Liturgia e Homilias no XXIX Domingo Comum C 2019
Destaque

Hoje celebramos o Dia Mundial das Missões. Façamo-lo em comunhão com toda a Igreja [com a Igreja em Portugal, reunida em Fátima, em peregrinação missionária], na escuta da Palavra do Senhor e num renovado compromisso de fidelidade como discípulos missionários. Lembremos e rezemos por quantos, em todo o mundo, anunciam e vivem a Boa Nova, de forma especial os que sofrem perseguição, para que permaneçam firmes e fiéis. Renovemos, todos nós, batizados, o nosso compromisso missionário, como Igreja de Cristo em missão no mundo, celebrando, em festa, a nossa fé.

Homilia no XXIX Domingo Comum C 2019 – Dia Mundial das Missões

1. “O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 120/121,2)! Em Dia Mundial das Missões, a Liturgia da Palavra leva-nos, em primeiro lugar, ao coração da missão: a oração, indispensável, urgente e persistente. Perante a vastidão da missão, o discípulo missionário não pode arregaçar as mangas, entrar em ação, sem levantar os braços para Deus, em oração. Perante a urgência da missão, ainda longe de estar realizada, além-mar ou na nossa própria terra, somos desafiados a enfrentar esta grande batalha, contando, em primeiro lugar, com o auxílio de Deus, com a Sua graça, confiando-nos humildemente ao Seu poder, mediante a oração. E são tão belos os exemplos de oração que a Liturgia nos apresenta. Vejamos Moisés, o homem de Deus que, lá do alto da colina, mantém as suas mãos erguidas, enquanto lá em baixo se travava o combate, pela fé de Israel. Olhemos, ainda, para a prece insistente daquela pobre viúva, que clama e reclama que lhe façam justiça e não desiste, até ser atendida. Mesmo se não parece, a oração transforma sempre a realidade. Se, por vezes, a oração parece não mudar as coisas à nossa volta, pelo menos a oração muda-nos a nós, muda o nosso coração. E, deste modo, acaba por transformar tudo ao nosso redor.Nas lutas e combates da vida, como na missão, a oração é a nossa arma desarmada!

2. Mas Deus é o nosso auxílio, fazendo de cada um auxílio dos outros. No episódio de Moisés, há uma lição importante: o compromisso da oração e da missão exige que nos apoiemos uns aos outros, como Aarão e Hur.Na verdade, o Senhor dá-nos uns aos outros como auxílio, a começar pela própria família. Dá a esposa ao marido e o marido à esposa, como auxílio correspondente. Dá às crianças o auxílio dos pais e dos avós, como deu a Timóteo o auxílio da avó Loide e da mãe Eunice (cf. 2 Tm 1,5), que desde a infância lhe ensinaram as Sagradas Escrituras. Timóteo torna-se um auxílio precioso, na missão levada adiante por São Paulo. Precisamos todos de todos.

3. Neste sentido, recordemos três auxílios, três redes fundamentais na missão:

3.1.  Em primeiro lugar, o auxílio de Deus, que invocamos na oração. A missão precisa de uma rede de oração (que até pode ser digital, como o Click To Pray ou o Passo-a-rezar): só quem reza com insistência coloca Cristo no centro da vida e da missão que lhe é confiada, perseverando na fé e crescendo na santidade. Não se pode, de facto, conceber a missão senão como um caminho de santidade (GE 19). E eu “não acredito na santidade, sem oração” (GE 147). Por isso, o fundador dos missionários da Consolata (Beato José Allamano)tinha esta divisa: “Primeiro, santos; depois, missionários”. Rezemos, sem desanimar. A oração é a forja da santidade e o coração da missão.

3.2. Em segundo lugar, o auxílio que nos vem da palavra e do testemunho dos pais e avós. A família é a primeira e insubstituível rede familiar de transmissão da fé: dos pais aos filhos, dos avós aos netos, mas também, hoje, dos filhos aos pais, dos netos aos avós. Quantas vezes, entre as grandes testemunhas da fé não estão “a nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós” (GE 3). Daí o apelo do Papa: “És pai ou mãe, avô ou avó? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus” (GE 3). O ABC da oração e da missão aprende-se em casa!

3.3. Em terceiro lugar, o auxílio de uma boa rede de colaboradores. Timóteo aderiu à fé cristã e tornou-se colaborador de Paulo na sua missão (Fl 2,19.22). Nós não somos missão sozinhos, mas somos missão, unidos a Cristo, “como os ramos na videira” (cf. Jo 15,1-8). Somos missão em rede, missão que irradia precisamente a partir da beleza da nossa comunhão uns com os outros, em Cristo. Desta comunhão frutifica a missão; é também daí que nos vem a seiva vital do Espírito, que nos unge e envia, que faz de todos os batizados discípulos missionários.

 

Eu sou sempre uma missão. Tu és sempre uma missão. Cada batizada e batizado é uma missão.Em rede comum de oração. Em rede familiar de transmissão. Em rede de comunhão: só assim, seremos Igreja de Cristo, em missão, pelo mundo!

 

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