Liturgia e Homilia na Solenidade do Corpus Christi A 2017
Destaque

Belo é este dia de quinta-feira, em que celebramos a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. De algum modo, voltamos ao acontecimento de uma outra quinta-feira, a Quinta-Feira Santa. 

Homilia na Festa da Primeira Comunhão- Corpus Christi A 2017

1. No final da Festa da Primeira Comunhão, do passado domingo, a avó de um dos meninos, dizia-me encantada: “Ninguém, como as crianças, se encontra em estado tão puro, para receber a Sagrada Comunhão”! Sem querer manchar esse manto de luz, que rebrilha no coração inocente das crianças, e sem querer desmanchar a fé humilde daquela avozinha, tive que lhe responder, com o Papa Francisco: “A Eucaristia não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (EG 47). Disso gostaria de vos falar um pouco, apontando a Eucaristia, como remédio santo, sobretudo para três doenças espirituais.

1.1. A primeira doença, para a qual a Eucaristia é remédio santo, é a perda de memória, uma espécie de “alzheimer espiritual”. Na 1.ª leitura, Moisés avivava a memória do povo: “Recorda-te de todo o caminho que o Senhor teu Deus te fez percorrer (…). Não te esqueças do Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito; não te esqueças da água que brotou da rocha dura e do maná que caiu do céu” (Dt 8,2.3.11). O cristão que sofre de alzheimer espiritual esquece a graça da própria vida, que recebeu como um dom de Deus e por isso torna-se um mal-agradecido; esquece a data ou a graça do Batismo e, por isso, o Batismo torna-se “águas passadas”. Talvez lembre qualquer coisa da sua Primeira Comunhão, mas perdeu já a memória viva, o sabor do primeiro encontro pessoal com Jesus à mesa, que se renova em cada domingo. 

Para este cristão, há realmente uma cura: voltar à mesa da Eucaristia. Na Eucaristia, celebramos o memorial de tudo o que o Senhor Deus disse e fez por nós, o memorial do maior ato de amor de Jesus, por nós: a Sua Paixão, morte e ressurreição.Participemos sempre na Eucaristia, para fazer memória viva e agradecida dos dons de Deus, que nos empenha em merecê-los, fazendo-os frutificar cada vez mais (cf. Mane Nobiscum Domine, n.º 23).

1.2. A segunda doença para a qual a Eucaristia é remédio santo é o “autismo espiritual”. Afeta cristãos, que se querem fazer pelas suas próprias mãos e salvar-se sozinhos, fora da Igreja. Ora, na 2.ª leitura, São Paulo recordava-nos: “Nós que participamos de um só Pão, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo” (1 Cor 10,17). “Um cristão sem Igreja é uma coisa de laboratório, uma coisa artificial, uma coisa que não pode dar vida” (Papa Francisco, Meditação matutina, 15.05.2014). Para curar esta doença, a Eucaristia é um remédio santo: ao congregar dominicalmente os cristãos, ela “é o remédio mais natural contra o isolamento; é o lugar privilegiado, onde a comunhão é constantemente anunciada e fomentada” (Ecc. Euch., n.º 36).

1.3. E vamos à terceira doença: é a anemia espiritual. O cristão que abandona a Eucaristia fica espiritualmente desnutrido. Para curar esta doença, o cristão tem de tomar e retomar continuamente este alimento. Na verdade, à volta da mesa da “Eucaristia, verdadeiro banquete, Cristo oferece-Se como alimento” (Ecc.Euch., n.º 16).

2. Queridos meninos e meninas: Jesus diz hoje a cada um de vós: «Eu sou o teu alimento. Cresce e receber-Me-ás. Tu não Me transformarás em ti, como o alimento do corpo, mas és tu que serás transformado em Mim» (Santo Agostinho, Confissões, VII, 10, 18). E aqui lembramos o pastorinho Francisco: “Ele recebeu a sua primeira e última comunhão, em casa, no dia anterior à sua morte. Enquanto o menino assimilava a Eucaristia, mais radicalmente era Cristo quem o “assimilava”, isto é, o “tornava semelhante a Si”(CEP, Com Francisco e Jacinta, chamados a ser santos na caridade, n.º 6).

