Liturgia e Homilias no XXXI Domingo Comum A 2017
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Movidos pelo amor de Deus, somos chamados a edificar uma Igreja de rosto materno, “como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar” e os educa pela força do seu exemplo de uma vida dada até ao fim. Reunidos pela Igreja-Mãe, revivemos a nossa consciência e a nossa experiência de filhos de Deus, à volta da mesa da Eucaristia. 

Homilia (mais breve)no XXXI Domingo Comum A 2017

 

Movidos pelo amor de Deus, edificar uma Igreja de rosto materno!

 

Dizemo-lo, no nosso Plano Diocesano de Pastoral (cf. pp. 6 e 45)! E queremo-lo fazer, tal como nos desafiou o nosso bispo, na sua última homilia, em Fátima, em jeito de sonho e de testamento pastoral:“uma Igreja bela, mãe comovida com as dores e alegrias dos seus filhos e filhas, cada vez menos em casa, cada vez mais fora de casa”. É esse também o testemunho de Paulo, Silvano e Timóteo, que, movidos pelo amor de Deus, se comportam em Tessalónica, “como uma mãe que acalenta os filhos que anda a criar” (1 Ts 2,7). O Papa Francisco tem insistido na beleza e urgência de oferecer ao mundo esta Igreja de rosto materno. Seguindo este fio de pensamento, procuremos traduzir, no concreto, o que significa e implica para nós, “movidos pelo amor de Deus”, edificar “uma Igreja de rosto materno”.

 

1. A Igreja é nossa Mãe, porque nos deu à luz no Batismo!Este é o momento no qual a Igreja, como Mãe, nos faz nascer como filhos de Deus. Todavia, a Igreja não pode comportar-se como uma Mãe que se preocupa apenas em gerar os filhos, sem cuidar do seu sustento, crescimento e acompanhamento.

 

2. A Igreja é nossa Mãe, porque nos educa e alimenta com a Palavra de Deus! A Igreja é Mãe, transmitindo e partilhando com os seus filhos a Palavra de Deus. Por isso, o anúncio da Palavra de Deus e a sua escuta, na liturgia, na catequese, no diálogo uns com os outros, é um verdadeiro ato de amor. 

 

3. A Igreja é nossa Mãe, porque nos sustenta com os sacramentos ao longo da vida, sobretudo através da Eucaristia, a qual nos move a viver o mesmo amor, com que Cristo Se oferece por nós!

 

4. A Igreja é nossa Mãe, porque nos indica o caminho a percorrer e nos defende dos perigos! Uma boa mãe nunca ensina o que é mal, porque só quer o bem dos filhos. E é assim que a Igreja age, mesmo quando os filhos acham ultrapassados os conselhos da mãe. Uma mãe defende sempre os seus filhos dos perigos e sai sempre em sua defesa.

 

5. A Igreja é nossa Mãe, porque sabe ser sempre paciente, misericordiosa, compreensiva para com os seus filhos! Elaprocura sempre ajudar, encorajar, mesmo quando os seus filhos erram, e nunca pode fechar-lhe as portas da Casa! Pelo contrário, sai de casa à sua procura até os encontrar.

 

6. A Igreja é nossa Mãe, porque é capaz de dar a própria vida por nós! Movida pelo amor, até às suas entranhas, uma mãe vive em parto contínuo, faz do futuro dos seus filhos o seu presente contínuo e é capaz de dar a vida pelos seus filhos, sem nunca cansar nem se cansar.

 

7. A Igreja é nossa Mãe, porque educa, mediante o exemplo! A Mãe Igreja, tal como Jesus, ensina-nos, em primeiro lugar, com o exemplo da sua vida. E as palavras servem apenas para iluminar o significado dos seus gestos! A Igreja é Mãe quando é um exemplo a imitar, quando o seu primeiro anúncio de Deus se traduz em gestos concretos de amor.

 

8. A Igreja é Mãe, porque intercede pelos seus filhos! Como Mãe comovida pela dores dos seus filhos, ela sabe também sair de casa para bater a todas as portas e à porta do coração de Deus, a pedir pelos filhos. E fá-lo sempre movida pelo amor.

 

Queridos irmãos e irmãs: esta maternidade da Igreja deve ser assumida e praticada por todos nós! Que as pessoas que vêm à nossa Paróquia e aqui procuram saciar a sua fome e sede de Deus, e que aquelas a quem nós procuramos, movidos pelo amor de Deus, possam dizer de nós, das nossas palavras, mas sobretudo dos nossos gestos: “Afinal, na nossa Igreja, não estamos órfãos. Temos Mãe, temos Mãe”.

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Homilia (mais longa) no XXXI Domingo Comum A 2017

 

Movidos pelo amor de Deus, edificar uma Igreja de rosto materno!

 

Dizemo-lo, no nosso Plano Diocesano de Pastoral (cf. pp. 6 e 45)! E queremo-lo fazer, tal como nos desafiou o nosso bispo, na sua última homilia, em Fátima, em jeito de sonho e de testamento pastoral:“assim crescerá no Porto, uma Igreja bela, mãe comovida com as dores e alegrias dos seus filhos e filhas, cada vez menos em casa, cada vez mais fora de casa”. É esse também o testemunho de Paulo, Silvano e Timóteo, que, movidos pelo amor de Deus, se comportam em Tessalónica, não como frios funcionários religiosos, mas “como uma mãe que acalenta os filhos que anda a criar” (1 Ts 2,7). O Papa Francisco tem insistido na beleza e na urgência de oferecer ao mundo esta Igreja de rosto materno. E, em vários momentos, tem-nos desafiado a sermos uma Igreja, “Mãe de coração aberto” (EG, n.os 46 a 49; Audiências de 11 e 18 de setembro de 2013, de 3 e 10 de setembro de 2014). Seguindo este fio de pensamento, procuremos traduzir, no concreto, o que significa e implica para nós, “movidos pelo amor de Deus”, fazer crescer uma Igreja de rosto materno.

 

1. A Igreja é nossa Mãe, porque nos deu à luz no Batismo!Este é o momento no qual a Igreja, como Mãe, nos faz nascer como filhos de Deus. Não se pertence à Igreja como quem se inscreve num partido, associação ou organização. Não nos tornamos cristãos em laboratório, nem sozinhos nem à custa das nossas forças. Somos gerados no seio da Igreja, que é nossa Mãe. Todavia, não basta que a Igreja esteja disponível para “batizar”. Ela precisa de garantir que esta “vida nova” seja acolhida, acompanhada, sustentada pela família e pela comunidade cristã. A Igreja não pode comportar-se como uma Mãe que se preocupa apenas em gerar os filhos, sem cuidar do seu sustento, crescimento e acompanhamento. Será boa Mãe uma Igreja que aceita gerar filhos pelo Batismo, para logo depois os deixar abandonados na fé?

2. A Igreja é nossa Mãe, porque nos educa e alimenta com a Palavra de Deus! Uma mãe educa, ensina, guia. E a Igreja é Mãe, transmitindo e partilhando com os seus filhos a Palavra de Deus,como uma luz que indica o caminho da vida. Com esta Palavra, a Igreja, movida pelo amor de Deus, amamenta-nos como crianças e cuida de nós, durante a vida inteira, acompanhando, passo a passo, o nosso crescimento. Por isso, o anúncio da Palavra e a sua escuta, na liturgia, na catequese, no diálogo uns com os outros, é um verdadeiro ato de amor, porque nós precisamos da Palavra de Deus como de pão para a boca!

 

3. A Igreja é nossa Mãe, porque nos sustenta com os sacramentos ao longo da vida, desde o nascer ao morrer. Na verdade, a Igreja é o ventre materno dos sacramentos, deles se recebe e neles se exprime. Por isso, depois do Batismo, a Igreja embeleza e confirma os seus filhos com o suave perfume de Cristo no Crisma, alimenta-os com o Pão da Eucaristia, perdoa-os com o dom da Reconciliação, cura as suas feridas com o óleo da consolação, consagra-os na no serviço da comunhão e na alegria do amor, através da Ordem e do Matrimónio. Domingo a domingo, a Igreja, a Igreja-Mãe reúne os seus filhos à mesa, alimenta-os com a Eucaristia, “sacramento da caridade” que nos move a amar os outros com aquela força do amor com que Cristo Se dá por nós! Que triste fica uma mãe, quando prepara um banquete e vê vazios os lugares que reservou, com tanto amor, para os seus filhos!

 

4. A Igreja é nossa Mãe quando nos indica o caminho a percorrer e nos defende dos perigos! A Igreja é uma mãe que nos orienta na vida, com ensinamentos essenciais, para caminharmos bem. Uma boa mãe nunca ensina o que é mal, pois só quer o bem dos filhos. E é assim que a Igreja age, mesmo quando os filhos acham ultrapassados os conselhos da mãe. Depois, uma mãe protege sempre os seus filhos dos perigos e sai sempre em sua defesa. Esta defesa implica chamá-los à atenção, exortá-los à vigilância e cuidar de os livrar de todo o mal. Precisamos de ser mais dóceis aos ensinamentos da Igreja, Mãe e Mestra, para não nos iludirmos com os ventos da moda.

 

5. A Igreja é nossa Mãe quando sabe ser paciente, misericordiosa e compreensiva com os seus filhos, mesmo quando estes erram. E nunca lhes deve fechar as portas da Casa! Pelo contrário, a Igreja é uma Mãe que sai de casa à procura dos filhos até os encontrar. O que a impele e move não são os números nem os lucros, mas a força do amor de Deus, por cada um.

 

6. A Igreja é nossa Mãe, porque é capaz de dar a própria vida pelos filhos! Movida pelo amor, até às suas entranhas, uma mãe vive em parto contínuo, faz do futuro dos seus filhos o seu presente contínuo e é capaz de dar tudo pelos seus filhos, na entrega diária e na abnegação de si mesma, a trabalhar noite e dia. A Igreja não pode cansar-se nunca dos seus filhos e dos trabalhos que estes lhe dão. Porque, quem anda no amor, não cansa nem se cansa.

 

7. A Igreja é nossa Mãe quando educa, mediante o exemplo, para a prática da caridade! A Mãe Igreja ensina-nos, em primeiro lugar, com o exemplo. E as palavras servem apenas para iluminar o significado dos gestos. O facto de nos dar o leite e o pão, de nos dar o que vestir e cobrir, de nos perfumar e educar, uma mãe ensina-nos a fazer o bem, sem olhar a quem, mesmo a quem não o merece e mais precisa! A Igreja é Mãe quando é um exemplo a imitar, quando o seu primeiro anúncio de Deus se traduz em gestos concretos de amor.

 

8. A Igreja é Mãe, porque intercede pelos seus filhos! Movida pelo amor, comovida pelas dores ou alegrias dos filhos, a Igreja éuma mãe capaz de sair de casa, para ir bater a todas as portas e à porta do coração de Deus, a pedir pelos próprios filhos! Por isso, uma Igreja sem Oração, seria um corpo sem alma nem coração.

 

Queridos irmãos e irmãs: esta maternidade da Igreja deve ser assumida e praticada por todos nós que dela fazemos parte. Tornemo-nos acolhedores e fecundos no amor! Dêmos pão e educação. Sejamos companheiros pacientes, ao longo da vida toda e de toda a vida. Tenhamos mãos largas de perdão e misericórdia. Sejamos capazes de fazer o bem sem ruído e de nunca excluir ninguém. Sejamos o rosto de uma Igreja-Mãe.

Que as pessoas que vêm à nossa Paróquia e aqui procuram saciar a sua fome e sede de Deus, e que aquelas a quem nós procuramos, movidos pelo amor de Deus, possam dizer de nós, das nossas palavras, mas sobretudo dos nossos gestos: “Afinal, na nossa Igreja, não estamos órfãos. Temos Mãe, temos Mãe”.


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