Liturgia e Homilias na Quinta Feira Santa 2021
Destaque

É em família que o povo de Deus começa por celebrar a sua Páscoa! E é para nós um sinal cheio de significado, que o Senhor Jesus queira ter instituído o sacramento da Eucaristia por ocasião de um importante encontro familiar: a Ceia pascal! Deixemo-nos inebriar pelo tesouro mais sagrado que, nesta noite, em família, recordamos e atualizamos à volta da mesa do altar: a Eucaristia. E, com este tesouro, agradeçamos os tesouros sagrados do sacerdócio ministerial, do mandamento novo. Mas glorifiquemos a Deus, especialmente pela beleza da Eucaristia, na qual Jesus, à mesa, Se oferece como o Cordeiro imolado, que sela com o Seu Sangue a nova e eterna aliança.

 

HOMILIA NA MISSA DA CEIA DO SENHOR 2021

“Este cálice é a nova aliança no meu Sangue” (1 Cor 11,25; Mc 14,24)!

1. A nova aliança tem o selo da entrega de Jesus, que amou os Seus até ao fim. É um pacto de Sangue, uma aliança no Corpo dado e Sangue derramado, no amor sem medida, no amor para toda a vida. O Sangue de Cristo, vertido e oferecido naquele cálice de vinho da Ceia pascal é o Sangue da nova aliança (cf. 1 Cor 1,25b; Lc 22,20), «derramado por uma multidão» (Mc 14,24), «derramado pela nossa redenção» (Heb9,11), derramado «para a remissão dos nossos pecados» (Mt 26,28). Graças ao Sangue de Cristo, de cujo cálice participamos, a Eucaristia enlaça-nos na nova aliança, alia-nos à entrega de Jesus ao Pai, faz-nos realmente irmãos de Sangue. Jesus institui uma nova consanguinidade entre nós, uma nova familiaridade. Pela Eucaristia, faz-nos irmãos novos, não só porque comemos do mesmo Pão e à mesma mesa, mas porque em nós circula um mesmo Sangue, o Sangue de Cristo, o Sangue da nova e eterna aliança. Já não é o sangue de animais aspergido sobre o altar que sela esta aliança nova (Ex 24,8), nem é o sangue do cordeiro aspergido nas portas o sinal que nos salva (Ex 12, 1-14). Somos redimidos pelo Sangue de Cristo, vertido e oferecido à mesa, naquele cálice de vinho, como Sangue da nova aliança (1 Cor 1,25b; Lc 22,20).

2. E Jesus confia-nos o tesouro da Eucaristia, no contexto de uma ceia pascal, que era celebrada em família, mas agora fá-lo com os Doze, alicerce da Sua nova família. Neste sentido, podemos dizer que a Eucaristia é também tesouro sagrado para cada família, porque une todos os seus membros, para lá da mesma carne e do mesmo sangue, na Carne e no Sangue de Cristo. Na Eucaristia, os esposos selam e renovam a aliança conjugal que os uniu (cf. AL 318). A transfusão de Sangue entre Cristo e nós, que se opera na Eucaristia, transforma as relações familiares do amor entre pais e filhos, refaz-nos a todos como irmãos: irmãos de Cristo, irmãos em Cristo. Este tesouro deve, por isso, ser muito mais valorizado pela família, porque a Eucaristia incita cada um dos seus membros ao dom de si e capacita-os para o perdão dos pecados. A Eucaristia não reúne à mesa apenas a grande família, mas é o tesouro precioso para cada família, porque a faz sair de casa, fá-la sair de si mesma, ao encontro dos irmãos na fé; porque fortalece os laços da consanguinidade, da familiaridade e da fraternidade espiritual entre todos, no mesmo Corpo e Sangue de Cristo; porque nos leva a servir e a lavar os pés uns aos outros; porque nos introduz no espírito e na prática do mandamento novo do amor. Por isso, hoje “Jesus bate à porta de cada família, para partilhar com ela a Ceia Eucarística” (AL 318). Queridas famílias: não percamos este tesouro. Voltemos com alegria à nossa Casa Comum, à mesa santa da Eucaristia!

3.“De facto, na Sagrada Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa e Pão vivo, o Qual mediante a sua Carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo, dá a vida aos homens” (Presb. Ordinis, n.º 5). Por isso, este imenso tesouro da Eucaristia encerra os mais sagrados tesouros. E hoje não podemos esquecer nem deixar de agradecer este tesouro, guardado em vaso de argila, que é o sacerdócio ministerialdos bispos e padres, os únicos habilitados, pelo sacramento da Ordem, a presidir à Eucaristia, em nome de Cristo, Cabeça da Igreja. O sacerdote é o sinal sacramental desta Cabeça, não porque tenha mais poder, ou por ser a máxima autoridade da comunidade, muito menos por estar acima dos outros, mas porque lhe cabe derramar esta graça de Cristo, antes de tudo quando celebra a Eucaristia, fonte e cume de toda a vida cristã. Este é o grande poder do padre (cf. Ex. Ap. Querida Amazónia, nn. 84-85). A Eucaristia é o tesouro mais sagrado do seu coração sacerdotal. Queridas famílias: vivei esta estima pelo dom do sacerdócio ministerial. Amai e rezaipelo vosso pároco, para que nunca vos falte este sangue novopara a missão, para que nunca vos falte na arca da nova aliança este tesouro maior, para que nunca vos falte à mesa o Pão e o Vinho da Eucaristia. Fazem-nos tanta falta como o vinho e o pão de cada dia!

 

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