Liturgia e Homilias na Solenidade da Epifania do Senhor 2025
Destaque

Peregrinos de esperança, viemos a Belém, à Casa do Pão, onde encontramos Cristo vivo, a Estrela que guia o nosso coração, a Estrela que ilumina o nosso chão. Não teremos, por certo, melhor ícone dos peregrinos de esperança, do que os Magos que vêm do Oriente, guiados pela Estrela, em busca do Salvador. Eles representam a esperança das nações, neste mundo global, que nos tornou vizinhos, mas não nos fez irmãos. Podemos associar este movimento ao de tantos migrantes, exilados, deslocados e os refugiados, que fogem à guerra e procuram uma terra, um teto e um trabalho. Neste dia (na véspera do dia) em que o Santo Padre abre a Porta Santa da Basílica de São Paulo fora dos muros, peçamos ao Senhor a graça de derrubar os muros que nos impedem de viver como irmãos e de abrir as portas do coração a todos os que Deus põe no nosso caminho.

Homilia na Solenidade da Epifania do Senhor 2025 – forma mais longa

 

1. Abre-se hoje, em Roma, mais uma, e por última, a Porta Santa do Jubileu de 2025. É a Porta Santa da Basílica de São Paulo fora dos muros. A expressão fora dos muros define praticamente o programa de todas as Portas, que se abrem a todos e que, por isso, nos desafiam a derrubar os muros do medo, do isolamento, do preconceito, do elitismo e do protecionismo, na sociedade, na Igreja, no mundo. A Igreja, também ela, é chamada a altear os seus pórticos (Sl 24,9-19), a abrir de par em par a Porta formosa da esperança (At 3,2),para que nem seja preciso bater à porta, sendo que é Cristo a bater à nossa porta para lhe abrirmos o coração em adoração (Ap 3,20). Esta abertura da Porta Santa, tem lugar, precisamente, neste dia da Epifania, em que chegam a Belém, vindos de longe, uns Magos, guiados por uma discreta Estrela, que os deslumbra e atrai. No Presépio, não há muros, nem portões de alta segurança. É de entrada livre.

2. Não teremos, por certo, melhor ícone dos peregrinos de esperança – lema deste Jubileu – do que os estes Magos, que vêm do Oriente, guiados pela Estrela, em busca do Salvador. Há, certamente outras e belíssimas leituras, interpretações e aplicações desta cena bíblica, tão comovente e inspiradora. Mas, no contexto da caminhada, que vimos percorrendo, guiados pela Estrela, deixemos que estes Magos representem, hoje e para nós, a esperança das nações, neste mundo global, que nos tornou vizinhos, mas não nos fez irmãos (CV 19; FT 12). Assim, a figura dos quatro peregrinos, sinalizados no logótipo do jubileu, que representam a humanidade dos quatro cantos da terra, bem pode ser associada à imagem dos Magos em peregrinação, a que se junta o “eu peregrino”, que é cada um de nós. Cada um é, por assim dizer, com os tradicionais três Magos, o “quarto Mago”, desta belíssima viagem espiritual, que não é turismo sem meta interior, mas saída de si mesmo ao encontro do Salvador. Podemos associar este movimento de peregrinação dos Magos ao de tantos e tantos migrantes, exilados, deslocados e refugiados, que fogem à guerra e à morte e procuram um Presépio, uma terra, um teto e um trabalho, para viverem em Paz.

3. Por isso, hoje – mesmo que não estejam presentes fisicamente nesta celebração (certamente estarão alguns!) –  gostaria de dizer uma palavra aos migrantes, a este novos Magos, vindos dos quatro cantos do mundo. Peço a todos os que me escutam (ou leem) que lhes façam chegar esta mensagem, ali onde eles estiverem, nos cafés e restaurantes, nos trabalhos mais humildes, nas escolas e em estudos superiores, onde quer que estejam:

Queridos migrantes, vindos dos quatro cantos da terra, como os peregrinos sinalizados no logótipo do jubileu: a nossa comunidade abre-vos a Porta formosa da Esperança. Sede bem-vindos. Esta é a Casa de Deus, sem muros, nem fronteiras, em que não há estrangeiros, pois somos todos peregrinos da mesma Pátria, concidadãos do Reino dos Céus (Ef 2,19). Queridos migrantes: vinde e participai com alegria nas nossas celebrações; vinde e integrai-vos, sem medo nem complexos de inferioridade; vinde e participai, com o vosso entusiasmo, nos diversos grupos pastorais; vinde e partilhai connosco a vossa história de vida, o vosso modo tão próprio de celebrar com alegria a fé e de construir com criatividade a comunidade cristã. Sede muito bem-vindos!

3.1. Queridos migrantes, vindos dos quatro cantos da terra, como os peregrinos sinalizados no logótipo do jubileu: vós sois ouro e riqueza, para o nosso país, para a nossa sociedade, para esta comunidade paroquial, com os vossos filhos a dissipar o nosso inverno demográfico, com os vossos sonhos, com os vossos trabalhos e sofrimentos e com a bagagem de tantas esperanças, que vos trouxeram até aqui. Quanta coragem, quanta resiliência, para aqui chegar. Sois ouro e riqueza, para nós; não sois ameaça, nem problema. Sede muito bem-vindos!

3.2. Queridos migrantes: vós trazeis-nos de longe o incenso do nosso louvor, cheio de alegria e de entusiasmo, que quebra a rigidez fria das nossas celebrações e reanima a nossa fé cansada; que o vosso estilo cordial de rezar, de celebrar e de viver a fé nos reanime, nos renove, nos reinvente a todos. Não queremos usar o incenso tóxico dos tiros, dos preconceitos e isolamentos. Queremos elevar a Deus o incenso do louvor e da gratidão, por cada um de vós. Sede muito bem-vindos.

3.3. Queridos migrantes, vindos dos quatro cantos da terra, como os peregrinos sinalizados no logótipo do jubileu: vós sois a mirra, que nos traz os aromas do mundo. A mirra era usada para perfumar e embalsamar os corpos falecidos. Esta mirra traz-nos, também, o cheiro horrendo de tantas vidas ceifadas, pela miséria moral e social, pela perseguição, pela violência e pela guerra, ou simplesmente pelas tentativas goradas de saltar o muro e atravessar o Mediterrâneo, na esperança de uma Pátria melhor. Que esta mirra exale a sua fragrância. Como o perfume revela a presença da flor, a alegria de viver revele a força da vossa esperança! Sede muito bem-vindos.

4. Irmãos e irmãs: na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a Humanidade encontra a sua unidade. Sugiro que cada um de nós, esta semana, tenha uma palavra de boas-vindas, um especial gesto de acolhimento, de simpatia, de agradecimento, de ajuda, a um migrante, a uma família de migrantes, de modo que se sintam, entre nós, como os Magos no Presépio. 

5. Que esta nossa comunidade cristã abra generosamente, de par em par, as portas do acolhimento, para que nunca falte a ninguém a esperança de uma vida melhor (SNC 13). Continuemos juntos, por um novo caminho, cantando este refrão:

Senhor, u és a Estrela que guia o meu coração. Tu és a estrela que iluminou meu chão. És o sinal de que só é grande, quem se faz pequenino. Tu és a Estrela e eu sou o peregrino!

 

Homilia na Solenidade da Epifania do Senhor 2025 – forma mais breve

 

1. Abre-se hoje, em Roma, mais uma, e por última, a Porta Santa do Jubileu de 2025. É a Porta Santa da Basílica de São Paulo fora dos muros. A expressão fora dos muros define praticamente o programa de todas as Portas, que se abrem a todos e que, por isso, nos desafiam a derrubar os muros do medo, do isolamento, do preconceito, do elitismo e do protecionismo, na sociedade, na Igreja, no mundo. A Igreja, também ela, é chamada a altear os seus pórticos (Sl 24,9-19), a abrir de par em par a Porta formosa da esperança (At 3,2),para que nem seja preciso bater à porta, sendo que é Cristo a bater à nossa porta para lhe abrirmos o coração em adoração (Ap 3,20). Esta abertura da Porta Santa, tem lugar, precisamente, neste dia da Epifania, em que chegam a Belém, vindos de longe, uns Magos, guiados por uma discreta Estrela, que os deslumbra e atrai. No Presépio, não há muros, nem portões de alta segurança. É de entrada livre.

