Paróquia Senhora da Hora (761)
Com o verão em força, apetece-nos ainda mais sair de casa, beber um copo de água fresca, mergulhar nos rios ou nas ondas do mar. Mas Jesus continua a bater à porta da nossa Casa e quer entrar aí, para que O recebamos como Hóspede divino. Ele quer-nos escutar. Ele quer-nos falar. Ele quer partilhar a nossa mesa. Ele quer oferecer-Se como alimento que sacia. Na Eucaristia, recebemos a Cristo e Ele recebe-nos a nós. E quando Jesus entra e toma parte da nossa vida, cresce também a alegria do amor em família. Neste domingo, muitos de nós saímos de casa, com alegria, para entrar na Casa comum, que é a Igreja, a fim de celebrarmos juntos a Eucaristia. Outros, porém, têm de continuar em sua casa, fazendo dela lugar de oração, de celebração, de partilha da vida. Unamo-nos uns aos outros, no amor de Cristo. Comecemos por arrumar a nossa casa, limpar o nosso interior, para dispor o nosso coração a acolher a presença do Senhor. Invoquemos a Sua misericórdia.
Tende temor, mas não tenhais medo! Esta Palavra vem despertar a nossa confiança no amor e no temor do santo nome de Deus, nestes tempos difíceis de pandemia. “Não tenhais medo” é um refrão que se repete hoje, por três vezes, no Evangelho, mas que a Bíblia declina como um refrão, por 365 vezes, para que o medo não nos domine, não nos paralise e não nos contagie. Para vencer o medo, ponhamos, desde já, a nossa confiança no Senhor, que é Pai de todos e cuida de cada um de nós, com desvelo total e amor infinito. Confiemos-Lhe todas as nossas preocupações, porque Ele tem cuidado de nós. Aproximemo-nos d’Ele, com toda a confiança do coração.
Somos um reino de sacerdotes, uma assembleia santa, um povo sacerdotal. Quando nos reunimos, em assembleia, para celebrar a Eucaristia, ativamos este sacerdócio comum dos fiéis, que recebemos de graça, no Batismo. Pelo Batismo, tornamo-nos membros deste Povo sacerdotal, que é chamado a fazer da sua vida um dom de amor, um sacrifício de louvor a Deus, pela salvação dos irmãos. Pelo Batismo, participamos deste sacerdócio de Jesus, unindo-nos, em Eucaristia, ao dom que Ele mesmo faz da Sua vida ao Pai por nós. Pelo Batismo, somos todos chamados pelo nome próprio, resgatados pelo mesmo amor e enviados em missão, para dar de graça aos outros, o que de graça recebemos do Senhor.
Belo é este dia de quinta-feira, em que celebramos a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. De algum modo, voltamos ao acontecimento de uma outra quinta-feira, a Quinta-Feira Santa. Na noite em que ia ser entregue, Jesus reuniu-Se no Cenáculo com os Apóstolos. E, à volta da mesa, ofereceu-Se, nos dons do Pão e do Vinho, pelos quais Se faz Corpo dado e Sangue derramado por nós.
Aqui vimos, aqui estamos, para participar da Eucaristia, não em nosso nome, não a título pessoal, mas acolhidos, de graça, no seio da Santíssima Trindade. Desde o nosso Batismo, vivemos toda a nossa vida mergulhados nesta fonte eterna e inesgotável do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É desse mistério imenso de amor que vimos; é nesse imenso mistério de amor que somos, nos movemos e existimos. É para esse infinito mistério de amor que caminhamos. Cremos que esse amor de Deus se manifesta e se comunica, aqui e agora, no dom e na aceitação de cada um, na partilha da Palavra e do Pão, na comunicação e na participação dos dons de Deus.
Aqui vimos, aqui estamos, para participar da Eucaristia, não em nosso nome, não a título pessoal, mas acolhidos, de graça, no seio da Santíssima Trindade. Desde o nosso Batismo, vivemos toda a nossa vida mergulhados nesta fonte eterna e inesgotável do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É desse mistério imenso de amor que vimos; é nesse imenso mistério de amor que somos, nos movemos e existimos. É para esse infinito mistério de amor que caminhamos. Cremos que esse amor de Deus se manifesta e se comunica, aqui e agora, no dom e na aceitação de cada um, na partilha da Palavra e do Pão, na comunicação e na participação dos dons de Deus.
Estamos a concluir a cinquentena pascal, com a belíssima solenidade do Pentecostes, em que o Espírito Santo põe fim ao confinamento da Igreja e abre todas as portas e janelas para a missão. Nós que experimentamos, como os discípulos, um longo tempo em casa, com as portas fechadas das nossas igrejas, retomamos agora, pouco a pouco, a alegria do encontro dominical, à volta da mesa da Eucaristia. Não é ainda o que nós desejaríamos, mas estamos todos em comunhão com todos os que abrem as portas de sua Casa à presença do Senhor que, lá como aqui, entra para ficar, derrama o Espírito do Seu amor para nos unir e reunir, para nos animar e fortalecer, para nos fazer entrar no íntimo de Deus e nos fazer sair para o coração do mundo.
Hoje celebramos o Domingo da Ascensão. Da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão! E, desde então, desde a manhã de Páscoa, os discípulos recebem esta séria indicação: há que sair do centro religioso de Jerusalém para voltar à Galileia dos pagãos. A Ascensão atira-nos os olhos do coração para o alto, onde já Se encontra Cristo na glória do Pai, mas pede-nos pés bem firmes na terra. A presença do Senhor habita e fala-nos ao coração; a companhia invisível do Senhor está garantida, não de modo virtual, mas nos laços fraternos da nossa comunhão, na partilha do pão da Eucaristia, na alegria da missão. Este é o novo normal da vida dos discípulos. Aprendamos deles, a viver a graça destes tempos novos.
Com Maria, como Maria, edifiquemos a Igreja Doméstica. Foi este o desafio que nos propusemos viver, ao longo deste mês de maio, mês mariano por excelência, em pleno tempo pascal. E quer o mês mariano quer o tempo pascal culminarão a 31 de maio, com a Solenidade do Pentecostes. Este tempo pascal reconduz-nos ao Cenáculo, à sala da Última Ceia, na Casa emprestada por um amigo a Jesus, para ali celebrar a Páscoa com os discípulos. Nessa mesma sala, dessa mesma casa, depois da Ressurreição, estão reunidos os apóstolos e a primeira comunidade dos discípulos, donde se destaca a presença de Maria, Mãe de Jesus. Confinada, como nós, naquela Casa, ela ensina-nos a viver esta hora, como oportunidade para redescobrir a nossa casa como morada de Deus e a família como Igreja Doméstica. Nesta quinta-feira, que seria da Ascensão, celebremos a nossa Padroeira, para que nos ajude a viver esta hora de crise, de crescimento e de esperança.
Vai longa a Páscoa do Senhor. Este é já o sexto Domingo, destes cinquenta dias, que são como que um só Domingo.Estamos ainda confinados em nossas casas, privados do encontro feliz com os cristãos, no seio da comunidade cristã. Mas haja alegria. Haja esperança. Não estamos órfãos, nem sozinhos. Em cada casa, onde se reúnem dois ou três em nome de Cristo, aí habita o Espírito Santo, como doce hóspede da alma, Consolador perfeito e Doce alívio. Ele está em nós e habita o coração de cada um dos batizados em nome do Senhor Jesus.