Meditação sobre o mistério da Cruz
Comecemos, por contemplar a Cruz, na sua face dolorosa e tenebrosa e cheios de vergonha e comoção reconheçamo-nos pecadores.
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos erguida nas nossas irmãs e nos nossos irmãos perseguidos, com o nosso silêncio cobarde!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos nos rostos exaustos e assustados das crianças, das mulheres e das pessoas que fogem das guerras e das violências e, muitas vezes, não encontram senão muitos Pilatos com as mãos lavadas!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos, no nosso mar Mediterrâneo e no mar Egeu, transformados num cemitério insaciável, imagem da nossa consciência insensível e anestesiada!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos, naqueles que querem tirar-Te dos lugares públicos e excluir-Te da vida pública!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos, nos poderosos e nos vendedores de armas que alimentam a fornalha das guerras com o sangue inocente dos irmãos!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos, nos ladrões e corruptos que, em vez de salvaguardar o bem comum e a ética, vendem-se no miserável mercado da imoralidade!
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje Te vemos nas pessoas com deficiência, nos sem-abrigo e em todas as pessoas descartadas, e agora em todas as vítimas desta pandemia, sobretudo nos mais idosos e mais frágeis.
Transformados pela Tua Cruz, queremos também contemplar e divisar a sua face gloriosa e luminosa, para alcançarmos a renovação da nossa vida:
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nas pessoas boas e justas que fazem o bem, sem procurar aplausos nem a admiração dos outros!
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nos teus ministros fiéis e humildes, que iluminam a escuridão da nossa vida, como velas que se consomem gratuitamente para iluminar a vida dos últimos!
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nos rostos das religiosas e dos consagrados – quais bons samaritanos – que abandonam tudo para enfaixar, no silêncio evangélico, as feridas das pobrezas e da injustiça!
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nas pessoas simples que vivem jubilosamente a sua fé, no dia a dia, e na filial observância dos mandamentos!
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nas famílias que vivem com fidelidade e fecundidade a sua vocação, edificando a Igreja Doméstica.
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nos voluntários que generosamente socorrem os necessitados e os feridos, sobretudo nestes difíceis tempos de pandemia!
Ó Cruz de Cristo, vemos-Te ainda hoje, nos que sonham com um coração de criança e que trabalham cada dia para tornar o mundo um lugar melhor, mais humano e mais justo!
Ó Cruz de Cristo, opera em nós aquela renovação profunda, da qual depende a recriação da nossa vida e a urgente transformação do mundo, que a Páscoa sempre inicia e anuncia!
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