Liturgia e Homilias no XXI Domingo Comum B 2018
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Não é propriamente o discurso da rentrée pastoral, mas é um murro no estômago para quem não digeriu o Pão que Deus amassou e se escandalizou com as duras palavras de Jesus! É bem claro que Jesus não quer discípulos low-cost, a baixo preço. E até aos Doze, aos mais próximos, Jesus provoca com aquela pergunta decisiva: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67).

Homilia no XXI Domingo Comum B 2018

Discípulos comprometidos

Não é propriamente o discurso da rentrée pastoral, mas é um murro no estômago para quem não digeriu o Pão que Deus amassou e se escandalizou com as duras palavras de Jesus! É bem claro que Jesus não quer discípulos low-cost, a baixo preço. E até aos Doze, aos mais próximos, Jesus provoca com aquela pergunta decisiva: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67).

1.À luz das reflexões que temos vindo a fazer (desde o 17.º Domingo Comum B) sobre a identidade do discípulo missionário, podemos hoje acrescentar: não basta ser um admirador de Jesus para se tornar Seu discípulo. O discípulo missionário opta por Jesus porque só Ele é fonte de vida. O discípulo missionário faz do seguimento de Jesus uma resposta e uma decisão radical, mesmo em contracorrente com a cultura dominante; é alguém comprometido com Jesus, não é, não pode ser, uma espécie de solteirão sem compromisso. O discípulo sabe que tem de fazer todos os dias uma escolha sobre o Deus a quem quer amar, seguir e servir. Ser discípulo implica, pois, uma decisão, um compromisso com Cristo, um «sim» à sua Palavra de Vida. Este compromisso diz respeito a todos os batizados, solteiros, casados ou consagrados, e é para toda a vida.

2.Conclui-se este domingo em Dublin, Irlanda, o Encontro Mundial das Famílias sob o tema “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. É, então, oportuno lembrar que ser discípulo missionário diz respeito também aos casados, que seguem Jesus pelo caminho do Matrimónio. Essa é também uma escolha da vida cristã, diz São Paulo, que se traduz no chamamento a viver o amor conjugal como sinal, ainda que imperfeito, do amor entre Cristo e a Sua Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família não pode acontecer por mero instinto de acasalamento; “casar deve ser fruto de um discernimento vocacional” (AL 72). Na verdade, “o matrimónio cristão é um sinal que não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja, mas torna presente esse amor na comunhão dos esposos”. Mas esta é obviamente “uma analogia imperfeita” (AL 73). Por isso, a esposa e o marido não podem esperar que o outro satisfaça completamente as suas exigências, porque não se pode pedir a um ser humano o que é próprio de um ser divino. Caríssimos jovens, namorados, noivos ou casais, lembrai-vos: só Deus é o amor perfeito, só Ele sacia por inteiro a vossa sede de felicidade!

3.Não posso deixar de comentar, com a ajuda do Papa Francisco, a dura e incómoda frase da 2.ª leitura, onde se pede que «as mulheres sejam submissas aos seus maridos» (Ef 5,22). Sejamos então muito claros: “O amor exclui todo o género de submissão, pelo qual a mulher se tornasse serva ou escrava do marido. A comunidade ou unidade, que devem constituir por causa do matrimónio, realiza-se através de uma recíproca doação, que é também submissão mútua. Por isso, se diz que «devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo» (Ef 5,28). Na realidade, o texto bíblico convida a superar o cómodo individualismo para viver disponíveis aos outros: «Submetei-vos uns aos outros» (Ef 5,21). Entre os esposos, esta recíproca «submissão» adquire um significado especial, devendo-se entender como uma pertença mútua livremente escolhida, com um conjunto de características de fidelidade, respeito e solicitude” (AL 156). Por isso, reitera o Papa: “Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja” (GE 14).

Na conclusão dos cinco domingos, mais uma pergunta provocatória: Que discípulos missionários queremos nós ser? Solteirões sem compromisso? Ou todos comprometidos, no testemunho fiel e feliz do amor de Cristo?

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