2. Não teremos, por certo, melhor ícone dos peregrinos de esperança – lema deste Jubileu – do que os estes Magos, que vêm do Oriente, guiados pela Estrela, em busca do Salvador. Há, certamente outras e belíssimas leituras, interpretações e aplicações desta cena bíblica, tão comovente e inspiradora. Mas, no contexto da caminhada, que vimos percorrendo, guiados pela Estrela, deixemos que estes Magos representem, hoje e para nós, a esperança das nações, neste mundo global, que nos tornou vizinhos, mas não nos fez irmãos (CV 19; FT 12). Assim, a figura dos quatro peregrinos, sinalizados no logótipo do jubileu, que representam a humanidade dos quatro cantos da terra, bem pode ser associada à imagem dos Magos em peregrinação, a que se junta o “eu peregrino”, que é cada um de nós. Cada um é, por assim dizer, com os tradicionais três Magos, o “quarto Mago”, desta belíssima viagem espiritual, que não é turismo sem meta interior, mas saída de si mesmo ao encontro do Salvador. Podemos associar este movimento de peregrinação dos Magos ao de tantos e tantos migrantes, exilados, deslocados e refugiados, que fogem à guerra e à morte e procuram um Presépio, uma terra, um teto e um trabalho, para viverem em Paz.

3. Por isso, hoje – mesmo que não estejam presentes fisicamente nesta celebração (certamente estarão alguns!) –  gostaria de dizer uma palavra aos migrantes, a este novos Magos, vindos dos quatro cantos do mundo. Peço a todos os que me escutam (ou leem) que lhes façam chegar esta mensagem, ali onde eles estiverem, nos cafés e restaurantes, nos trabalhos mais humildes, nas escolas e em estudos superiores, onde quer que estejam: “Queridos migrantes, vindos dos quatro cantos da terra, como os peregrinos sinalizados no logótipo do jubileu: a nossa comunidade abre-vos a Porta formosa da Esperança. Sede bem-vindos. Esta é a Casa de Deus, sem muros, nem fronteiras, em que não há estrangeiros, pois somos todos peregrinos da mesma Pátria, concidadãos do Reino dos Céus (Ef 2,19). Queridos migrantes: vinde e participai com alegria nas nossas celebrações; vinde e integrai-vos, sem medo nem complexos de inferioridade; vinde e participai, com o vosso entusiasmo nos diversos grupos pastorais; vinde e partilhai connosco a vossa história de vida, o vosso modo tão próprio de celebrar com alegria a fé e de construir com criatividade a comunidade cristã. Sede muito bem-vindos!  Sois ouro e riqueza, para nós; não sois ameaça, nem problema. Sois incenso de louvor e da gratidão, pelo dom de cada um de vós.  Sois mirra que exala a sua fragrância, para perfumar de esperança o nosso mundo! Sede muito bem-vindos”.

4. Irmãos e irmãs: na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a Humanidade encontra a sua unidade. Sugiro que cada um de nós, esta semana, tenha uma palavra de boas-vindas, um especial gesto de acolhimento, de simpatia, de agradecimento, de ajuda, a um migrante, a uma família de migrantes, de modo que se sintam, entre nós, como os Magos no Presépio.

5. Que esta nossa comunidade cristã abra generosamente, de par em par, as portas do acolhimento, para que nunca falte a ninguém a esperança de uma vida melhor (SNC 13).Continuemos juntos, por um novo caminho, cantando este refrão: «Senhor, Tu és a Estrela que guia o meu coração. Tu és a estrela que iluminou meu chão. És o sinal de que só é grande, quem se faz pequenino. Tu és a Estrela e eu sou o peregrino»!

 

 

 

 

 

 

Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk