Finalmente, encontramos um discípulo no caminho de Jesus para Jerusalém. Depois do homem rico, que falhou o chamamento, temos um cego pedinte, que até a sua capa de abrigo lança fora para seguir Jesus. Depois de Tiago e João, que se queiram sentar num trono de glória, temos um cego, que se levanta e vai ter com Jesus. O Evangelho deste domingo ajuda-nos a retomar o caminho de Jesus, a voltar a ver tudo com os olhos de Jesus. Como o cego, também nós gritamos por misericórdia, por uma carícia, por um perdão, por um gesto de compaixão.
Celebramos este Domingo o Dia Mundial das Missões. O tema proposto pelo Papa Francisco para este ano é recolhido da parábola do banquete nupcial, onde ressoa aquele apelo do Senhor, nosso Rei e Salvador: “Ide e convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9). «No coração da missão, está aquele “todos, todos, todos”, que escutávamos da voz do Papa na JMJ em Lisboa. Nós que aqui viemos respondemos «sim», «eis-me aqui». Mas daqui mesmo o Senhor nos envia a levar este convite a todos, sem excluir ninguém. Na verdade, «não podemos abeirar-nos da mesa eucarística sem nos deixarmos arrastar pelo movimento da missão que, partindo do próprio Coração de Deus, deseja alcançar todos» (Sac. Carit. 84). Preparemo-nos então para entrar na festa com o traje nupcial, que é tecido com o linho da toalha do serviço e só pode ser vestido por quem se dispõe a servir e a dar a vida pelos outros.
Com Jesus, o Caminho e a caminho, somos todos “peregrinos de esperança”, que viemos de casa, a correr, até Ele. Viemos a Jesus, viemos ao encontro d’Ele, não porque nos falte a saúde ou o dinheiro. Viemos até Jesus, porque queremos alcançar uma vida bela, com um sentido profundo, com uma grande esperança, com uma meta de largos horizontes. Só em Jesus encontramos a vida eterna, aquela vida que não acaba sequer na morte. Jesus é para nós o Caminho, a Verdade e a Vida. Queremos fazer este caminho, como companheiros de viagem, Peregrinos de esperança, com todos e para o bem de todos.
“Não separe o homem o que Deus uniu!” E o Evangelho não separa homem e mulher, unidos em matrimónio, mas também não separa as crianças dos pais, porque não é bom que o homem esteja só; não é bom que a mulher esteja só; não é bom que o casal esteja só, não é bom que a família esteja só, na sua vocação e missão tão exigentes. O Senhor quer-nos, unidos e reunidos, lá em casa, como pequena Igreja e nesta Casa, como Sua grande família.
“Não podemos limitar-nos a esperar,
devemos organizar a esperança».
Se a nossa esperança não se traduzir
em opções e gestos concretos de atenção,
justiça, solidariedade,
cuidado da casa comum,
não poderão ser aliviados os sofrimentos dos pobres,
não poderá ser modificada a economia do descarte
que os obriga a viver à margem,
não poderão florescer de novo os seus anseios.
Compete-nos, especialmente a nós cristãos,
organizar a esperança –
A Palavra de Deus vem dar-nos a confiança de que, em todos os homens e mulheres de boa vontade, o Espírito Santo fala e atua, mesmo naqueles que nos parecem do outro lado, de outro partido, de outro clube, de outra religião. Em todos os que se deixam mover por Ele, o Espírito Santo atua e realiza a obra de transformação do mundo. O Espírito Santo não tem partido, mas toma partido pelo bem, pela beleza, pela verdade, pela justiça, pela paz. Para além da nossa pertença a um grupo, a uma comunidade, prevaleça a certeza de que, antes e acima de todos, não existimos nós e os outros, porque somos todos irmãos e irmãos de todos. E é com todos que Deus conta para o bem de todos.
Tendo em vista
a preparação e a celebração
do Jubileu de 2025, sob o lema
"Peregrinos de esperança"
anexamos aqui ficheiros com conteúdos
de interesse: a oração, o Hino, a Bula,
e um glossário que pode ajudar
a compreender os sinais do jubileu:
E continuemos no lugar onde Jesus nos deixou. Para trás d’Ele, seguindo-O. Começaram as aulas, e em breve começará a catequese, e não é que Jesus nos dá hoje uma lição, colocando no meio de nós uma criança, como mestre de uma sabedoria, que vem do alto, e nos ensina a servir e a escolher o último lugar. Deixemos então que a Palavra de Deus, como uma sonda que vai direta ao coração, nos ajude a encontrar a raiz de todos males, conflitos e divisões. Jesus continua a abrir-nos um caminho novo, de humildade, de serviço, de esperança e de confiança. Para desimpedir o caminho, deixemo-nos abraçar e cuidar pela sua misericórdia.