Liturgia e Homilias no VI Domingo Comum C 2019
Destaque

Felizes! Felizes. Felizes. Felizes.É a palavra com que Jesus começa a sua pregação. E é o refrão que Ele repete hoje, por 4 vezes, como se quisesse, antes de mais nada, fixar no nosso coração uma mensagem basilar: se estás com Jesus, se gostas de escutar a sua Palavra, se procuras vivê-la cada dia, és feliz. Não serás feliz, mas és feliz! Aqui está a primeira realidade da vida cristã. Somos, em Jesus, filhos amados do Pai. Eis o motivo da nossa alegria, uma alegria que nenhuma pessoa no mundo nem nenhuma circunstância da vida pode tirar-nos. E aqui e agora, somos felizes porque convidados para o banquete do Reino. Vistamos o traje de festa, o coração simples e pobre, e confessemos ao Senhor a tristeza da nossa pouca alegria!

Homilia no VI Domingo do Tempo Comum C 2018

1. Faz-te ao mar e lançai as redes (Lc 5,4)! Era o desafio missionário de Jesus, no Evangelho do passado domingo! Hoje, Jesus oferece-nos uma bússola, para esta navegação missionária, que se faz não à bolina, com a direção do vento, mas de refrega, em contracorrente (GE 65)com a mentalidade do nosso mundo. Isto exige de nós “uma mudança real de vida” (GE 66), um outro estilo de vida: mais despojado e simples, mais próximo e humilde, mais comprometido nas grandes causas da justiça, da paz e do bem comum. Por isso, em São Lucas, as felicitações dizem respeito ahoje e não a depois e vêm acompanhadas, em contraluz, de uma série de ameaças, quanto às desgraças que recairão sobre aqueles que erram o alvo da felicidade, com o seu egoísmo, a sua indiferença, a sua vaidade, a sua violência. No fundo, “nas bem-aventuranças, Jesus explica-nos, com toda a simplicidade, o que é ser santo. Elas são como que o bilhete de identidade do cristão” (GE 63), um mapa de vida, para o cristão,que rema a barca da vida, em contracorrente, lançando as redes, noutra direção!

2. Mas é preciso deixar claro que as Bem-aventuranças não requerem gestos fulgurantes, não pedem ações sobre-humanas, mas simplesmente a imitação de Jesus, na vida de cada dia, porque elas são o autorretrato de Jesus, “nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia a dia da nossa vida” (GE 63).Elas convidam-nos: (1)a sermos pobres no coração; (2)a reagirmos com humilde mansidão; (3) a chorarmos com os outros; (4)a buscarmos a justiça com fome e sede; (5)a olharmos e agirmos com misericórdia; (6)a mantermos limpo o coração; (7)a semearmos a paz ao nosso redor; (8)a abraçarmos diariamente o caminho do Evangelho, mesmo que nos acarrete problemas (cf. GE 63-94)!Na prática, Jesus diz-te: “És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És pai ou mãe, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais” (GE 14).Esta é a santidade da vida diária, que não precisa de milagres, nem de sinais extraordinários. As Bem-aventuranças não são para super-homens, mas para quem enfrenta os desafios e provações de cada dia, com alegria. Quem vive à maneira de Jesus transforma a Igreja e muda o mundo!

3. Em pleno Ano Missionário, recordamos que a vocação universal à missão – “todos missionários” – lança as suas raízes na vocação universal à santidade: “todos discípulos”, isto é,“todos santos”. Como disse São João Paulo II: “O verdadeiro missionário é o santo” (Red. Mis. 90). Pelo que – diz-nos agora o Papa Francisco – “não é possível imaginar a própria missão na terra, sem a conceber como um caminho de santidade (GE 19). Cada santo é uma missão, noseu tempo, na sua terra, para todos os tempos e em todos os lugares do mundo, “mesmo quando for preciso semear com lágrimas” (EN 80). Por isso, quando se pretende, neste Ano Missionário, um renovado impulso na missão, não basta renovar os métodos pastorais, as linguagens e as expressões; o que faz falta, em primeiro lugar, é suscitar em todos um novo «ardor de santidade» (Red. Mis. 90). Nenhuma técnica ou motivação serão suficientes para relançar a missão, “se não arder nos corações o fogo do Espírito” (cf. EG 261), se não irradiar da nossa vida o fervor, o ardor e o fulgor da santidade!  

Irmãos e irmãs: Como ser missão, num mundo tão hostil, sem navegar “em contracorrente”(cf. GE 65), com uma vida santa? Nada mais necessário e nada mais eficaz, na missão, do que o nosso testemunho feliz da santidade! Sede felizes. Sede santos. Para serdes missionários da alegria do Evangelho!

 

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