um estímulo a celebrar o dom da Criação e a saborear os seus frutos mais belos. Alegremo-nos, pois, com o nascimento de João Batista (Lc 1,14). E aprendamos, com ele, «a saltar de alegria» (Lc 1,41)pelo dom da vida. Invoquemos do Senhor a Sua misericórdia.

Há oito dias, a primeira parábola do Evangelho sugeria-nos a estranha confiança do semeador, que via a semente germinar e crescer, «enquanto ele dormia e se levantava». E hoje, o mesmo Semeador, agora na imagem do comandante da barca, resolve deitar-Se a dormir, à popa, sobre uma almofada. A imagem é sugestiva: Jesus permanece no comando da nossa barca, da nossa vida, ainda que muitas vezes nem nos apercebamos da serenidade da sua condução! Não é a nossa agitação que conta. É o seu sono tranquilo. Por isso, escreveu, com notável beleza, São João da Cruz: «Se me colhe a tempestade e Jesus vai a dormir na minha barca, nada temo porque a Paz está comigo». É neste clima poético de silêncio e de espanto, que nos abeiramos do mistério humilde da presença escondida de Deus, que de novo nos desafia a confiar na sua presença.

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