Senti-lo-ás então a penetrar-te todo, corpo e alma.
A apoderar-se de ti, a consagrar-te, a santificar-te. Porquê?
É o símbolo da totalidade, o sinal da redenção.
Nosso Senhor remiu todos os homens na cruz.
Pela cruz santifica o homem todo
até à última fibra do seu ser.
Por isso o fazemos antes da oração,
para que nos recolha e ponha espiritualmente em ordem;
fixe em Deus o nosso pensamento, coração e vontade.
Depois da oração,
para que permaneça em nós aquilo que Deus nos deu.
Nas tentações, para que Deus nos fortaleça.
No perigo, para que Ele nos proteja.
No ato da bênção,
para que a plenitude da vida divina penetre na alma,
a torne fecunda e consagre quanto nela há.
Pensa nisto sempre que fazes o sinal da cruz.
É o sinal mais santo que existe.
Fá-lo bem: devagar, amplo, conscientemente.
Envolverá então todo o teu ser, corpo e alma,
pensamentos e vontade, sentido e sentimentos, atos e ocupações,
e tudo nele ficará robustecido, assinalado,
consagrado na força de Cristo,
em nome de Deus uno e trino”.
Romano Guardini, Sinais Sagrados, SNL, Fátima, 2017, p.12.
Texto escrito em 1927