Liturgia e Homilias no XIV Domingo Comum C 2019
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Peregrinos da Cidade Santa, exultamos de alegria ao entrar na Casa do Senhor. Aqui experimentamos a ternura de Deus, no coração da Igreja, nossa mãe. A Igreja, a nova Jerusalém, é verdadeiramente a «mãe» que nos acolhe, gera e dá à luz através do Batismo, que nos perfuma e embeleza com a unção do Espírito e nos alimenta e faz crescer com o Pão da Eucaristia. Esta Igreja é a mãe que nos conforta, consola e acompanha, com paciência e misericórdia, através da Palavra e dos sacramentos. E, como mãe, faz-nos sair de casa, em missão, pelo mundo. Deixemo-nos, pois, alcançar pela misericórdia do Senhor, que é fonte de paz.

 

Homilia no XIV Domingo Comum C 2019

 

1.Estamos praticamente a concluir o Ano Pastoral 2018/2019, no contexto nacional do Ano Missionário, que terá o seu auge na celebração do próximo “Outubro Missionário Extraordinário”. Temos vindo a refletir, com insistência, na implicação do nosso desafio pastoral diocesano “Todos discípulos missionários”. Como se percebe do envio dos 72 discípulos, esta missão não diz respeito apenas aos 12 Apóstolos, mas a todos os discípulos, a todos os batizados; é missão universal, que nos envia a todos os lugares e ambientes, ao encontro de todas as pessoas e não apenas daquelas que nos procuram. Esta missão não é, por isso, facultativa, não é uma segunda vocação, um adorno, um adereço. É marca de origem do cristão. Não há meio-termo, não há discípulos missionários a «meias», a «meio gás», «por tempo determinado». Todos, tudo e sempre em missão!

2.Em final de ano pastoral, aproveito a inspiração do Evangelho para vos propor um breve Decálogo para uma Paróquia missionária:

 I.        Promover e facilitar o mais amplamente possível a experiência fundamental da alegria do encontro com Cristo, seja na Catequese, na Liturgia, na Caridade, na Oração ou no encontro dialogal e pessoal com os outros.

II.       Cuidar da hospitalidade: acolher e alcançar a todos, a começar pelos que nos batem à porta. Precisamos de criar equipas de acolhimento, não apenas para manter abertas as portas das igrejas, mas para acolher e integrar os que participam, ocasionalmente, como estranhos ou espectadores, nas celebrações do Batismo, do Matrimónio, do 7.º dia, das festas da Catequese. Mas não esqueçamos os diferentes, os indiferentes, os mais distantes, os imigrantes.

III.        Promover um bom acolhimento, na secretaria e em todos os serviços paroquiais, com empatia e simpatia, com horários adaptados à realidade e às necessidades. Trata-se de acolher com alegria e simpatia. Mas também de propor com exigência e realismo, dentro do bem possível a cada pessoa.

IV.        Dar absoluta prioridade ao domingo e à Eucaristia dominical. Despertar a comoção pela beleza da celebração. É fundamental fidelizar a nossa prática dominical e a pertença à comunidade. Com uma participação intermitente, inconstante, não se pode criar raízes na vida e na comunidade cristãs.

V.       Abrir largas avenidas de beleza no acesso a Deus. As diversas artes, da pintura à literatura, da música ao teatro, são caminhos para quem tem sede de Deus.

VI.        Edificar uma comunidade familiar, onde haja verdadeira fraternidade, clima de festa, alegria do convívio, experiência de comunhão, de modo que a Paróquia se torne verdadeira família de famílias.

VII.        Descobrir, apreciar e promover os talentos de cada pessoa, a começar por aquelas que não conhecem os cantos da casa.

VIII.       Dar maior protagonismo aos leigos, na Igreja e no mundo; é preciso superar o clericalismo dos que dizem e pensam “o senhor padre é que sabe; o senhor padre é que manda” ou dos que se refugiam na sacristia, descomprometendo-se com o mundo, seu lugar específico de missão. É preciso assumir a corresponsabilidade de cada um na missão que é de todos.

IX.        Converter-se numa Igreja que sai para a rua, que toma a iniciativa, que convida e envolve, mesmo aqueles que julgamos não querer nada com nada. Tenhamos a ousadia da proposta: “Vinde e vede” (Jo 1,39), para que, fazendo uma experiência bela e feliz, queiram aprofundar a sua fé e caminhar connosco.

X.       Assumir o lugar privilegiado dos pobres e o imperativo evangélico no cuidado da fragilidade, de modo que os feridos da vida sintam a Igreja como sua casa e nós descubramos a sua casa como primeiro lugar da Igreja.

 

A esta luz, cada um examine-se sobre o contributo que tem dado e que é chamado a dar. Face às exigências do discípulo e do mundo, só há mesmo uma alternativa: ou missão ou demissão cristã (Madeleine Delbrêl)!

 

 

 

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