3. Irmãos e irmãs: vivamos cada Eucaristia como se fosse a primeira, a única e a última. Quem comer deste Pão viverá, desde já, por meio de Jesus, (Jo 6,57), e viverá eternamente com Ele! “Que esta família assim nutrida seja um dia reunida aos convivas lá do céu” (Da Sequência do Corpus Christi).

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Homilia na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo A 2017

A Eucaristia, remédio santo para três doenças espirituais – fórmula mais breve

 

1. No final da Festa da Primeira Comunhão, do passado domingo, a avó de um dos meninos, dizia-me encantada: “Ninguém, como as crianças, se encontra em estado tão puro, para receber a Sagrada Comunhão”! Sem querer manchar esse manto de luz, que rebrilha no coração inocente das crianças, e sem querer desmanchar a fé humilde daquela avozinha, tive que lhe responder, com o Papa Francisco: “A Eucaristia não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (EG 47). Disso gostaria de vos falar um pouco, apontando três doenças espirituais, para as quais a Eucaristia é um “remédio santo”.

1.1. A primeira doença, para a qual a Eucaristia é remédio santo é aquela que o Papa Francisco designa por “alzheimer espiritual”. Na 1.ª leitura, Moisés avivava a memória do povo: “Recorda-te de todo o caminho que o Senhor teu Deus te fez percorrer (…). Não te esqueças do Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito; não te esqueças da água que brotou da rocha dura e do maná que caiu do céu” (Dt 8,2.3.11). O cristão que sofre de alzheimer espiritual esquece a graça da própria vida, que recebeu como um dom de Deus e por isso torna-se um mal-agradecido; esquece a data ou a graça do Batismo e, por isso, o Batismo torna-se “águas passadas”. Talvez lembre qualquer coisa da sua Primeira Comunhão, mas apenas como uma doce recordação, mas perdeu já a memória viva do primeiro encontro pessoal com Jesus à mesa, que se renova em cada domingo. Para este cristão, há realmente uma cura: voltar à mesa da Eucaristia. Na Eucaristia, celebramos o memorial de tudo o que o Senhor Deus disse e fez por nós, o memorial do maior ato de amor de Jesus, por nós: a sua Paixão, morte e ressurreição.Participar na Eucaristia é fazer memóriaviva e agradecida dos dons de Deus, e que, por isso mesmo, nos empenha em merecê-los, fazendo-os frutificar cada vez mais (cf. Mane Nobiscum Domine, n.º 23).

1.2. A segunda doença para a qual a Eucaristia é remédio santo é o “autismo espiritual”. Afeta cristãos, que se querem fazer pelas suas próprias mãos e salvar-se sozinhos, fora da comunhão com a Igreja. Ora, na 2.ª leitura, São Paulo recordava-nos: “Nós que participamos de um só Pão, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo” (1 Cor 10,17). “Um cristão sem povo, um cristão sem Igreja, é uma coisa de laboratório, uma coisa artificial, uma coisa que não pode dar vida” (Papa Francisco, Meditação matutina, 15.05.2014). Portanto, para curar esta doença, a Eucaristia é realmente um remédio santo; ao congregar dominicalmente os cristãos, “a Eucaristia é o antídoto mais natural contra o isolamento; é o lugar privilegiado, onde a comunhão é constantemente anunciada e fomentada” (Ecc. Euch., n.º 36).

