A porta da fé está sempre aberta para nós! A Igreja, à imagem de Maria, deve tornar-se “a morada de Deus com os homens”, uma Igreja de portas abertas, uma casa paterna onde há lugar para todos com a sua vida fatigante (cf. EG 47-48). Irmãos e irmãs: desde o Batismo que se abriu para nós esta porta da fé e esta vida nova da Páscoa se inaugurou.

Este é o IV Domingo da Páscoa. E a Liturgia da Palavra, neste Dia Mundial das Vocações, faz-nos entrar no mistério da morte e da ressurreição do Senhor, através de duas belas figuras: a figura corajosa do Bom Pastor, que arrisca toda a Sua vida para nos salvar, isto é, para nos ter e manter a salvo nas mãos bondosas do Pai. E a doce figura do manso Cordeiro, que Se oferece silenciosamente ao Pai por nós. O Cordeiro imolado e de pé é a imagem de Cristo morto e ressuscitado por nós. Assim, Jesus Cristo, nosso Cordeiro e Pastor, desafia-nos a ter a coragem de arriscar tudo, pela promessa de Deus. Neste dia, unimo-nos em oração pedindo ao Senhor que nos faça descobrir o seu projeto de amor para a nossa vida e que nos dê a coragem de arriscar no caminho que Ele, desde sempre, pensou para nós.

Terceiro domingo, terceira aparição de Jesus. Neste 3.º domingo da Páscoa, que é também celebrado entre nós como Dia da Mãe, iniciamos a Semana de Oração pelas Vocações. Somos desafiados a voltar aos braços da Mãe, da mãe que nos gerou para a vida, da Mãe de Jesus e nossa Mãe, também da Mãe Igreja, para termos “a coragem de arriscar pela promessa de Deus”. Na certeza de que não há alegria maior do que arriscar a vida pelo Senhor, tomemos parte do banquete de Cristo Ressuscitado. Celebremos com renovada esperança a festa da Mãe, na festa do Filho, o Cordeiro que Se oferece por nós, à mesa da Eucaristia!

Oito dias depois, Jesus atravessou as portas do medo e da morte, colocou-Se no meio dos discípulos, e encheu-os de alegria. E foi para eles porto de misericórdia e de paz. Neste domingo da Oitava da Páscoa ou da Divina Misericórdia, alegra-te com o Teu amigo que triunfou do pecado, do mal e da morte. Escuta, em vários tons, o anúncio jubiloso da Páscoa.

Cristo vive. E quer-te vivo. Contempla Jesus feliz, transbordante de júbilo. Ele é o Eterno Vivente. Em Cristo, morto e ressuscitado, abriu-se para ti o porto da misericórdia e da paz. Ele é a âncora da tua esperança. O teu porto seguro. A vida em abundância. Por isso, unido a todos os redimidos, aclama o Senhor, repetindo o refrão do cântico de entrada, ao som do toque festivo e pascal das campainhas, que te despertam hoje para a feliz notícia do dia: Não está no sepulcro! Ressuscitou!

Esta é a noite do ano! A noite de todos os acontecimentos, a noite das grandes intervenções de Deus na nossa história. Estamos em vigília, em expectação noturna, para dar início à celebração do terceiro dia do Tríduo Pascal, o dia da Ressurreição. Na mais solene das vigílias, vamos proclamar a Ressurreição de Jesus, o acontecimento por excelência das grandes maravilhas de Deus operadas em nosso favor, a realização plena, em Jesus, do prometido sinal de Jonas: “Assim como Jonas esteve no ventre do monstro marinho três dias e três noites, assim o Filho do homem estará no ventre da terra, três dias e três noites” (Mt 12,40; cf. Lc 11,29-32). Quatro grandes liturgias darão corpo à nossa celebração: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal, e, como coroamento, a Liturgia Eucarística! Porque é de noite, começamos por acender a Luz. A Luz é a primeira obra da Criação. O Presidente desta celebração irá proceder à bênção do fogo, com o qual acenderá o grande círio pascal. A partir desse círio iremos acender as nossas velas. E só depois entraremos pela porta da alegria.

Jesus rompe a espiral da violência, mostrando que a Cruz é para levar às costas e não para brandir como uma espada: “Mete a tua espada na bainha” (Jo 18,11), como quem te exorta: Aprende de Mim, que sou manso e humilde de coração (cf. Mt 11,29).Olha que “mais vale padecer por fazer o bem do que por fazer o mal” (1 Pe 3,17). Se queremos alcançar em alcançar em Cristo, morto e ressuscitado, o porto da paz, convertamo-nos hoje mesmo do nosso mau caminho e de toda a violência que há ainda nas nossas mãos (cf. Jn 3,8).

De cais em cais, atracámos, por três dias, junto ao porto da misericórdia e da paz, que se abre, desde já e para todos nós, em Cristo entregue, morto e ressuscitado por nós. Aqui chegados, desta longa viagem de 40 dias, é o próprio Senhor, o Homem do leme, que nos recebe: Ele lava-nos os pés; Ele chama-nos amigos; Ele põe-nos à Sua mesa; Ele confia-nos a memória viva de todos os Seus gestos de amor.

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