Liturgia e Homilias no III Domingo de Páscoa B 2018
Destaque

Jesus coloca-Se no nosso meio. “Ele está presente no meio de nós quando nos reunimos no seu amor e, como outrora aos discípulos de Emaús, Ele nos explica o sentido da Escritura e nos reparte o pão da vida” (Oração Eucarística V). 

Homilia no III Domingo da Páscoa 2018

 

1. De regresso a casa, os discípulos de Emaús contaram aos Onze o que lhes tinha acontecido pelo caminho! E nós sabemos o que foi: Jesus atravessou-Seno caminho daqueles dois discípulos em fuga, escutou as expressões da sua esperança desiludida e, acompanhando-os ao longo de todo o caminho, «explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que Lhe dizia respeito» (Lc 24,27). Mas pelos vistos, isto não chegou ainda para O reconhecerem. A verdade é que só O reconheceram quando Jesus Se pôs à mesa com eles, no gesto típico da fração do pão. Mas como se isto também ainda não bastasse, mal chegaram a casa, Jesus manifestou-Se-lhes de novo. Mostrou-lhes as mãos e os pés, a Sua carne ferida com as marcas da Sua vida oferecida. Doravante o Ressuscitado encontra-Se na carne dos que sofrem.

2.Tenhamos hoje em conta estes três “lugares” do encontro com o Ressuscitado:   

1.ºEm primeiro lugar, aprendamos avenerar e a encontrar Cristo no corpo das Escrituras. Perante a incredulidade e o medo, os discípulos precisam de aprender a ler e a escutar e a aplicar à vida a Palavra das Escrituras. Para chegarem à fé em Cristo Ressuscitado, não basta vê-l’O e tocá-l’O. É preciso abrir a inteligência à compreensão das Escrituras. Jesus, tal como Pedro (At 3,13-19), ajuda-os a entrar na compreensão do seu mistério, a partir do Antigo Testamento: “Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24,44-45). Os cristãos leem sempre o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado, na certeza de que «o Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo está patente no Novo» (Santo Agostinho). Sem o conhecimento das Escrituras não há, pois, verdadeira fé na Páscoa de Cristo. As Escrituras cumprem-se na Páscoa do Senhor e, por isso, o anúncio da Páscoa não pode fazer-se sem recurso às Escrituras: “Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações” (Lc 24,46-47). A Palavra de Deus revestida de carne humana apareceu apenas uma vez, agora essa mesma Palavra vem até nós nas Escrituras e na voz humana de quem a proclama. Só quem conhece as Escrituras reconhece o Ressuscitado!

2.º Em segundo lugar, aprendamos a venerar e a encontrar Cristo no seu Corpo eucarístico, no pão partido e repartido. A presença de Jesus, primeiro com as palavras e depois com a fração do pão, tornou possível aos discípulos reconhecê-l´O. Palavra e Eucaristia correspondem-se tão intimamente que não podem ser compreendidas uma sem a outra: a Palavra de Deus faz-Se carne, sacramentalmente, na Eucaristia. Por isso, à Palavra de Deus e à Eucaristia devemos a mesma veneração.

3.º Por último, aprendamos a venerar e a encontrar Cristono seu Corpo ferido. O Ressuscitado mostra não o rosto, mas as mãos e os pés. “Tocai-me e olhai” (Lc 24,39), diz Jesus. É outra forma de dizer “Isto é o meu Corpo, cuidai de Mim”! A mesa da Palavra e do Pão tornam-se então uma fonte de caridade, que fazem de nós pessoas prontas a tocar e reconhecer Jesus, no rosto dos pobres e dos que mais sofrem.

3.“Somos testemunhas destas coisas (Lc 24,48)!Que o nosso encontro com Cristo Ressuscitado, no corpo da Palavra, no corpo eucarístico e na carne sofredora dos irmãos, faça de nós testemunhas credíveis da ressurreição! Que os outros vejam em nós pessoas tão felizes, tão tocadas e tão transformadas pelo amor do Senhor, que a nossa própria vida se torne pregação ao vivo, verdadeiro anúncio pascal.

Peçamos essa graça ao Senhor, rezando, como o salmista nos ensina: “Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto” (Sl 4,7).

 

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Homilia (interativa) na Festa da Palavra 

 

  1. Vou pedir que distribuam por todos os fiéis um marcador. Também pelas crianças do 4.º ano (leitores, catequistas, pais e crianças ajudam).
  2. Vou pedir que procureis a citação do Evangelho (Lc 24,35-48)e coloqueis aí o marcador (leitores e catequistas ajudam)
  3. Agora vou fazer uma breve releitura do texto. Ele só se percebe na continuidade com o texto antecedente (Lc 24,13-35).
  4. Gostaria de destacar a relação entre a leitura e explicação das Escrituras e o gesto de partir o Pão; as duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia.

4.1.Jesus foi ter com eles no dia depois do sábado, escutou as expressões da sua esperança desiludida e, acompanhando-os ao longo do caminho, «explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que Lhe dizia respeito» (Lc 24,27).

4.2.Todavia, mesmo estas palavras não parecem ainda suficientes para os dois discípulos. O Evangelho de Lucas diz que «abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O» (Lc 24,31) somente quando Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lho deu; antes, «os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem» (Lc 24,16).

4.3.A presença de Jesus, primeiro com as palavras e depois com o gesto de partir o pão, tornou possível aos discípulos reconhecê-l´O e apreciar de modo novo tudo o que tinham vivido anteriormente com Ele: «Não estava o nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos explicava as Escrituras?» (Lc 24,32). Vê-se a partir destas narrações como a própria Escritura leva a descobrir o seu nexo indissolúvel com a Eucaristia. Palavra e Eucaristia correspondem-se tão intimamente que não podem ser compreendidas uma sem a outra: a Palavra de Deus faz-Se carne, sacramentalmente, no evento eucarístico. Por isso, «à palavra de Deus e ao mistério eucarístico a Igreja tributou, quis e estabeleceu que, sempre e em todo o lugar, se tributasse a mesma veneração»

5. Jesus, tal como Pedro (1.ª leitura), ajuda-os a entrar na compreensão do mistério de Cristo a partir do AT. Os cristãos leem sempre o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Assim se exprimia, com aguda sabedoria, Santo Agostinho sobre este tema: «O Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo está patente no Novo».

6. Como abrir o nosso entendimento às Escrituras? O método da lectio divina. Os cinco passos. Vejam o que diz o marcador: leitura, meditação, oração, contemplação, ação

7. O que é que mais importa? Ler a Bíblia. O testemunho e o desafio do Papa Francisco: “A Bíblia é um tesouro inestimável. Vivo a partir da Bíblia. Não daria a minha velha Bíblia por nada deste mundo. Quereis alegrar-me? Lede a Bíblia” (cf. marcador)!

 

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