1.3. E vamos à terceira doença, que resulta da falta da verdadeira comida e da verdadeira bebia, que o Senhor nos dá (cf. Jo 6,51.58): é a anemia espiritual. O cristão que abandona a Eucaristia fica espiritualmente desnutrido, e, uma vez subalimentado, perde imunidade ao pecado. E quanto mais deixa de comer deste pão, tanto mais cresce nele o fastio por este alimento. Para curar esta doença, o cristão tem de retomar e tomar este alimento. Na verdade, “a Igreja vive de Jesus eucarísticoe por Ele é nutrida” (Ecc. Euch., n.º 6; 7), à volta da mesa da “Eucaristia, verdadeiro banquete, onde Cristo Se oferece como alimento” (Ecc. Euch., n.º 16).

2. Irmãos e irmãs: vivamos cada Eucaristia como se fosse a primeira, a única e a última. Não deixemos de procurar este alimento, para que a memória dos dons de Deus nos leve a fazê-los frutificar em bens maiores; para que a nossa comunhão uns com os outros, seja cada vez mais real e rica de amor; alimentemo-nos da Eucaristia, para que a vossa vida cristã não entre nunca “em estado de coma”.Lembremo-nos que o Pão eucarístico é «remédio santo», é «remédio de imortalidade e antídoto para não morrer» jamais (Ecc. Euch., n.º 18): Quem comer deste Pão viverá, desde já, por Jesus (Jo 6,57), e viverá eternamente! “Que a família assim nutrida seja um dia reunida aos convivas lá do céu” (Da Sequência do Corpus Christi).

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Homilia na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo A 2017

A Eucaristia, remédio santo para três doenças espirituais – fórmula mais longa

1. No final da Festa da Primeira Comunhão, do passado domingo, a avó de um dos meninos, dizia-me encantada: “Ninguém, como as crianças, se encontra em estado tão puro, para receber a Sagrada Comunhão”! Sem querer manchar esse manto de luz, que rebrilha no coração inocente das crianças, e sem querer desmanchar a fé humilde daquela avozinha, tive que lhe responder, com o Papa Francisco: “A Eucaristia não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (EG 47). Disso gostaria de vos falar um pouco, apontando três doenças espirituais, para as quais a Eucaristia é um “remédio santo”.

1.1. A primeira doença, para a qual a Eucaristia é remédio santo é aquela que o Papa Francisco designa por “alzheimer espiritual”. Na 1.ª leitura, Moisés avivava a memória do povo: “Recorda-te de todo o caminho que o Senhor teu Deus te fez percorrer (…). Não te esqueças do Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito; não te esqueças da água que brotou da rocha dura e do maná que caiu do céu” (Dt 8,2.3.11). O cristão que sofre de alzheimer espiritual esquece a graça da própria vida, que recebeu como um dom de Deus e por isso torna-se um mal-agradecido; esquece a data ou a graça do Batismo, em que Deus selou consigo uma aliança de amor e, por isso, o Batismo torna-se “águas passadas”. Talvez lembre qualquer coisa da sua Primeira Comunhão, mas apenas como uma doce recordação, mas perdeu já a memória viva daquele primeiro amor, do primeiro encontro pessoal com Jesus à mesa, que se renova em cada domingo.

Para este cristão, há realmente uma cura: voltar à mesa da Eucaristia. Na Eucaristia, celebramos o memorial de tudo o que o Senhor Deus disse e fez por nós, o memorial do maior ato de amor de Jesus, por nós: a sua Paixão, morte e ressurreição.“Não podemos, por isso, transformar a missa, numa mera recordaçãode sétimo dia, ou “num evento social”, mas numa força de amizade com o Senhor (Papa Francisco, Meditação matutina, 13.10.2013). Participar na Eucaristia é fazer memória agradecida, de tudo o que a nossa vida tem de miséria e de grandeza, de obscuridade e de beleza, de pecado e de perdão. A Eucaristia é assim memória viva e agradecida dos dons de Deus, e que, por isso mesmo, nos empenha em merecê-los, fazendo-os frutificar cada vez mais (cf. Mane Nobiscum Domine, n.º 23).

