Liturgia e Homilias no VI Domingo de Páscoa B 2018 (Dia da Mãe)
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Celebramos hoje o 6.º domingo da Páscoa, que é também o primeiro domingo de maio, que em Portugal consagramos como Dia da Mãe. Neste tempo pascal, temos bem presente a Virgem Maria, que entre a Ressurreição de seu Filho e a vinda do Espírito Santo, no Pentecostes, permanecia em oração, na sala da Última Ceia, juntamente com os Apóstolos e os primeiros discípulos. 

Homilia no VI Domingo da Páscoa B 2018 – Dia da Mãe

 

Com três letras apenas se escreve a palavra “mãe”. Com três palavras apenas eu gostaria de relacionar a Liturgia da Palavra deste domingo com este belo Dia da Mãe.

         A primeira palavra:Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou” (1 Jo 4,10).

  1. Deus amou-nos primeiro. Deus “primeireia-nos” (EG 24), diz o Papa, inventando esta bonita palavra. O amor de Deus excede-nos e precede-nos. O amor de Deus é eterno, é anterior e é superior ao nosso amor. O amor de Deus realmente habita-nos, mas Deus é maior que o nosso coração.
  2. E se olharmos para a nossa vida, descobrimo-lo mais facilmente a partir da relação com a nossa própria mãe. Na verdade, “cada nova vida permite-nos descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca cessa de nos surpreender. É a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegar. Isto mostra-nos que o amor de Deus está primeiro, porque os filhos são amados antes de ter feito algo para o merecer” (AL 166). A mãe, o pai, amam-nos antes ainda de nascermos! O amor precede o seu fruto. É assim na nossa vida. É assim na vida da Igreja. Não é a Igreja que faz a caridade. É a Caridade que funda e edifica a Igreja.
  3. Mas a mãe é a primeira a intuir, a sentir, a saber que estamos para nascer, que estamos a chegar, que estamos a sofrer… Alguém escreveu, a respeito de sua mãe: “Antes de ser, tu me sabias” (Henrique Manuel Pereira). As mães sabem de nós e sabem muito antes de nós! Podemos aplicar este princípio à vida da Igreja. Antes da caridade da Igreja e na Igreja, há a Igreja na caridade, porque o amor é primeiro.

A segunda palavra:Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a Vida” (Jo 15,12).

  1. Ser mãe não significa somente colocar um filho no mundo. Mas é também uma escolha de vida. Qual é a escolha de vida de uma mãe? É a escolha de dar a vida!
  2. Da mãe recebemos o primeiro presente: o dom da Vida. Um dom que nunca acaba. Um dom que se renova em cada dia. O parto de uma mãe nunca acaba, mesmo quando os filhos crescem e se tornam eles mesmos pais e mães. Ninguém arriscaria mais depressa a vida por um filho, que uma mãe!
  3. Das mães aprendemos o verdadeiro amor, que se dá, que se gasta, o amor que não cansa nem se cansa. O amor é o fruto que permanece!

A terceira palavra tem a ver com a nossa caminhada; esta semana colocamos no degrau da escada: “O amor rejubila com a verdade”(1 Cor 13,6).

  1. O amor alegra-se com o bem, alegra-se com a verdade, alegra-se com o sucesso e o progresso dos outros. Quem ama não fica feliz com a desgraça dos outros nem tem ciúmes das qualidades e capacidades dos outros.
  2. Qual é a alegria de uma mãe? É o progresso e o bem dos seus filhos. Por isso se diz, “quem meu filho beija, minha boca adoça”, por isso se diz que o filho é “a pupila dos olhos da mãe”.
  3. As mães ensinam-nos a caminhar para o amor verdadeiro: aquele amor que se alegra com o maior bem dos outros. Por isso, um poeta amigo (Nuno Higino)escreveu muito bem e eu não diria melhor:

“Digo mãe, digo amor, amor inteiro,

sem cálculo nem interesse, ocasião,

digo mãe, digo amor, amor primeiro

antes e depois de tudo, derradeiro.”

 

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