Liturgia e Homilia na Quarta-feira de Cinzas 2023
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Abraça o Presente da Páscoa. É Cristo vivo. Agarrado a Ele, viverás”. Com este lema, iniciamos juntos, nesta Quarta-Feira de Cinzas, o nosso caminho quaresmal para a Páscoa, que é o centro de todo o ano litúrgico. Em pleno processo sinodal, somos desafiados a abraçarmos juntos este caminho da subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, mas fazemo-lo com os olhos postos na meta; fazemo-lo na esperança dos melhores frutos de vida nova, que brotam da nossa comunhão com a Páscoa do Senhor. Queremos que este caminho para a Páscoa seja o caminho da nossa renovação pessoal e comunitária, o caminho da nossa transformação pascal em Cristo. Reunimo-nos hoje em assembleia, porque queremos fazer este caminho juntos, com os companheiros de viagem que Deus pôs a nosso lado. Deixemo-nos, pois, conduzir por Cristo, à parte e ao alto, abracemos o Caminho da Cruz até à Luz da Páscoa, rompendo com a mediocridade e as vaidades. Abraçados à Cruz de Cristo, alcançaremos o presente da Páscoa. Agarrados a Ele, viveremos!

 

Homilia programática da Quaresma | Quarta-feira de Cinzas 2023

Abraça o Presente da Páscoa. É Cristo vivo. Agarrado a Ele, viverás”.

 

1. Há abraços de festa e de alegria, de encontro e reencontro, de paz e de reconciliação, ou simplesmente abraços pela alegria de estarmos de novo juntos. Mas há também abraços de tristeza e de dor, de aperto da alma, quando as palavras não bastam para consolarmos a solidão, para suportarmos sozinhos o peso da cruz. Ressoa, em toda a Igreja, um clamor por penitência, no seu sentido mais genuíno, isto é por conversão, por mudança da mente, do coração, da rota da nossa vida. Cada um na sua parte. Mas todos precisamos de fazer penitência, porque somos todos membros de um só Corpo, com muitos membros, e este Corpo está ferido. Somos todos chamados a abraçar esta Cruz, unidos a Cristo; só agarrados a Ele viveremos! O tempo da Quaresma deve ser experiência deste grande abraço. “Só entrando no Seu abraço, é que compreendemos que Deus Se deixou levar até àquele ponto, até ao paradoxo da cruz, precisamente para abraçar tudo em nós, incluindo quanto havia de mais distante d’Ele: a nossa morte, o nosso sofrimento, as nossas pobrezas, as nossas fragilidades e as nossas misérias. Ele abraçou tudo isto (…), entrou nos buracos negros do ódio, nos buracos negros do abandono para iluminar cada vida e abraçar toda a realidade” (Papa Francisco, Homilia, 20.11.2022).

2. Como fazê-lo? Como traduzir o nosso «abraço a Cristo Crucificado e Ressuscitado», nesta Quaresma não menos pandémica que as últimas? Ser-vos-á entregue um programa mais detalhado, com algumas propostas pessoais e comunitárias. Mas à luz do Evangelho, as terapias para a conversão, estão há muito prescritas pelo médico divino: esmola, oração e jejum. São Paulo exorta-nos à Reconciliação. Assim:

2.1.No âmbito da esmola, isto é, da caridade, da partilha dos bens, abracemos com amor a Cruz de quem passa necessidade. Não faltarão urgências e emergências, oportunidades de apoio às obras da Igreja, aos jovens que participam na JMJ, aos pobres, aos sem-abrigo. Colaboremos no Mercado das Sete Bocas, no peditório da Cáritas, no contributo penitencial. Tornemo-nos famílias de acolhimento. Visitemos e acompanhemos os sós, doentes e idosos. Contentemo-nos com menos, gastemos menos, poupemos mais, para darmos mais, para fazermos mais pelos outros.

2.2.No âmbito da oração, da escuta e da celebração, este é um tempo para nos desligarmos do que nos distrai e dispersa e nos conectarmos mais com Deus, para assim nos entregarmos aos Seus braços. Aproveitemos os tempos de oração, de lectio divina, as 24 horas para o Senhor e a peregrinação que vamos realizar. Usemos as boas aplicações de telemóvel, para rezar, para ler e meditar o Evangelho do dia, para estar online e onlife, sempre a par e em dia com o Senhor. Visitemos Jesus no sacrário. Participemos na Eucaristia, também em dias de semana. Por que não?!

2.3.No âmbito do jejum, treinemo-nos para abraçar as dificuldades e crescer nas virtudes. Há jejuns muito para além da abstinência da carne: o jejum dos ruídos, das imagens, da internet, dos consumos excessivos, das palavras ofensivas. Ah se tivéssemos pelo cuidado e beleza da nossa alma o mesmo empenho que temos por cuidarmos da nossa imagem exterior e por nos mantermos em forma fisicamente!

2.4.No âmbito da Reconciliação, celebremos com alegria o Sacramento do abraço de Deus. Só quem é abraçado pode ser transformado. Há tanto tempo que não o fazemos! Voltemos. Ele espera tanto por este abraço!

3. No contexto dos dias roxos que vivemos,é ainda mais importante caminharmos juntos, com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado, como companheiros de viagem, rompendo com a mediocridade e as vaidades. Não percamos de vista a meta, que é  alcançar a nossa transformação pessoal  e eclesial na Páscoa do Senhor. Caminhemos juntos. Abraçados à Cruz de Cristo, alcançaremos o presente da Páscoa. Agarrados a Ele, viveremos!

 


 

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