Celebração do Natal do Senhor 2016
Destaque

Com Maria e José, sonhar a alegria do Natal”! Há mais de dois mil anos Deus sonhou! E foi Natal em Belém! O sonho cumpriu-se, a promessa também! Maria e José sonharam nove meses e, no presépio, alcançaram o Filho esperado! Entremos todos na alegria do sonho de Deus, que hoje nos acorda, com uma luz intensa e gloriosa, a iluminar-nos o rosto de esperança, «porque um Menino nasceu para nós. Um filho nos foi dado» (Is 9,6)!

Homilia de Natal 2016

Como os Pastores, guardadores do sonho de Deus!

                                                                                             

1. Com Maria e José, sonhar a alegria do Natal”. Pelo sonho é que vamos! Pelo sonho viemos! Pelo sonho aqui chegámos! Estamos em festa. É Natal. Jesus nasceu! É certo que havia pobreza. A família estava longe de sua casa e não tinha alojamento confortável. Mas que grande alegria naquela família! Nasceu o filho tão esperado, o filho nove meses sonhado! Cumpriu-se o sonho de Maria e José! Deus entrou no mundo, por uma família. Mas esse Filho nasceu também para nós. Um Menino nos foi dado! Nasceu-nos o Messias prometido, o Salvador esperado.Começa a cumprir-se o sonho de Deus:o Seu sonho de estar connosco, de habitar no meio de nós, para fazer de todos os Seus filhos dispersos uma única família.

2. Mas para chegar aqui, passaram-se muitos séculos, numa história de salvação, manchada de sangue, de crimes, de guerras, ódios e escravidão. Mas Deus, que tinha semeado os Seus sonhos, na carne do homem, feito à Sua imagem e semelhança, continuava a esperar, sem desistir de sonhar, mesmo quando se abatiam, sobre o Seu povo amado, os mais obscuros pesadelos! Os sonhos de Deus, enraizados na Sua fidelidade, eram guardados pela Sua paciência! Deus, aliás, nunca renega os Seus sonhos para nós! O nosso Deus não conhece a impaciência; simplesmente espera, espera sempre! E sabemo-lo bem: da parte do Seu Povo, somente um pequeno resto, «pobre e humilde, que se refugiava no nome do Senhor» (Sf 3,12) acompanhava a Sua paciência, e guardava os Seus sonhos!

3. Neste andar pelo sonho, brilha uma grande Luz, no meio das trevas. Brilha a gloriosa luz do Deus Menino, na noite de Natal! “Nasceu-vos um Salvador”. E, de noite, é anunciado o Seu nascimento a «uns pastores que viviam nos campos e guardavam os seus rebanhos» (Lc 2,8)! Estes pastores eram uma espécie de máfia, de quem se tinha muito medo. Não eram como os pastorinhos de Fátima, que passavam o tempo no meio das suas ovelhinhas; os pastores de Belém matavam-nas, e por isso, na noite de Natal, também eles são convidados à conversão, à mansidão, à paz. E são estes marginais pastores, na noite de Natal, os verdadeiros guardadores de sonhos! Os pastores “guardam” o sonho da noite de Natal, porque se abeiram d’Ele, com o espanto dos simples, porque O conservam “puro” e “pobre”, porque O contemplam, despojado e sem ornamento, e porque deixam brilhar nos seus corações a notícia da grande alegria! Naquela noite, diante do Menino-Deus, parece-nos ouvir os pastores, ao chegar à pressa ao Presépio, devolver e oferecer a lã e o leite e rezar, “comovidos e mudos”, diante do Menino: «Senhor, “não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim [tenho diante de mim], todos os sonhos do mundo” (Álvaro de Campos)».

4. Irmãos e irmãs: estes sonhos de Deus, no coração humano, não têm mais lugar no palácio de Herodes, nem na grande cidade de Jerusalém. Estes sonhos estão guardados numa família, no coração de Maria e José! Deus não quis vir ao mundo senão através de uma família! Por isso, a partir do Presépio de Belém toda a família é sagrada. E nós, como Maria e José, cobiçando os sonhos de Deus, somos chamados a guardar este tesouro e a fazer de “toda a vida da família um pastoreio misericordioso” (AL 322), o lugar onde Deus possa nascer e aconchegar-Se!

5. Na alegria do Natal, rezemos por todas as famílias, que não desistem de sonhar, apesar de tantas dificuldades, desgostos e privações. E rezemos também pelas que desistiram do sonho, para que se reergam e se levantem. Rezemos pelas famílias que confraternizam felizes e pelas que sofrem abandono e solidão! Com a nossa ajuda, possam os mais frágeis e feridos, os sós e os pobres, sentir a proximidade de Jesus, que nasceu para todo o Povo! E assim se cumpra, na vossa família, e a partir dela, em todas as famílias, o fim da nossa caminhada: “Com Maria e José, sonhar a alegria do Natal”!

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