1.2. A segunda doença para a qual a Eucaristia é remédio santo é o “autismo espiritual”. Afeta cristãos, que se querem fazer pelas suas próprias mãos e salvar-se sozinhos, fora da comunhão com a Igreja. Ora, na 2.ª leitura, São Paulo recordava-nos: “Nós que participamos de um só Pão, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo” (1 Cor 10,17).Não há cristãos que possam subsistir isolados desta comunhão com o Corpo de Cristo, que é a Igreja. “Um cristão sem povo, um cristão sem Igreja, é uma coisa de laboratório, uma coisa artificial, uma coisa que não pode dar vida” (Papa Francisco, Meditação matutina, 15.05.2014).

Portanto, para curar esta doença do autismo espiritual, a Eucaristia é realmente um remédio santo! Porquê? “Ao congregar semanalmente, os cristãos como família de Deus à volta da mesa da Palavra e do Pão de vida, a Eucaristia dominical é o antídoto mais natural contra o isolamento; é o lugar privilegiado, onde a comunhão é constantemente anunciada e fomentada. Precisamente através da participação eucarística, o dia do Senhor torna-se também o dia da Igreja” (São João Paulo II, Ecc. Euch., n.º 36).

1.3. E vamos à terceira doença, que resulta precisamente da falta da verdadeira comida e da verdadeira bebida, que o Senhor nos dá (cf. Jo 6,51.58): é a anemia espiritual. O cristão que abandona a Eucaristia fica espiritualmente desnutrido, e, uma vez subalimentado, perde imunidade e sensibilidade ao pecado. E quanto mais deixa de comer deste pão, tanto mais cresce nele o fastio por este alimento. Pode mesmo chegar a uma espécie de anorexia, em que o seu organismo espiritual, já tão debilitado, se torna incapaz dedigerir o alimento verdadeiro que o sustenta. 

Para curar esta doença, o cristão tem de retomar e tomar este alimento. Na verdade, “a Igreja vive de Jesus eucarísticoe por Ele é nutrida” (Ecc. Euch., n.º 6; 7), à volta da mesa da “Eucaristia, verdadeiro banquete, onde Cristo Se oferece como alimento” (Ecc. Euch., n.º 16).

2. Na Eucaristia, podemos dizê-lo,“não só cada um de nós recebe Cristo, mas também Cristo recebe cada um de nós”(Ecc. Euch., n.º 22).Jesus diz a cada um: «Eu sou o alimento dos fortes. Cresce e receber-Me-ás. Tu não Me transformarás em ti, como o alimento do corpo, mas és tu que serás transformado em Mim» (Santo Agostinho, Confissões, VII, 10, 18). E é assim, que alimentados por Ele,nos tornamos cada vez mais conformes a Ele, até ser e formar um só Corpo com Ele. E aqui lembramos o pastorinho Francisco: “Ele recebeu a sua primeira e última comunhão, em casa, no dia anterior à sua morte. Nesse instante de graça, enquanto o menino assimilava a Eucaristia, mais radicalmente era Cristo quem o “assimilava”, isto é, o “tornava semelhante a Si”(CEP, Com Francisco e Jacinta, chamados a ser santos na caridade, n.º 6).

3. Irmãos e irmãs: vivamos cada Eucaristia como se fosse a primeira, a única e a última. Não deixemos de procurar este alimento, para que a memória dos dons de Deus nos leve a fazê-los frutificar em bens maiores; para que a nossa comunhão uns com os outros, seja cada vez mais real e rica de amor; alimentemo-nos da Eucaristia, para que a vossa vida cristã não entre nunca em estado de coma.Lembremo-nos que o Pão eucarístico é «remédio santo», é «remédio de imortalidade e antídoto para não morrer» jamais (Ecc Euch., n.º 18): Quem comer deste Pão viverá, desde já, por Jesus (Jo 6,57), e viverá eternamente! “Que a família assim nutrida seja um dia reunida aos convivas lá do céu” (Da Sequência do Corpus Christi). 

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