Liturgia e Homilias no 2.º Domingo da Quaresma A 2023
Destaque

Do Monte das Tentações subimos com Jesus ao Monte da Transfiguração. Do ponto de partida, no domingo passado, somos agora levados a contemplar a meta. É todo um caminho de transformação, para fazer vir à luz a graça da nossa filiação divina. Aceitemos o convite de Jesus, que nos chama a caminhar com Ele, para nos oferecer um banho de luz, que nos ajude a ver, para lá do caminho da Cruz, a meta da Ressurreição. Reunidos ao abrigo da Sua tenda, somos animados e fortalecidos com a luz e a força de Deus, para seguirmos em frente, neste caminho de transformação. Que esta Eucaristia nos ajude a escutar a Palavra do Filho, a entrar na nuvem da Sua glória e a abraçar com gratidão o presente da nossa filiação divina.

 Homilia no 2.º Domingo da Quaresma A 2023

Inspirada na Mensagem do Papa para a Quaresma de 2023

 

1. A cena da Transfiguração oferece-nos já a visão da meta do nosso caminho para a Páscoa. Um caminho de transformação, de novo nascimento, que há de fazer brilhar e vir à luz o que há de mais belo e grandioso dentro de nós: a graça da nossa filiação divina, a graça de sermos filhos de Deus, muito amados do Pai. Na verdade, quando Deus pensa em nós, não pensa apenas no que somos, mas em tudo o que poderemos chegar a ser (cf. Christus vivit, 289). Trata-se, portanto, de um caminho, que não é de simples mudança ou de melhoria, mas de transformação, de desenvolvimento, de crescimento, de maturação, que manifeste tudo aquilo que somos chamados a ser: filhos de Deus, revestidos da luz de Cristo!

2. Neste caminhar juntos para a Páscoa, fixemo-nos em 4 pontos de cruz e de luz:

Primeiro: Põe-te a caminho! Desde Abraão, somos um Povo peregrino, Igreja em saída. Aceitemos o convite de Jesus a deixar tudo e deixemo-nos conduzir por Ele, à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades de uma vida sem altura, sem profundidade, sem fôlego espiritual. Trata-se de um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha. Não podemos crescer, amadurecer e frutificar tudo o que somos e temos, sem nos dispormos ao sacrifício da subida, à escalada árdua da saída de nós mesmos. Não podemos chegar à luz pascal, sem passar pela Cruz. Ora bem: a Quaresma já começou no dia 22 do passado mês. Perguntemo-nos: Ainda estou no mesmo sítio? De onde quer que estejas, deixa, parte, sai e põe-te a caminho!

Segundo: Caminha com os outros.Sigamos Jesus, juntos. Com quem? Com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado, como companheiros de viagem: na família, na escola, no trabalho. Nem sempre serão os mais fáceis, os mais simpáticos, os que nos entendem melhor. Mas é com estes que Deus nos convida a caminhar. Perguntemo-nos: Estou na companhia de Jesus e dos que Ele me confiou?  Se não estás, dá-lhes as tuas mãos! O isolamento não é boa companhia!

Terceiro: Fixa os olhos do teu coração na meta. Aquilo que nos espera no final do caminho é algo de maravilhoso e surpreendente. Chegados ao alto, gozaremos de uma experiência de transfiguração, de consolação, de luz, de paz. Sentir-nos-emos abraçados e transformados pela presença luminosa do Senhor, que nos fala ao coração, que nos faz descobrir essa admirável graça de sermos filhos de Deus! Perguntemo-nos: Qual é a minha meta nesta Quaresma? Quero apenas gozar de uma boa sensação? Ou quero alcançar a minha transformação? Em que ponto estou? Fixa-te bem na meta da tua transformação pascal!

Quarto: Levanta-te. Não fiquemos nas nuvens. A experiência do encontro com Cristo não se destina a introduzir-nos numa espécie de bolha do Paraíso. Há pessoas que gostam de fazer experiências religiosas intensas, de transe, de isolamento, de meditação transcendental, para que ninguém as incomode. Outras refugiam-se numa religiosidade, feita de acontecimentos extraordinários, de sugestivas experiências, levadas pelo medo de encarar a realidade com as suas fadigas diárias. E, por isso, só participam em celebrações festivas ou festivais, emotivas ou sensacionais. Mas rejeitam a prática diária da oração, a prática dominical da Eucaristia. Ora, não é só para os momentos TOP da vida, que devemos rezar, celebrar e viver a fé. Não. Perguntemo-nos: Estou instalado na bolha da minha satisfação individual? Se sim, levanta-te (cf. Mt 17,7). Desce ao rés-do-chão da vida de todos os dias, com a luz e a fortaleza da vista do andar superior!

3. Irmãos e irmãs: a voz do Pai continua a sussurrar ao nosso coração: “Este é o meu Filho muito amado, no qual Me comprazo. Escutai-0” (Mt 17,6). Revestidos de Cristo, pelo Batismo, somos também os seus filhos muito queridos. Na dupla vereda desta escuta do Filho e dos irmãos, abracemos o presente da nossa filiação divina! Um presente em atualização permanente, sempre em transformação!

 

 

 

 

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