Liturgia e Homilias no VI Domingo da Páscoa C 2019
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Este é o VI Domingo da Páscoa. À medida que a Páscoa se prolonga e intensifica, o Espírito Santo une-Se à Igreja, para lhe ensinar todas as coisas e recordar tudo quanto Jesus nos disse. Ensinar e recordar é isto que o Espírito Santo faz nos nossos corações. Por isso, hoje e sempre o Espírito e a Esposa (a Igreja), numa só voz, dizem ao Senhor: “«Vem!».

 Homilia no VI Domingo da Páscoa C 2019

 

1. É a primeira crise de crescimento, numa Igreja que acabava de nascer! O Apóstolos e os anciãos reuniram-se para examinar um assunto que dividia a primitiva Igreja! Tratava-se de saber se era legítimo impor aos pagãos, convertidos ao cristianismo, a observância da lei de Moisés. Para resolver a contenda não houve um referendo, uma votação. Mas organizou-se o concílio de Jerusalém, para rezar juntos, para escutar em comum, para ouvir o que o Espírito Santo tinha a dizer à Igreja, segundo a sensibilidade e a experiência de cada um. A primeira leitura transcreve-nos a decisão final, com uma dupla interessante, no remetente da famosa Carta: “O Espírito Santo e nós” (At 15,28). Este é o método, e por esta ordem, com o qual deveríamos discernir e agir na Igreja, tanto nas pequenas como nas grandes decisões: “O Espírito Santo e nós”. Porque só o Espírito Santo nos ensina e nos recorda o essencial; só Ele nos liberta do acessório, do medo e da rigidez, para tornar a Igreja mais aberta, missionária, corajosa e criativa. Mas tenha-se ainda em conta que o aliado ao Espírito Santo não é nenhum iluminado, não é nenhuma pessoa singular, um solitário a decidir. O aliado do Espírito é um «nós», é «uma comunidade», porque o Espírito Santo faz a comunhão e é, no seio da comunidade, em clima de oração e de comunhão, que o Espírito Santo Se faz ouvir e sentir. Como seria mais santa a Igreja se aplicasse sempre esta fórmula pastoral: “O Espírito Santo e nós decidimos” (At 15,28).

2. Há, na verdade, uma necessidade imperiosa do discernimento na vida comunitária da Igreja e na vida pessoal dos cristãos, sobretudo “quando aparece uma novidade e é preciso discernir se isso é o «vinho novo» que vem de Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo. Noutras ocasiões sucede o contrário, porque as forças do mal induzem-nos a não mudar, a deixar as coisas como estão, a optar pelo imobilismo e a rigidez e, assim, impedimos que atue o sopro do Espírito Santo” (GE 168).Hoje em dia, tornou-se particularmente necessária esta capacidade de discernimento,«porque a vida atual oferece enormes possibilidades de ação e distração, apresentadas pelo mundo como se fossem todas válidas e boas. Todos, mas especialmente os jovens, estão sujeitos a um zapping constante” (GE 168). E acabamos todos por ficar mais confusos, no meio de múltiplos cenários virtuais, que se colocam ao mesmo tempo à frente dos nossos olhos.E nenhum GPS, nenhum Google ou Wikipédia pode definir a direção justa da nossa vida. “Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião” (GE 167). Por isso, é necessário discernir para decidir e isso supõe o hábito diário de “examinar tudo o que há dentro de nós – desejos, angústias, temores, expectativas – e o que acontece fora de nós – os «sinais dos tempos», para guardar só o que é bom» (1 Ts5,21)(GE 168). 

3. Este discernimento, pessoal ou da comunidade, diz respeito tanto aos momentos extraordinários, quando temos de resolver problema graves ou tomar uma decisão crucial, como ao dia a dia, para seguirmos cada vez mais o Senhor. É preciso parar para rezar, para pensar na vida, no que dizer, no que fazer, no que escolher, no caminho por onde avançar. Precisamos da luz do Espírito Santo, que nos ensina e aviva em nós, em cada dia e em cada situação, a memória de Jesus.

4. Maria “guardava todas as coisas em seu coração” (Lc 2,19.51). Ela ensina-nos a não precipitar as nossas decisões, mas a ler a vida toda à luz da Palavra de Deus, a ponderar todas as coisas, as palavras, os sentimentos e os acontecimentos, diante do Senhor. Aproveitemos esta última semana do mês de Maria, para conversar um pouco mais com Nossa Senhora, pois “conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não precisa de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demasiado para Lhe explicar o que se passa connosco. É suficiente sussurrar uma e outra vez: «Ave Maria...»” (GE 167), no princípio e no fim do dia.

 

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